6 de mar. de 2011

PIRAMBU: O Carnaval da Resistência

Nem o fiasco da programação impede sucesso do Carnaval de Pirambu

Por Claudomir Tavares [claudomir@tribunadapraia.net]

Houve tempo em que o Carnaval de Pirambu começava na quarta-feira que o antecedia e só terminava na quarta-feira de cinzas. Eram mais de 200 horas de shows e um público média diário de 30 a 40 mil pessoas em uma cidade cuja população do município (aí incluindo os povoados) é de pouco mais de 8 mil. Mas este tempo já passou e a cidade passou a dividir o título de melhor Carnaval de Sergipe não apenas com Neópolis, no Baixo São Francisco, mas com os carnavais ascendentes de Atalaina Nova (Barra dos Coqueiros), Caueira (Itaporanga D’Ajuda) e Abaís (Estância), além de Aracaju, que a retomada do Rasgadinho de Seu Leopoldo revive seus grandes carnavais.

A cidade que até 2002 aglutinava um público que permanecia por aqui da sexta-feira à tarde ou sábado até à tarde da terça-feira ou manhã da quarta-feira de cinzas, que se hospedavam em casas alugadas, agora reunia um público flutuante, condição permitida com a inauguração da ponte da Amizade (sobre o Rio Japaratuba) que liga os municípios de Pirambu a Barra dos Coqueiros. Isso se acentuou a partir do Carnaval de 2007, quando cai consideravelmente o número de foliões da noite, em contraste com o público que frequentava a cidade pelo dia, nos tradicionais arrastões que reuniam por dia entre 20 a 30 mil pessoas, com picos naqueles puxados pelo “Rei do Carnaval” Cid Natureza. (Sobre sua ausência no Carnaval, o Conselheiro Reinaldo Moura disse que via isso “como uma grande injustiça contra um artista que chegou a reunir até 30 mil pessoas nos arrastões em Pirambu”). É que aquele foi o primeiro ano da “Ponte Zé Peixe” que ligou Aracaju a Barra dos Coqueiros.

A partir de 2008, com o advento da “Intervenção” de triste memória, o Carnaval de Pirambu definha definitivamente, pois a programação fora anunciada tardiamente, o volume de investimentos não fora o anunciado e os foliões se dividiram entre os vários destinos momescos sergipanos. Essa tendência se manteve nos anos 2009, quando a Tribuna da Praia estampou em sua primeira página “Perde fôlego o Carnaval de Pirambu”. Em 2010 o Pirambeach devolveu o fôlego ao Carnaval, mas a grande frustração deu-se em 2011, quando o Governo do Estado, principal patrocinador da festa, diminuiu de R$ 350 para R4 100 mil o repasse, peando o município que não se organizou para assumir a realização da festa de surpresa.

A programação do Carnaval de Pirambu só fora divulgada na segunda-feira, 28/02, com absoluta exclusividade pela Tribuna da Praia. Milhares de foliões que já haviam definido seu destino para Pirambu, a esta altura do Carnaval já o havia alterado para outras cidades, ganhando assim a preferência a cidade de Neópolis, que havia divulgado sua programação uma semana antes, Ficava, da parte de todos nós, a grande expectativa: o Carnaval de Pirambu havia chegado ao fim?

A festa começava de forma tímida na sexta-feira, 04 de março. A cidade reunia um público igual ao de um final de semana prolongado, o que dentro da razoabilidade era considerado normal diante do que se preparava de atrações e de falta de planejamento prévio. Já no sábado, era grande o número de veículos, foliões que se dirigiam a cidade ou por esá próximo de Aracaju, pela sua praia que nessa época se apresenta convidativa ou por serem pessoas que já haviam se organizado com tamanha antecedência. O fato é que neste domingo era grande o volume de pessoas na praia, nas ruas e agora a noite na Praça de Eventos.

Durante a manhã de hoje pudemos coletar alguns depoimentos, disponibilizamos em nosso Twitter (http://twitter.com/claudomir_21) e os reproduziremos abaixo:

“Estão acabando com o Carnaval de Pirambu. Sem bandas, sem estrutura, sem divulgação, sem arrastões”, Eliane Moura (Aracaju/SE).

“Está melhor assim. Os arrastões só arrastam o que não presta”, Rui Bolivar (Pirambu/SE).

“Ninguém sentiu falta da CPRv nem da CPTran em Pirambu, pois aquilo não faz blitz, faz pagar pedágio”, Eliane Moura (Aracaju/SE).

“Apesar do que previam, o movimento em Pirambu no domingo de Carnaval, não deixou a desejar. Muita gente, muitos veículos”, Cláudia (Aquidabã).

“Vejo que o grande chamariz desta cidade é a praia, o sol, a tranqüilidade”, Valter Carvalho (Caruaru/PE).

“Ninguém merece o barulho provocado pelas motos desses marginais. Contra eles a polícia bandida não age, corrobora”, Luizinho (Aracaju/SE).

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