Inversão de prioridades, disparidades e distorções tem marcado a atual política (ou falta dela) de educação na rede pública municipal ¹
Por Claudomir Tavares * claudomir@infonet.com.br
Em 17 de fevereiro publicamos neste espaço a seguinte matéria: SEMED otimiza informatização de escola em Pirambu. O texto da matéria, que reproduzimos na íntegra estava assim disposto:
Dentro da política de inclusão digital do Governo Federal, a Escola Municipal Mário Trindade Cruz, da cidade de Pirambu foi à única da rede contemplada com um laboratório de informática.
Na rede estadual eles são chamados de Laboratórios de Tecnologias Educacionais – LTE’s, e Pirambu têm o Colégio Estadual ‘José Amaral Lemos’ contemplado com 10 computadores. Na rede municipal, seus articuladores (professores destacados para coordenar as atividades dos centros de inclusões) o chamaram de Laboratório de Mídias, dando uma dimensão mais ampla ao projeto que em seu primeiro ano de atividades constituiu-se em um referencial no âmbito da Diretoria Regional de Educação – DRE’ 04.(sediada na vizinha cidade de Japaratuba).
Os computadores chegaram à escola entre o final de 2006 e início de 2007, mas só foram instalados no início de 2008, graças ao empenho da direção que tinha a frente à professora Cláudia Tavares e daqueles que seriam seus futuros articuladores, entre os quais se incluem os professores Diógenes Almeida, Agnaldo Silva e Dayse Dória.
A escola ganha o mundo
Ao longo do ano letivo de 2008 foram inúmeras as ações desenvolvidas pelo Laboratório de Mídias, que foi além dos computadores. O LM ‘invadiu’ o pátio, as salas e ruas da cidade, com projetos no campo das artes, do meio ambiente, da cultura e da cidadania, cumprindo um papel que o tornou uma das mais bem sucedidas experiências pedagógicas na rede municipal.
Rádio Trindade
Um dos seus principais frutos foi a Rádio Trindade, bastante elogiado durante a Oficina de Rádio desenvolvida em Pirambu pelo Projeto ‘Mídia Jovem’ da Secom/SE, no período de 26 a 30 de janeiro de 2009.
Herói da resistência
Atualmente o Laboratório encontra-se desativado, depois de sobreviver às turbulências políticas (período Moacir e Antônio Santana), a enchentes que alagaram a escola e a falta de vontade política da equipe gestora que esteve à frente da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) até 31 de dezembro de 2008. O que nos surpreende de forma positiva é a que o Laboratório de Mídias da Escola Municipal Mário Trindade Cruz conseguiu estes êxitos sem estar conectada a internet, uma vez que esta não era prioridade da gestão passada.
Internet chega à escola
A boa nova é que a internet chegou finalmente a Escola Municipal Mário Trindade Cruz. Graças ao empenho da secretária municipal de educação, professora Maria de Lourdes Cardoso Gouveia (Lurdinha) e da diretora da escola, professora Acácia Dias da Cruz, atendendo ao pleito da equipe de articuladores, de professores e estudantes, iniciou a instalação de internet banda larga (via rádio) na escola. “A princípio na sala da direção, por já contar com computador pronto para receber a linha. Num segundo momento, a internet será instalada no laboratório de mídias”, comemora Acácia uma das primeiras de uma série de conquistas de sua gestão.
Roteador wireless
Diz o ditado popular que ‘quando é dado o dedo, querem a mão inteira’. Vamos fazer valer esta máxima. Na escola existem vários professores que possuem computadores portáteis, utilizando esta ferramenta como instrumento de trabalho. Fica uma sugestão: que o setor de informática da prefeitura, que tem se mostrado eficiente, veja a possibilidade de instalar um roteador wireless de modo que a escola entre em rede e disponibilize a internet não só no laboratório de mídia, que deverá passar por reparos antes de conectá-lo a internet, mas para os professores que podem acessar a internet em suas respectivas salas de aulas, aproximando este recurso fantástico dos estudantes da maior escola da rede municipal de ensino. Isso desoneraria os profissionais de ensino que recorrem a modem de uma operadora de celular. De qualquer forma, a inclusão pela informática é um caminho que Pirambu deverá continuar trilhando’.
Enquanto isso no território livre da educação...
Passados cerca de três meses da atual gestão da educação, chegamos a algumas conclusões, nem sempre aquelas que acreditávamos no início da administração, a qual torcemos para que dê certo.
A mais visível é que não está na ordem de prioridade da secretaria municipal de educação, e aqui vamos preservar os nomes para que a eles sejam dadas as chances necessárias de provar que estamos equivocados, a inclusão digital na educação pública municipal, mesmo diante de profícuo trabalho pedagógico desenvolvido em 2008, cuja ação refletiu no conjunto das ações pedagógicas na região, como uma das mais bem sucedidas experiências na região compreendida pela DRE’ 04.
Co-responsabilidade quebrada
Ao aderir ao Programa do ProInfo, uma das responsabilidades do município seria de profissionalizar três professores articuladores e os colocar a frente do LTE (Laboratório de Tecnologias Educacionais), na Escola Municipal Mário Trindade Cruz, chamado de Laboratório de Mídias, pela ampliação de sua ação para além da utilização da ferramenta micro-computadores. Foram profissionalizados os professores Flávia (manhã), Dayse Anjos Dória (tarde) e Diógenes Almeida (noite). Estes professores teriam uma carga horária completa, dedicação exclusiva ao LTE, participariam das ações gerais do Proinfo na região, desenvolvendo suas ações no âmbito da instituição.
Rompendo esta prerrogativa e sem uma justificativa plausível, a secretaria de educação arrancou duas professoras, sendo uma remanejada para a sala de aula (Flávia) e outra para a direção de uma escola na zona rural (Dayse). Isso poderia ter sido feito, desde que dois novos professores, devidamente habilitados em concurso, fossem convocados, colocados na sala de aula e remanejados dois novos profissionais da escola para o LTE – e a fila está aí sem andar, provocando incontáveis prejuízos a educação pública municipal.
Disparidades e distorções
O argumento foi o mais estapafúrdio já defendido, que não poderia deixar uma turma sem professor, sob pena de ter que efetivar um novo professor (e pode é?). Enquanto isso, na última semana foi efetivado um professor, que não tem culpa de ter sido convocado, para não só atuar no magistério público municipal, mas já assumir desde a última sexta-feira, 20, a direção da Escola Municipal João Francisco dos Santos, no povoado Aningas. Daquela escola já foram remanejados dois professores, um para assumir a direção da Escola Municipal XV de Novembro em Alagamar e outra para a Escola Municipal Mário Trindade Cruz, em Pirambu.
Já da escola Esther Ribeiro Dantas, do povoado Redonda, uma professora foi transferida arbitrariamente, ex-offício (instrumento que nos lembra prática da ditadura militar de triste memória), para a sede municipal, contrariando sua vontade como professora com mais tempo na instituição. Se houvesse que se fazer uma remoção, esta tem que obedecer critérios, e estes tem jurisprudência para que sejam adotados.
Remanejamentos ex-offícios tem sido uma constante nesta administração, e não diga que é para evitar o chamamento de novos profissionais, pois isso tem sido feito quando é para proteger um aliado político, mesmo que tenha que ferir o limite de vagas previsto no Concurso Público 01/2007, dando um ‘tapa na cara’ na lei que prevê que dentro do número de vagas, devem ser chamados profissionais habilitados em concurso.
Para evitar que a fila ande, e o Ministério Público está de olho nesta demanda, professores tem sido remanejados ex-ofício dos povoados para a sede do município, outros tem sido contratados sem que tenham sido habilitados em concurso público, mais uma vez mostrando não só o desrespeito as leis, bem como promovendo abuso de autoridade, contrariando os valores preconizados pelo prefeito José Nilton de Souza, que acreditamos estar alheio diante de tamanhas disparidades e distorções que tem deposto contra seu governo de esperançado povo.
Durante toda esta semana tentamos falar com a secretária de educação, professora Maria de Lourdes Cardoso Gouveia, mas a informação que nos foi dada é que ela juntamente com outras secretárias de educação sergipanas participava de um Congresso na capital Alagoana. Esperamos que ela não só tenha espairecido mas, principalmente, retorne com uma resposta que não precisa ser dada a este portal, mas a sociedade pirambuense, cuja paciência, estar no limite. Outrossim, este espaço está sempre aberto aos pleitos da administração municipal para estes e outros esclarecimentos que se fizerem necessários.
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* Claudomir Tavares (40) é professor de História, Sociedade e Cultura da rede pública municipal em Pirambu
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