Do Portal CONSEA
Em 2008, Josué de Castro completaria 100 anos no dia 5 de setembro. E é em homenagem a ele que o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) dedica a próxima plenária, no dia 5 de setembro, em Recife, Pernambuco. O evento contará com a presença dos conselheiros nacionais, representantes dos Conseas estaduais e municipais e convidados, entre eles, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Anna Maria de Castro (filha de Josué).
A luta deste nordestino e recifense vem desde a sua infância, quando conheceu o fenômeno da fome. Morando perto dos mangues, Josué fez uma comparação cruel: "As pessoas que vivem naquelas áreas e sobrevivem da pesca do caranguejo, acabam se tornando 'irmãos de leite' desse anfíbio".
Escolhido para ser patrono do Consea, o médico, professor, geógrafo, sociólogo, escritor, político e intelectual, Josué Apolônio de Castro fez da luta contra a fome a sua bandeira de vida. Ele é filho único de Manoel Apolônio de Castro e Josepha Carneiro de Castro.
Fez curso secundário em Recife, estudou Medicina por três anos em Salvador e concluiu o curso no Rio de Janeiro, aos 21 anos de idade. Depois fez estágios na Universidade de Columbia e no Medical Center, de Nova Iorque. Autor de dezenas de obras, algumas traduzidas para 25 idiomas, publicou Geografia da Fome, seu livro mais conhecido, em 1946, época em que se tornou referência internacional no tema e um dos maiores estudiosos das causas da miséria no Brasil e no mundo. Teve três indicações ao Prêmio Nobel da Paz.
Recebeu muitos prêmios, entre os quais o José Veríssimo (1946), concedido pela Academia Brasileira de Letras; o Roosevelt, da Academia de Ciências Políticas dos Estados Unidos, pelo livro Geografia da fome (1952); o Prêmio Internacional da Paz (1954), por suas obras e ações no combate à fome no mundo.
Algumas de suas obras são: Alimentação e raça (1936); Documentáro do Nordeste (1937); A alimentação brasileira à luz da Geografia Humana (1937); Geografia da Fome (1946); Geopolítica da Fome (1951); O livro negro da fome (1960); Sete palmos de terra e um caixão (1965); Homens e caranguejos (1967); A explosão demográfica e a fome no mundo (1968).
Por suas idéias progressistas, foi obrigado pelo regime militar a deixar o país. Morreu no exílio, em Paris, na França, no dia 24 de setembro de 1973, aos 65 anos de idade. Foi enterrado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.
Saiba mais:
http://www.josuedecastro.com.br
http://www.projetomemoria.art.br
Fonte:
https://www.planalto.gov.br/Consea/static/eventos/josue_de_castro/josue_de_castro.html
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