10 de nov. de 2009

...::: FIQUE DE OLHO: Santa Cruz sagra-se Campeão Amador de Futebol em Pirambu

Equipe de Aguilhadas confirmou favoritismo e conquista campeonato promovido pela prefeitura de Pirambu em parceria com clubes de futebol
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br




Confirmando todos os prognósticos, a equipe do Santa Cruz do povoado Aguilhadas, distante 5 km da sede do município, foi a grande vencedora do Campeonato Municipal de Futebol Amador de Pirambu. O clube que teve o apoio do Banco do Estado de Sergipe (Banese), através de intermédio do professor Jackson Souza Rabelo (Som), enfrentou no último sábado, 07 de Novembro, a equipe do Futebol & Cerveja, o caçula do campeonato, criado pelo jovem Artur Mendonça, empatando no tempo normal em dois gols. Nas cobranças de pênaltis, o clube que se credencia como o mais forte de nosso município, levantou a taça ao marcar quatro vezes, contra duas do F & C. Para chegar a condição de Campeão Municipal, o Santa Cruz obteve nas fases anteriores (classificatória e semifinal) 100% de aproveitamento, vencendo ao todo poderoso Guarany (2 X 1) em 10/10, ao Esperança (2 X 1) em 18/10, ao Futebol & Cerveja (4 X 2) e ao Goiás (2 X 1) em 01/11.

:: 3º Colocado

Na decisão do 3º e 4º lugares, realizada no mesmo domingo, o glorioso Santos, que esbarrou no Futebol & Cerveja e não chegou a grande final, teve que contentar-se com o a terceira colocação, vencendo ao Goiás (não entendemos porque esta homenagem, se ao time goiano ou ao estado Central) por 1 X 0.

:: Premiação

Campeonato patrocinado pela prefeitura de Pirambu, que inviabilizada de entrar com valores financeiros, em função de não haver dotação orçamentária (falta de previsão no Orçamento Financeiro aprovado em 2008), cada clube (campeão, vice-campeão e terceiro colocado) recebeu da administração municipal fardamento completo (camisa, shorts e meiões), troféus e medalhas. Cotizado entre os clubes, os R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) foram divididos em duas partes, cabendo dois terços (R$ 800,00) ao Santa Cruz, campeão do torneio e um terço (R$ 400,00) ao Futebol & Cerveja, vice-campeão.

:: Artilheiro

O atacante Tonton, do Futebol & Cerveja, foi laureado com a premiação de Artilheiro da competição, ao marcar 5 gols. Segundo a organização do campeonato, não houve premiação para o goleiro menos vazado em função do campeonato não ter sido disputado no sistema de pontos corridos.

:: Quarentão

Teve início na manhã do último domingo, 08/11, o Campeonato Sergipano de Futebol Máster (quarentões). O município de Pirambu está sendo a sede do Grupo do Leste Sergipano, que envolvem as seleções de Carmópolis, Pirambu, Muribeca e Propriá. A inclusão de Propriá deu-se em substituição a Japaratuba, que boicotando o município de Pirambu, preferiu disputar pelo Baixo São Francisco, sediado em Propriá. Percebendo a facilidade, a presença de praia e identidade com nossa cidade, os irmãos de Propriá não titubearam e aceitaram a permuta. Na primeira rodada, Carmópolis deu um chocolate em Muribeca, marcando 7 vezes, contra o gol de honra do adversário. No jogo principal, o time de Propriá, que reúne veteranos do Propriá e do América não tomou conhecimento de Pirambu, que caiu de 4 X 0.

:: Pirambu Adventure

Promovido pela prefeitura de Pirambu e realizado pelas equipes Maré Alta e Selva, o 1º Pirambu Adventure foi um sucesso, atraindo para nossa cidade, competidores de Sergipe e de outros estados. Realizado no último domingo, das 08 às 18 horas, totalizando mais de 09 horas, a ‘Odisséia Pirambu’ envolveu as modalidades (vamos dar os nomes conhecidos) de rapel, canoagem, natação, caminhada, ciclismo e orientação (não necessariamente nesta mesma ordem). Os resultados finais foram os seguintes: Categoria TURISMO: 1º – Zona Alvo 1, 2º – Zona Alvo 3 e 3º – Zona Alvo 2. Categoria AVENTURA (Duplas): 1º – Calangos, 2º Sprint Fit e 3º – Qualidade de Vida. Categoria aventura (Quarteto): 1º – Taus, 2º – Onça Aérea e 3º – Cavec.

:: Davi Teles:

Competindo pelo Sergipe Open de Surf, o surfista Davi Teles, patrocinado pela prefeitura de Pirambu ficou em segundo lugar na categoria Open, vencendo a Expression Secion (melhor manobra).

:: VII Jogos Internos do MTC

Encontram-se abertas deste ontem, 09, indo até a próxima sexta-feira, 14, junto aos estudantes dos 3º Seriados A e B (Ensino Médio) as inscrições para os VII Jogos Internos do MTC (Mário Trindade Cruz). Os jogos propriamente ditos serão realizados no período de 25 a 27 de Novembro de 2009, sendo disputados nas modalidades Atletismo, Voleibol, Futsal e Queimado, devendo participar alunos a partir da 4ª Série do Ensino Fundamental.

:: Festival de Futsal e Queimado

Já no dia 28 de Novembro de 2009 a Escola Municipal Mário Trindade Cruz realizará o 1º Festival de Futsal e Queimado para os alunos da 1ª a 3ª Séries do Ensino Fundamental. O evento está marcado para as 08 horas, na quadra da escola e contará com a participação de cerca de 200 alunos/atletas, desenvolvendo atividades esportivas, tendo o apoio dos professores de sala de aula e de Educação Física, estendendo-se até às 11:30 horas. Segundo o professor Alysson Shigeaki, responsável pelo evento, “será uma outra experiência e aguardamos ansiosos para que seja um sucesso”, prevê.

:: Mural de Recado:

“É preocupante as noticias dos eventos "chiques"- os famosos "Turismos de Eventos"... fora da realidade de Pirambu. Contradição: ruas esburacadas, escolas depedradas, posto de saúde sem os serviços básicos de primeiros socorros, sem ambulâncias, PETI sem funcionar - há um mês etc...etc...Pirambu precisa de uma "bola de cristal" URGENTE. O povo está ficando "ROSA CHICLETE"com tudo isso..."É a TREVA!!!!" Concordo com você Thiagony quanto ao comentário das condições financeiras...” (Tereza Cariri)

:: Frase do dia:

“Um grama de ação vale mais que uma tonelada de teoria”. (Friedrich Engels)

:: Anteriores:

10/11/2009 – Santa Cruz sagra-se Campeão Amador de Futebol em Pirambu
02/11/2009 – Rogério Carvalho? Nem com reza braba!
27/10/2009 – 1ª Conferência Intermunicipal de Educação do Baixo São Francisco
23/10/2009 – Professores de Pirambu entram em greve por tempo indeterminado
19/10/2009 – Paulo Britto pode renunciar e Zé Américo assumir prefeitura de Propriá
16/10/2009 – Príncipe Imperial do Brasil visita cidade de Propriá neste sábado
11/10/2009 – Vereador Aelson Santos preocupado com falta de apoio as ações da UNIT
09/10/2009 – Papagaio come milho, periquito leva a fama
05/10/2009 – Carlos Amaral renuncia supersecretaria
02/10/2009 – Juci Santana – eficiência, competência e dinamismo a frente da SEFIN ...
30/09/2009 – Rui Brandão: um vereador cujo mandato está a frente do seu tempo
24/09/2009 – Ocupantes do Reinaldo Moura devem desocupá-lo até o dia 14...
23/09/2009 – Américo imprime seu ritmo em Propriá
22/09/2009 – Pe Geraldo foi contratado para tirar os pecados do governo Déda
31/08/2009 – Quem será o novo presidente do PT em Pirambu?
18/08/2009 – Nada mais parecido com um João ou Albano que um Déda no poder

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7 de nov. de 2009

Concorrida posse do padre Natale Brambilla em Pirambu

Novo pároco de Pirambu tem como principal característica a simpatia e simboliza a relação histórica de amizade em brasileiros e italianos
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br


Depois da emoção na despedida do padre Jideilton Lima no último sábado, 31/10, os católicos de Pirambu retornaram a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Lourdes para prestigiar a posse do mais novo pároco de Pirambu, o italiano Natale Brambilla, ocorrida no último domingo, em Missa Solene celebrada pelo Bispo Diocesano de Propriá, Dom Mário Rino Sivieri, assim como Brambilla, também italiano.

Natural de Milão, Natale Brambilla terá a tarefa de conduzir o rebanho católico nos próximos anos. Um desafio que será exercido com maestria, considerando a simpatia, cordialidade e capacidade de relacionar-se do novo pároco. Ele substitui um padre, Jideilton Lima, que teve sua passagem marcada pela constante presença, envolvimento nas questões sociais de Pirambu, uma espécie de remanescente da Teologia da Libertação, da qual fizeram parte Dom Paulo Evaristo Arns (arcebispo de São Paulo/SP)), Dom Elder Câmara (Bispo de Olinda/PE), Dom José Brandão de Castro (Propriá/SE), Dom Pedro Casadáliga (Goiânia/GO), entre outros em todo o Brasil.

A comunidade católica de Pirambu não é afeita as comparações, apenas respeitando o comportamento de cada padre, sabendo que cada um, em seu tempo, deram suas insuperáveis contribuições, a exemplo dos padres Cláudio, Gerard Olivier, Etiene Lamaire, Edinaldo Oliveira, Raimundo Pereti, Givaldo Rocha, Jideilton Lima, só para citar aqueles cuja passagem foram mais visíveis.

“A paróquia Nossa Senhora de Lourdes se alegra com a chegada de nosso novo pastor, Padre Natale Brambilla”, assim saudavam através de uma faixa estendida na frente da Igreja Matriz, a comunidade pirambuense, através dos católicos. Junto com o bispo Dom Mário, vários padres compareceram ao ato em que o padre Natale Brambilla renovou seus votos, entre eles os padres Enaldo (Japaratuba), Nanai (Assentamento 13 de Maio), Fábio (Pacatuba), Maurício (Canhoba e Amparo), Messias (Muribeca), Ednaldo (Graccho Cardoso), além de seminaristas, diáconos e ministros da Igreja Católica de Pirambu e convidados. Delegações de várias cidades vizinhas na Diocese de Propriá também vieram a Propriá prestigiar a posse do novo padre. Na Homilia, o bispo Dom Mário disse, referindo-se ao padre Natale que na Bíblia consta que disse Jesus: “eu não vim para ter privilégios, mas para servir”. Segundo bispo, “ser discípulo é servir” e este deve ser o papel de um padre. No Dia de Todos os Santos, o bispo fez referências aos Santos Anônimos, conforme ilustração do Semanário Litúrgico Catequético ‘O Domingo’. Sobre o padre Jideilton Lima, o bispo disse que ele “Pirambu não está se despedindo dele, mas enviando para outra tarefa evangelizadora”, esclareceu.

Em seguida, a posse do novo padre concretizou-se com a renovação dos votos, recebimento das chaves da Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, do Sacrário, consumando a posse. O ofertório foi dividido em dois momentos. No primeiro, o bispo Dom Mário recebeu símbolos e referendas como bandeiras, banners, imagens de padroeiros dos povoados, como Santo Antônio (Lagoa Redonda), Nossa Senhora da Conceição (Aguilhadas), São João (Maribondo), Santa Rita (Bebedouro), Santa Izabel (Santa Izabel), São Sebastião (Alagamar) e Nossa Senhora de Lourdes (Pirambu). Na segunda parte, fiéis entregaram produtos e alimentos ao padre Natale Brambila, numa prova de devoção, gratidão e boas vindas ao novo padre. A missa que teve início por volta das 09h30m in, estendeu-se por mais de duas horas, não sendo registrada uma única pessoa arredando pé do local sagrado dos católicos.

A Tribuna da Praia, ao tempo em que agradece aqui ao padre Jideilton Lima o muito que fez em nossa cidade, dá as boas vindas ao nosso novo padre, desejando-lhe muita luz e que faça um trabalho evangelizador do tamanho da expectativa dos católicos de Pirambu e isso sabemos que ele corresponderá. Em breve publicaremos neste espaço entrevista com o padre Jideilton Lima, fazendo assim um balanço de sua passagem a frente da Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes e com o padre Natale Brambilla, inclusive onde ele estava quando Paulo Rossi sapecou três gols no Brasil, marcando a consolidando a arrancada para a conquista da Copa do Mundo de 1982 e em um jogo entre Milan e Internazionale, de que lado ele está? De nossa parte, acreditamos que ele seja torcedor no Brasil da equipe do Flamengo, pois como diz o adágio popular, “se é Flamengo, Deus de abençõe, se não for”, Deus te perdoe”. Seja bem vindo abençoado!

A Ditadura Militar e seus reflexos na sociedade propriaense (1960-1970)

Palestra reuniu estudantes e professores em Propriá


Aconteceu na tarde de ontem, 05, Dia Nacional da Cultura e da Ciência, no Colégio Estadual Joana de Freitas Barbosa, na cidade de Propriá, distante 98 km de Aracaju, uma palestra proferida pelo historiador e militante político José Alberto Amorim, secretário municipal de Administração e recém-licenciado em História pela Universidade Estadual Vale do Acaraú. Durante mais de duas horas, Amorim apresentou os resultados da pesquisa que lhe conduziu a elaboração do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), denominado “A Ditadura Militar e seus reflexos na sociedade propriaense (1960-1970)”. Antes da palestra de Amorim, cuja coordenação estava sob a responsabilidade do professor Claudomir Tavares (História), idealizador do Projeto, uma mesa composta pelos professores José Jussier Ferreira, historiador e coordenador pedagógico, representante da direção da instituição e Antônio Pereira, ativista sindical nas décadas de 80 e 90, representando os professores da escola, foi formada, abrindo oficialmente o evento que reuniu cerca de 100 estudantes, vários professores e convidados no Auditório do Joana de Freitas Barbosa.

Um mundo polarizado – Amorim iniciou sua fala dizendo que os fatos e eventos históricos não acontecem como um ‘estalo’, discorrendo sobre ‘A ditadura militar no Brasil: a História em cima dos fatos”, situando o momento diante da conjuntura internacional que colocou em lado opostos ex-aliados na Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS), idealizadores respectivamente da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e Pacto de Varsóvia, abrindo oficialmente o que ficou conhecido como Guerra Fria. Daí, ele voltou-se para a América Latina, destacando-se a Revolução Cubana de 1º de janeiro de 1959, que teve como principais líderes Fidel Castro e Ernesto Che Guevara. Em seguida Amorim historiou o que significou os governos de Juscelino Kubitschek de Oliveira, Jânio Quadros e João Goulart, chegando finalmente ao regime de exceção, a Ditadura Militar “cujos males é preciso que a gente se reporte para que nunca mais voltem a acontecer no Brasil nem no mundo”, disse Amorim.

Cruel, desumano e degradante – Sobre a implantação do Regime Militar, Amorim afirmou que “grande parte das pessoas concordaria com o conceito de regime político,onde é privilégio de um ou de poucos comandar o governo sem atender aos apelos do povo”. Acrescentou que as perseguições e as manifestações da sociedade brasileira, “a repressão no Brasil, durante a era de chumbo, é a principal identidade deste período, onde todos que não comungassem com as idéias do regime, estariam propensos a retaliações de vários matizes, fossem políticos, estudantes, intelectuais, artistas, militares, profissionais liberais, ninguém estava livre das garras das ‘arapongas’, sendo os membros das ligas camponesas, no Nordeste, alvos preferenciais da repressão”, acrescentou. O AI-5, que para Zilda Junqueira, era “cruel, desumano e degradante”, foi o maior símbolo de repressão deste período.

Do Brasil a Sergipe – Coube ao propriaense nascido em 1917, João de Seixas Dória, o papel de maior protagonista da ditadura militar em nosso estado, Ex-udenista, elegeu-se no projeto de oposição a Leandro Maciel e manteve-se fiel ao presidente João Goulart. Foi arrancado do poder e enviado como preso político a Ilha de Fernando de Noronha. “Nos anos de 1950 o Estado foi gerido por políticos da UDN. João de Seixas Dórea, um ex-udenista que se interessava pelos problemas sociais, enfrentando a reação dos proprietários rurais”, falou José Amorim. O historiador descreveu a queda de Seixas Dórea, a repressão do governo militar e a reação da sociedade sergipana.

Cidade progressista – Depois desta explanação, “necessária para entender o que ocorreu em Propriá’, disse, Amorim voltou-se para a cidade de Propriá, uma cidade progressista, líder da economia do Baixo São Francisco, sendo na época a segunda maior economia do estado, atrás apenas da capital, Aracaju. Amorim fala em seguida da organização social e política de Propriá, destacando a forte presença do moimento sindical, dos estivadores, dos têxteis, entre outros. “Propriá sempre se colocou como uma resistência ao autoritarismo. A polarização sempre foi o forte em Propriá: UDN X PSB, ARENA X MDB, PFL X PT, Amarelo X Vermelho”, testemunha Amorim.

Cidade Sitiada – “No dia 1º de Abril de 1964, quando ia pegar o leite, me surpreendi com centenas de soldados que teriam vindo de Aracaju em 10 ônibus da Bomfim. Corri, derramei o leite, amassei o balde. Propriá amanheceu sitiada. No dia 04 de abril daquele ano o governador João de Seixas Dória foi afastado oficialmente, depois de uma entrevista na Rádio Difusora (atual Aperipê). Já no dia 08 de abril, foi a vez do prefeito de Propriá, o progressista Geraldo Maia ser cassado. Era a operação de combate a subversão”, descreveu Amorim. “A ditadura não fez vítimas somente aqueles que foram indiciados, mas aos seus parentes”, referindo-se a esposa do sindicalista Noílio e do vereador Lila, ambos presos, perseguidos, vítimas deste regime do terror.

Citando Vandré – Amorim fez referências a artistas, intelectuais, músicos que com sua obra expressaram-se em nome do povo brasileiro. Muitos deles foram presos, torturados, como Geraldo Vandré, autor daquele que foi considerado o ‘Hino da Resistência’, a célebre ‘Para não Dizer que não Falei de Flores’:

“Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não,
Nas escolas, nas ruas, campos, construções.
Caminhando e cantando e seguindo a canção,
Pelos campos a fome em grandes plantações,
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo canhões.

Vem, vamos embora que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora não espera acontecer.

Vem, vamos embora que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora não espera acontecer.

Há soldados armados, amados ou não,
Quase todos perdidos de armas na mão,
Nos quartéis lhes ensinam antigas li ções,
De morrer pela pátria e viver sem razão.

Nas escolas, nas ruas, campos, construções,
Somos todos soldados, armados ou não,
Caminhando e cantando e seguindo a canção,
Somos todos iguais braços dados ou não.

Vem, vamos embora que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora não espera acontecer.

Vem, vamos embora que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora não espera acontecer.

Os amores na mente, as flores no chão,
A certeza na frente, a história na mão,
Aprendendo e ensinando uma nova lição,
Caminhando e cantando e seguindo a canção.

Vem, vamos embora que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora não espera acontecer.

Vem, vamos embora que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora não espera acontecer.”

A ditadura em debate – Em seguida abriu-se o debate, onde professores e estudantes fizeram perguntas ao palestrante. Os professores Eraldo e Jussier deram testemunhos do período e parabenizaram a Amorim pela sua brilhante explanação. A estudante Bruna Mecenas (3º Seriado A) fez uma pergunta por escrito, enquanto que os estudantes Christian Gomes (3º C) e Rivaldo Batista (3º B) expressaram-se verbalmente. A estudante Edlin Torres leu um texto elaborado em conjunto com o colega Itamar Sávio (ambos do 3º B). Participaram da palestra estudantes dos 3º Seriados, acompanhados dos professores Regina (Educação Física), Marcelo (Geografia) e Ana Lucia (Língua Portuguesa) e Creuza (Matemática), que conduziu até o local seus estudantes do 2º Seriado. Professoras de outras escolas prestigiaram com suas presenças a palestra de Amorim, entre elas Enercila (Colégio Estadual João Fernandes de Britto e Solange (Colégio Estadual Graccho Cardoso).

Ampliando o debate – Após a finalização da palestra, foi sugerido a ampliação para as turmas da noite, pela importância do tema, principalmente por se tratar de um conteúdo obrigatório da IV Unidade do Plano de Ensino de História e do Vestibular da Universidade Federal de Sergipe (UFS), acrescentando ainda que a palestra poderia ser levada para outras escolas que naturalmente demonstrarem interesse. Ele concluiu sua fala agradecendo o convite, parabenizando o professor Claudomir pela iniciativa, citando finalmente versos do dramaturgo alemão Bertoldo Brecht:

“Primeiro levaram
Os comunistas
Mas eu
Não era comunista
Em seguida levaram os operários
Mas eu não era operário
Depois, detiveram os sindicalistas
Mas eu não era sindicalista
Logo depois prenderam os padres
Mas eu não sou religioso
Também não me importei
Agora eles estão
Levando a mim
Mas já é tarde...”

4 de nov. de 2009

ARTIGO: 30 Anos da Escola Mário Trindade Cruz



Ela é a maior e mais representativa da rede municipal de ensino em Pirambu
Por Claudomir Tavares * | claudomir@infonet.com.br


A Escola Municipal ‘Mário Trindade Cruz’, a maior e mais representativa da rede municipal tem passado ao longo destes 30 anos de História por uma série de transformações, sejam elas de caráter físico, pedagógico e administrativo. Sendo a maior, é natural que seja a que atrai as maiores atenções da sociedade, estando sempre ‘no olho do furação’, mas que tem sobrevivido as maiores turbulências, numa prova inequívoca de sua capacidade de superar desafios sucessivos e contínuos.

:: A Escola

Criada através da Lei Municipal Nº 52, de 17 de novembro de 1979, a ESCOLA MUNICIPAL MÁRIO TRINDADE CRUZ funcionou na Avenida Agostinho Trindade até 1984, sendo transferida para a Rua Manuel Amaral Lemos, onde nas sucessivas administrações passou por diversas ampliações, reformas e redefinições de seu perfil.

A ESCOLA MUNICIPAL MÁRIO TRINDADE CRUZ é a maior e mais representativa da rede municipal de ensino. Nela estão matriculados mais de 1500 estudantes (cerca de 60% do total de toda rede municipal) de todos os estudantes da rede, e lotados mais de 60 (algo em torno de 50%) professores e mais de 20 funcionários, entre pessoal da secretaria, de apoio, merendeiras e vigilantes (também algo em torno de 50% dos funcionários da educação na rede municipal)

Desde 2002 a ESCOLA MUNICIPAL MÁRIO TRINDADE CRUZ incorporou a Escola Estadual Leonor Barreto Franco, prédio pertencente à rede estadual, mas cedido ao município em regime de comodato, onde funciona a Educação Infantil. Ali, estão matriculadas 260 crianças, cujas aulas são ministradas por 15 professores. São 7 o número de pessoal de apoio, incluindo 2 merendeiras e 1 escriturário. Dois vigilantes prestam serviços na instituição.

Uma metamorfose na educação pública de Pirambu, a ESCOLA MUNICIPAL MÁRIO TRINDADE CRUZ iniciou suas atividades oferecendo as primeiras séries primárias, sendo ampliada para até a 4ª Série a partir de 1984. Em 1994, passou a funcionar na escola o Sistema Organizacional Modular do Ensino Médio – SOMEM, da Secretaria de Estado da Educação. O SOMEM funcionou até o ano 2000, passando a incorporar o Ensino Médio já vinculado ao Colégio Estadual José Amaral Lemos em 2001. Antes, em 1999 teve início a segunda etapa do Ensino Fundamental, oferecendo até a 8ª Série, formando a primeira turma em 2002. A partir de 2003 a escola passou a oferecer o Ensino Médio, formando as primeiras turmas em 2005 (Regular) e 2007 (Magistério).

Ao longo de sua trajetória, a ESCOLA MUNICIPAL MÁRIO TRINDADE CRUZ foi marcada pela sua parcial (ou total) dependência administrativa da Secretaria Municipal de Educação - SEMED, o que está sendo rompido naturalmente pela tomada de atitude dos atores sociais que a constroem. Para efeito de registro, consta da Galeria de Diretores os seguintes professores:

• Profº. Natanael dos Santos – 1979/1984
• Profª Mirian Ferreira de Matos Cruz – 1984/1990
• Profª Genilza Ferreira Lisboa Alexandre – 1990/2001
• Profº Claudomir Tavares da Silva – 2001/2002
• Profª Maria dos Santos Morais – 2002/2007
• Profº Antônio Edvaldo Dantas de Oliveira – 2007
• Profª Cláudia Tavares da Silva – 2007/2009
• Profª Acácia Dias da Cruz – 2009
• Profª Sônia Maria Santos – Desde 2009

Em nossos registros, consta a relação das nossas primeiras professoras, entre outras, a saber:

• Maria Júlia Cruz Daltro
• Joselita da Silva Almeida
• Acidália da Silva Ferreira
• Luciene Ferreira Nunes

:: Mário Trindade Cruz

Mário Trindade Cruz foi ex-prefeito do município de Japaratuba, a época em que o território de Pirambu estava a ele integrado e exerceu forte influência na vida sócio-político do Vale do Japaratuba como um dos mais influentes políticos da região. Seus filhos Juarez Lopes Cruz (primeiro vice-prefito de Pirambu) e Marcos Lopes Cruz e sua nora, Sílvia Maria de Vasconcelos Palmeira Cruz, foram prefeitos de Pirambu, após sua emancipação em 1963.

:: 30 Anos do Mário Trindade

Uma Comissão Especial, constituída pelos professores Claudomir Tavares, Salomão, Inês Batista e Maria da Paz, foi indicada na última Reunião Pedagógica realizada sexta-feira passada, 30/10, para formatar a programação dos 30 anos do Mário Trindade e apresentar para o conjunto da comunidade escolar que deverá celebrar com fervor esta data marcante na História da Instituição. A proposta será apresentada nesta quarta-feira, 04/11, quando os professores estarão reunindo-se em mais uma reunião para discutir o PDE da Escola.
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* Claudomir Tavares (41) é professor de História, Sociedade e Cultura da Escola Municipal Mário Trindade Cruz (Pirambu), de História, Filosofia, Sociologia e Cultura Sergipana no Colégio Estadual Joana de Freitas Barbosa (Propriá). Licenciado em História pela UFS, com Pós Graduação em Gestão de Recursos Hídricos (Aperfeiçoamento – Concluído / Cursando Especialização) pela UFS e Didática e Metodologia do Ensino Superior pela Faculdade São Luís de França. É presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, membro fundador da Sociedade Sócio-Ambiental do Vale do Japaratuba (SOS Rio Japaratuba), presidente municipal e secretário estadual de parlamentares do Partido Verde e Diretor-Fundador da Tribuna da Praia

Referência Bibliográfica:

SILVA, Claudomir Tavares da. “Da História da Educação em Pirambu: Mário Trindade – A metamorfose de uma escola em Pirambu”. Pirambu: Claudomir, 2009. Disponível em:

3 de nov. de 2009

Pirambu realizou 3ª Conferência Municipal de Cultura

Cultura, Diversidade, Cidadania e Desenvolvimento
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br


Em 2004 o município de Pirambu foi o primeiro no país a realizar a sua Conferência Municipal de Cultura. Em 2005, quando o Minc (Ministério da Cultura) promoveu sua primeira Conferência, cabendo aos municípios e aos estados realizarem suas conferências preparatórias. Naquele momento, ainda que a contra-gosto da secretaria municipal de Cultura, a conferência teve que ser denominada como sendo a segunda. Este ano, quando os a maioria dos municípios brasileiros realizam a segunda, uma parte deles realizam pela primeira vez, Pirambu entra para a História realizando sua 3ª Conferência Municipal de Cultura. “A nossa intenção é preservar a memória, reconhecer as experiências anteriores”, justifica o músico Luiz Teles da Silva, secretário municipal de Cultura.

A 3ª Conferência Municipal de Cultura de Pirambu aconteceu na última sexta-feira, dia 30 de Outubro, das 09 às 13 horas no Auditório da Câmara de Vereadores e teve como tema central “Cultura, Diversidade, Cidadania e Desenvolvimento”, o mesmo que está norteando as conferências municipais, estaduais e nacional. Contou com um número qualitativo de artistas, intelectuais e ativistas culturais. A jornalista Cadidja representou no evento a secretária de estado da Cultura, Eloísa Galdino. O integrante do Lariô da Tartaruga, José Maria de Oliveira representou os artistas e a comunidade de Pirambu. O pastor Geraldo Ferreira representou as igrejas de nossa cidade e coube a nós representar o seguimento ativistas culturais. Segundo a jornalista Cadidja, “29 cidades, incluindo Pirambu, estão realizando suas conferências municipais”, disse. “A intenção da secretária Eloísa Galdino é construir políticas de Estado, diferente de políticas de governo, que tem prazo de validade. Assim, cabe aos senhores e senhoras apresentarem para cada eixo 04 propostas municipais, 02 estaduais e 02 nacionais”, completa.

Representando as igrejas evangélicas, o pastor Geraldo Ferreira registrou sua identidade com o secretário Lula, registrando que em sua gestão á frente da secretaria de Cultura algumas coisas estão acontecendo. “Estamos compreendendo as dificuldades enfrentadas pela administração, mas mesmo assim Lula tem feito uma gestão com atitude, incentivando para que as coisas aconteçam”, testemunhou. Um dos mais atuantes integrantes da cultura popular em Pirambu, José Maria de Oliveira, representou a comunidade e disse esperar “que os delegados a serem eleitos participem da Conferência Estadual e fiquem até o fim”, espera o mestre.

O secretário Luiz Teles justificou as ausências do prefeito José Nilton de Souza e do presidente da Câmara Municipal, vereador Juarez de Deus Alves, acrescentando que ambos desejavam muito sucesso nesta conferência e compromisso com as resoluções que aqui fossem aprovadas. Ele acrescentou o esforço para realizar o evento, agradecendo as presenças dos que atenderam ao chamado para construir as propostas para construir políticas públicas culturais.

:: Apresentação Cultural

Coube ao Grupo ‘Impacto Profundo’, de hip-hop, a apresentação cultural, com músicas que farão parte de seu primeiro CD. O grupo, extensão dos ‘Irmãos de Ruas’, foi fundado em 2006 e tem a frente Gilvan de Andrade, o Breick.

:: Cultura, Diversidade, Cidadania e Desenvolvimento

Em nossa fala, registramos aquele momento como de uma importância histórica, pois enquanto outras cidades como Propriá realizam sua conferência pela primeira vez em 2009 e Japaratuba, ‘berço da cultura sergipana’, deixa de realizar sua conferência, “Pirambu realiza pela terceira vez, sendo um caso, possivelmente único no país”. Coube anos, convidados pelo secretário Lula fazer a intervenção inicial sobre o tema central da Conferência “Cultura, Diversidade, Cidadania e Desenvolvimento”. Falamos sobre as dimensões da cultura, preconizadas pelo ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil:

Dimensão Simbólica – A dimensão simbólica fundamenta-se na ideia de que é inerente aos seres humanos a capacidade de simbolizar, que se expressa por meio das diversas línguas, valores, crenças e práticas. Toda ação humana é socialmente construída por meio de símbolos que, entrelaçados, formam redes de significados que variam conforme os diferentes contextos sociais e históricos. Nessa perspectiva, também chamada antropológica, a cultura humana é o conjunto de modos de viver, que variam de tal forma que só é possível falar em culturas, no plural.

Adotar essa dimensão possibilita instituir uma política cultural que enfatiza, além das artes consagradas, toda a gama de expressões que caracterizam a diversidade cultural brasileira. Mesmo no âmbito exclusivo das artes, a concepção simbólica permite ampliar a ação pública para abranger todos os campos da cultura. Artes populares, eruditas e de massas são colocadas num mesmo patamar político, merecendo igual atenção do Estado, embora com programas, ações e projetos específicos e respeito ao comando constitucional que protege, de forma especial, as culturas populares, indígenas e afro-brasileiras (art. 215). Também é superada a tradicional separação entre políticas de fomento à cultura (geralmente destinadas às artes) e de proteção ao patrimônio cultural, pois ambas se referem ao conjunto da produção simbólica da sociedade.

Dimensão Cidadã – A dimensão cidadã fundamenta-se no princípio de que os direitos culturais são parte integrante dos direitos humanos e devem constituir-se como plataforma de sustentação das políticas culturais. A esse respeito a CF/88 é explícita: “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais” (art. 215). Contudo, esses direitos são ainda pouco conhecidos e frequentemente desrespeitados e subestimados, quando comparados aos direitos civis, políticos, econômicos e sociais, que gozam de maior reconhecimento. Por outro lado, o mundo contemporâneo, pós-Guerra Fria, está vendo emergir fatores de ordem política, social e econômica que estão conduzindo as questões culturais ao centro das atenções. Nessa conjuntura, definir e colocar em prática os direitos culturais é vital para o desenvolvimento humano e para a promoção da paz (ver pontos 2.3 e 3.1).

Dimensão Econômica - A dimensão econômica compreende que a cultura, progressivamente, vem se transformando num dos segmentos mais dinâmicos das economias de todos os países, gerando trabalho e riqueza. Mais do que isso, a cultura é hoje considerada elemento estratégico da chamada nova economia, que se baseia na informação, na criatividade e no conhecimento. A economia da cultura não pode mais ser desconsiderada pelas políticas governamentais, não só pelo que representa no fomento ao próprio setor, mas também por sua inserção como elemento basilar do desenvolvimento econômico geral.

:: Eixos Temáticos

Divididos em cinco grupos, ativistas, artistas e intelectuais de Pirambu debruçaram-se sobre os eixos temáticos, e após apresentação dos temas propostos nos textos, seguido de debates, apresentaram o seguinte conjunto de resoluções, que aqui vão reproduzidas na íntegra, como apresentados na Plenária Final:

EIXO I – Produção Simbólica Diversidade Cultural
Facilitadora: Jucileide Tavares (Escola Municipal Ester Ribeiro Dantas)

1. Criar políticas públicas de cultura que incentivem as comunidades deste município, incentivando-os a reconhecer as suas origens (indicar o povoado Alagamar).
2. Criar e manter espaços culturais para o desenvolvimento e divulgação das produções culturais (grupo, etc) no município
3. Divulgar a cultura do município no âmbito estadual através de eventos, encontros e feiras e meios de comunicação
4. Elaborar junto ao MINC projetos culturais de incentivo voltado para os jovens, que vise desviá-los de caminhos degradante a sua formação social
5. Incentivar no cronograma escolar atividades que favoreçam a cultura popular das próprias comunidades nas escolas, favorecendo a lei 10.639/2003 (que garante a obrigatoriedade de história e cultura afro-brasileira).
6. Criação do Conselho Municipal de cultura com representantes da gestão municipal e da sociedade civil.
7. Criação de uma rádio comunitária, que aprofunde as relações sócio-culturais com a comunidade
8. Favorecer capacitação para artísticos locais como forma de incentivo para divulgar as suas produções

EIXO II – Cultura, Cidade e Cidadania
Facilitadora: Tereza Cariri (Colégio Estadual José Amaral Lemos)

1. Espaços, Eventos e Instituições Culturais – Praça de Eventos; festejos juninos/escola, Clubinho da Tartaruga, Centro Comunitário: sede e povoados, Espaço Cultural ‘Ester do Amparo’ (CEJAL), Largo do Culturarte, Culturarte, Clubinho da Tartaruga, Largo do Culturarte, Praça de Eventos, Carnaval/Praça de Eventos, São João na Minha Escola/Espaço Ester do Amparo, Mostra Científica Cultural.
2. Cultura Popular – Lariô da Tartaruga, Ilariô de Pirambu, Reisado de Sabal, Banda de Pífano, Artesanato, Festejos Religiosos.
3. Cultura Contemporânea: Grupos de dança, bandas musicais, filarmônica, capoeira
4. Material: Clubinho da Tartaruga, Igreja Velha, Terminal Turístico, Parque Reserva Santa Izabel, Porto/Condepi.
5. Imaterial: Ugia, Quadrilhas.

EIXO III – Cultura e Desenvolvimento Sustentável
Facilitador: Marcelo Morais (Projovem Trabalhador)

1. Valorização e incentivo a cultura local
1.1. Criação do Espaço Cultural e melhoria na infra-estrutura
2. Divulgação das potencialidades culturais
2.1. Festivais: camarão, coco e mangaba
3. Escolas como agentes de incentivadores da cultura local
3.1. Incentivo a música, dança, teatro, folclore
4. Criação do Conselho Municipal de Cultura
4.1. Fiscalizar, sugerir, ser autônomo

EIXO IV – Cultura e Economia Criativa
Facilitador: Claudomir Tavares (Tribuna da Praia)

1. Ampliação e consolidação dos projetos e programas de valorização das culturas populares, incluindo aí os mestres de grupos, como o Reisado de Sabal, o Lariô da Tartaruga e Ilariô de Pirambu, elementos fundamentais para a permanência da nossa Memória, História e Tradição Cultural
2. Promoção de Eventos Culturais nos moldes do Projeto Assaim e Verão Sergipe.
3. Inclusão do Culturarte (único encontro que ainda não se deixou prostituir pela cultura de massa) no Calendário Cultural Sergipano, inclusive com dotação orçamentária
4. Reativar a Biblioteca “Lourival Bomfim”, com acesso a Internet
5. Criação de um Fundo Municipal de apoio a Cultura, destinado a subvenção aos grupos folclóricos tradicionais (Reisado, Ilariô de Pirambu e Lariô da Tartaruga), estendendo-se aos demais de forma gradativa (quadrilhas juninas, capoeiras, danças, grupos musicais).
6. Destinar dentro do Orçamento Financeiro de 2010, cuja previsão de receita é de R$ 18 milhões (dezoito milhões de reais), o percentual de 2% para a Política Cultural do Município, incluindo neste valor o Fundo Municipal (produção editorial – livros, folhetos, fonográfica - cd’s e audiovisual – dvd’s, etc).
7. Criação de Espaços Culturais (concha acústica – na Praça de Eventos ou lado esquerdo da EMTC), recuperação dos existentes (Quadra da Orla, Praça de Eventos/Pista de Skate), e retomar os que perderam suas funções sociais (Centro Comunitário)

EIXO V – Cultura e Desenvolvimento Sustentável
Facilitador: José Emerson Amaro

1. Criação do Conselho Municipal de Cultura
2. Criação do Plano Municipal de Atividades Culturais
3. Criação do Setor de Elaboração de Projetos (contratação de um técnico em projetos)
4. Instituto Cultural Municipal
5. Inserir o município no Plano Estadual de Cultura, bem como um membro no Conselho Estadual de Política Cultural
6. Criação de um Instituto Estadual de Cultura (folclórico cultural)
7. Reconhecimento e incentivo aos grupos folclóricos (cadastrando e disponibilizando recursos financeiros)
8. Ampliações de Editais de projetos na área cultural.

:: Delegados

O último ponto da 3ª Conferência Municipal de Cultura foi a eleição de delegados a 2ª Conferência Estadual de Cultura, que após as propostas apresentadas ficou assim constituída a relação: Poder Público: 1. Luiz Teles da Silva (secretário municipal de Cultura), 2. Tereza Neuma Munis Cariri (diretora do Colégio Estadual José Amaral Lemos), 3. Jucileide Tavares da Silva Correia (professora da Escola Municipal Ester Ribeiro Dantas) e 4. Marcelo dos Santos Morais (educador social do Projovem Trabalhador). Sociedade Civil: 1. Alexsandra Machado da Paixão (presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Pirambu), 2. Maria dos Santos Sales (presidente do Grupo Folclórico Ilariô de Pirambu), 3. José Émerson Amaro dos Reis (Grupo Unidos em Cristo/Renovação Carismática Católica), 4. Gilvan de Andrade (presidente do Grupo Irmãos de Rua/Hip-Hop), 5. Tânia Biriba dos Santos (artesã, poetisa, cantora e educadora social) e 6. Romualdo Ramos Dantas (músico). Pelo quanto de votos recebidos, pela saudação dos presentes, a poetisa Tânia Biriba foi referendada como uma das mais queridas personalidade do universo cultural de Pirambu. Ela foi uma unanimidade entre os presentes e estará representando o município de Pirambu na 2ª Conferência Estadual de Cultura.

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Xingó: uma aventura interdisciplinar no sertão

Estudantes de Propriá visitam Canindé do São Francisco/SE e Piranhas/AL
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br


Na última quarta-feira, 28 de Outubro de 2009, estudantes dos 3º Seriados A, B, C (Vespertino – Tarde), D, E e F (Noturno), embarcaram em uma viagem fantástica a Xingó (Canindé do São Francisco/SE e Piranhas/AL). Eles foram conduzidos pelos professores Claudomir Tavares (História e Cultura Sergipana) e Marcelo José Góis Ribeiro (Geografia). Denominado “Xingó: Uma viagem interdisciplinar no Sertão”, a excursão pedagógica constou de visita ao Sítio Histórico de Piranhas – Patrimônio Histórico Nacional, Museu do Sertão, Mirante do Século XX, Mirante da Chesf e Usina Hidro Elétrica de Xingó (Piranhas/AL) e Museu de Arqueologia de Xingó (Canindé do São Francisco/SE).

O Projeto “Xingó” foi idealizado em 2004, reeditado em 2006 e retomado em 2009, sempre executado de forma interdisciplinar, sendo contemplado ao longo destas etapas as disciplinas Sociedade & Cultura, Inglês, Geografia, Física, Química, Português, Geografia, História e Cultura Sergipana. Da primeira etapa participaram os professores Claudomir (Sociedade & Cultura), Fabíola (Inglês) e Gileninho (Geografia). Na segunda participaram os professores Claudomir (Cultura Sergipana), Fabíola (Inglês), Geovani (Química), Prazeres (Português) e Cezar (Física). Nesta última etapa, o projeto foi encaminhado pelos professores Claudomir (História e Cultura Sergipana) e Marcelo (Geografia). A matéria completa será publicada nos próximos dias com exclusividade em nosso site: http://www.claudomir.com.br.

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1 de nov. de 2009

Igreja do Evangelho Quadrangular: Uma Igreja para sua família

Dirigida pelo Pastor Geraldo, Igreja é a que m ais cresce e consolida-se em nossa cidade, atraindo dezenas de jovens, mulheres, homens e crianças de todas as idades
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br


Há oito anos, no dia 31 de Outubro de 2001 era instalada em nossa cidade, na Avenida Agostinho Trindade, a Igreja do Evangelho Quadrangular, instituição que, diferente do que se imaginava, não seria mais uma ‘igreja de crente’, como é popularmente taxada o surgimento de igrejas evangélicas pelos mal informados. Aos poucos a Igreja foi crescendo, ampliando-se para todas as classes sociais, idades, credenciando-se e hoje como aquela que mais cresce e consolida em Pirambu. Atualmente a Igreja do Evangelho Quadrangular está situada na Rua Elpídio Pereira, próximo a Praça de Eventos.

Na noite de ontem, 31/11, a confirmação do prestígio e da força da instituição religiosa com um Culto Comemorativo, presidido pelo pastor Geraldo Ferreira, que tem sabido com maestria conduzir o rebanho que tem crescido e se ampliado. Centenas de evangélicos, convidados de Pirambu e de Ilha das Flores, Japaratuba e outras cidades compareceram para solidarizar-se e confraternizarem-se, em pregações, louvores e muita música, nos mais variados estilos, destacando-se o Grupo Raízes Fiéis (Ilha das Flores), o Hip-Hop, Jovens Quadrangular e um show a parte do pastor Geraldo, que revelou-se (pelo menos para os que ainda não conheciam este dote), um eximo cantor e guitarrista.

Presentes ao Culto Comemorativo delegações das igrejas Batista, Brasil para Cristo e de outras igrejas de nossa cidade, que ao som de músicas conhecidas e outra inéditas vibraram, emocionaram-se e reafirmaram sua fé em nos princípios cristãos, através de pregações como a dos pastores Luiz Antônio (Aracaju) e Geraldo Ferreira (Pirambu), cujas empatias fizeram-se entender e atrair a atenção dos presentes.

De nossa parte, que nutrimos um respeito inabalável pelos evangélicos, em especial aos irmãos quadrangulares, parabéns pelos oito anos de presença em nossa cidade e que estas celebrações da vida sejam eternas. Aguardem mais fotos do culto nos próximos dias em nossa Galeria de Fotos.

Católicos despedem-se do Padre Jideilton Lima

Missa foi marcada pela emoção e prestígio de colegas e amigos do padre que se revelou um pastor na essência de sua passagem a frente da paróquia
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br


Uma Missa com um sentido de saudade, de agradecimento e reconhecimento a passagem do padre José Jideilton Lima a frente da paróquia de Nossa Senhora de Lourdes lotou as dependências da igreja na noite de ontem, 31/11. Centenas de católicos foram levar sua saudação ao padre que, pela sua ação evangelizadora e de presença constante nas ações individuais e coletivas da comunidade, marcada pela intervenção cidadão, o credencia como o padre mais popular de nossa história, equiparando-se aquele que havia contribuindo para o crescimento da Igreja, inclusive com o erguimento da nova igreja, o padre Raimundo Peretti, bastante querido pelo povo de Pirambu.

Presentes a celebração de despedida do padre Jideilton, o padre Raimundo Peretti e o padre Natale Brambila, que hoje assume oficialmente a paróquia de Nossa Senhora de Lourdes, com presença do bispo diocesano de Propriá, Dom Mário Rino Sivieri e cobertura da Tribuna da Praia.

Padre Jideilton Lima assumiu a paróquia de Nossa Senhora de Lourdes no final de 2007, em substituição ao Padre Givaldo Rocha, que viajou para a Itália dar sequência aos seus estudos eclesiásticos. De forma discreta, ocupou os espaços que vão além das ações religiosas, constituindo-se em uma liderança popular de grande repercussão em nossa sociedade. Neste sentido, apelos são feitos no sentido de que ele permaneça em nossa cidade, não como o administrador paroquial, mas como um cidadão cuja contribuição a ser dada é de uma importância imensurável.

30 de out. de 2009

Maria Thetis Nunes - Uma professora e a história de Sergipe

A morte de Maria Thetis Nunes, no dia 25 de outubro, aos 86 anos, consterna e orfaniza Sergipe
Por Luiz Antônio Barreto * | institutotobiasbarreto@infonet.com.br

Maria Thetis Nunes tem uma bibliografia de mais de uma dezena de livros, complementada com uma grande série de artigos e de pequenos ensaios, publicados principalmente na Revista da UFS, no Caderno de Cultura do Estudante, na Momento, revista da Gazeta de Sergipe, na Revista da Academia Sergipana de Letras, na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, dentre outras, produzida em 50 anos, com a qual revisita o repertório acumulado de cinco séculos de documentos, informações, dados, fontes da história.

Ela fundou sua opção de cátedra com a consciência de que havia em Sergipe de 1945, um vácuo na produção intelectual de temática histórica, por conta da morte de Carvalho Lima Júnior, Clodomir Silva e Manoel dos Passos de Oliveira Teles. Não apenas estes bravos pesquisadores, mas outros mortos, como Felisbelo Freire, Ivo do Prado, Prado Sampaio, empobreceram a atividade investigativa e crítica sergipana, e faziam imensa falta..

Seu horizonte começava nas salas de aula do velho Ateneu, primeiro com Artur Fortes, o professor, o poeta, o líder, o homem amado pelas suas idéias, morto justamente em 1945, depois com José Calasans, professor e escritor múltiplo, que deu a Sergipe e a Bahia obras de notável contribuição para o esclarecimento dos fatos, na travessia daquilo que se sabia – o conhecimento anterior – para o que se passou a saber. A história, para uns arte, para outros ciência, em Maria Thetis Nunes tomou a feição dinâmica da continuidade, da seqüência das situações pelas quais passou e passa sempre a humanidade, aqui representada pela população multiétnica que desde o século XVI ocupa as terras sergipanas, entre os rios Real e São Francisco.

Ao transpor as portas do Ateneu para apresentar-se como candidata a Cadeira de História, Maria Thetis Nunes refez a história. Estava ali uma mulher, nascida em Itabaiana, formada na Bahia, jovem, aos 22 anos, para expor sobre um povo estigmatizado, desconhecido em suas singularidades, a quem a humanidade e notadamente a civilização ocidental deviam uma contribuição inadiável. Em 7 capítulos, a candidata tratou do Islamismo, causas do seu aparecimento e propagação, do mundo ocidental e o aparecimento dos árabes, da literatura árabe e sua influência no mundo europeu oriental, da arte mulçumana e sua contribuição à arte ocidental, da filosofia árabe, sua contribuição à filosofia medieval, das ciências árabes. sua influência na Europa medieval, e da influência mulçumana no Brasil. Era, na verdade, o roteiro de uma viagem cultural ao mundo árabe. Os personagens que transitam na sua tese são artistas, intelectuais, poetas, filósofos, médicos, cientistas, políticos ilustres, que guardam fidelidade a uma visão do mundo. Os árabes, sua contribuição à civilização ocidental libertou, na história refeita, todo um povo, toda uma imensa e antiga cultura, que um dia pareceu sucumbirem pela força das armas, esmagadas pela submissão e pela conversão. Na sua tese, Maria Thetis Nunes se valeu dos fundamentos teóricos mais aceitos para recompor, na sua integralidade, a existência de um povo plural, despojado dos preconceitos e estigmas que a luta religiosa, num dia obscuro, promoveu.

Maria Thetis Nunes talvez guardasse na lembrança dos tempos de menina, nas fraldas da grande serra, a representação do auto popular, do ciclo natalino, a Chegança. Nele, a nau da cristandade aborda o quartel da mourama, troca embaixadas, canta e dança, até dominar os mouros, obrigando-os a se postarem de joelhos, convertendo-os, obrigando-os a aceitarem a fé católica. A historiadora que nascia naquele Concurso do Ateneu não possuía, de nenhum modo, razões para repetir a velha hegemonia, ainda hoje em prática, como elemento de projeção nos embates políticos. Mas, com a sua tese a imaginação cedia lugar a ação, a literatura e a história poderiam caminhar juntas, mas cada uma com sua função.

A professora, atravessando o corredor dos interesses, dividindo sua própria vitória com o contendor, o eminente Manoel Ribeiro, fez do magistério da Geografia e da História uma experiência original de vida. Trabalhou, dando aulas e dirigindo o próprio Ateneu, estudou no ISEB – Instituto Superior de Estudos Brasileiros, aprofundou seus conhecimentos, protegendo-os com a pátina da Nação e do nacionalismo e o compromisso do desenvolvimento, opções que marcariam a sua conduta, tanto no exterior, Adida Cultural na Argentina, dirigindo um Centro Cultural na cidade de Rosário, como no retorno para casa, para o velho Ateneu, na incorporação ao ensino superior na Faculdade Católica de Filosofia e da Universidade Federal de Sergipe, onde produziu, praticamente, sua obra de historiadora.

Tomando A Educação como espelho da história, os Intelectuais como representação simbólica da cultura sergipana engajada, e Sergipe como foco geopolítico, Maria Thetis Nunes debruçou-se sobre as fontes documentais, os jornais, os livros, os manuscritos, as fotografias, as biografias, toda aquela bibliografia anterior, e mais o que estava por ser descoberto, encontrado, lido e interpretado, e foi entregando à disposição dos leitores, obras que tomo a liberdade de agrupá-las assim:

Refazendo a História – Os Árabes, sua contribuição à civilização ocidental, 1945, 2ª edição em 2002.

A Educação como espelho da história – Ensino Secundário e sociedade brasileira, 1962, reeditado em 1999; A Política educacional de Pombal e sua repercussão no Brasil, 1983; História da Educação em Sergipe, 1984; A Educação na Colônia: os Jesuítas, 1997.

Os intelectuais como representação simbólica da cultura sergipana engajada – Silvio Romero e Manoel Bonfim. Pioneiros de uma ideologia, 1976, em parte refazendo o artigo Manoel Bonfim: pioneiro de uma ideologia nacional, publicado no mesmo ano na Revista Momento; Manoel Luiz Azevedo d’ Araújo, educador da Ilustração, 1984; Carvalho Lima Júnior, 1986; Felisbelo Freire, o historiador, 1987; João Ribeiro o intelectual de múltiplos facetamentos, 1988; Tobias Barreto e a renovação do pensamento brasileiro, 1989; A contribuição de Felisbelo Freire a historiografia brasileira, 1996; O sergipano Gilberto Amado, 1997; Alberto Carvalho é, primordialmente, um artista, 1998, além de outros.

Sergipe como foco geopolítico – Sergipe no Processo de Independência do Brasil, 1973; Ocupação territorial da Vila de Itabaiana: a disputa entre lavradores e criadores, 1976; O Ciclo do Gado em Sergipe, 1978; História de Sergipe a partir de 1820, 1978, escrito a partir do texto de aula na Universidade de Brasília, sobre a participação sergipana no processo da Independência do Brasil, estuda o período de validade da Carta Régia de 8 de julho, os conflitos dos anos seguintes; Qual o significado do 24 de outubro?, 1978; Inventário dos documentos relativos ao Brasil existentes no Arquivo histórico ultramarino, 1981; As culturas de subsistências em Sergipe; a farinha de mandioca, 1987; Fundamentos econômicos da Literatura Sergipana, 1989; Insurreição de Santo Amaro das Brotas, 1992; O Poder Legislativo e a sociedade sergipana, 1994; A contribuição da Imprensa à História da Província de Sergipe, 1994; As Câmaras Municipais, sua atuação na Capitania de Sergipe D’El Rey, 1995; Sergipe Colonial I, 1996, continuação da História de Sergipe a partir de 1920, tratando dos fatos e personagens das primeiras décadas da Emancipação da Província, a formação e a cisão da classe dominante sergipana. A publicação contém um Anexo de documentos, dos quais podem ser destacados a Relação abreviada da Cidade de Sergipe D’El Rey, povoações, vilas, Freguesias e suas denominações pertencentes à mesma Cidade e sua Comarca, de José Teixeira da Mata Bacelar, de 1817, e a Notícia Topográfica da Província de Sergipe, redigida no ano de 1826, pelo padre Inácio Antonio Dormundo; A Totalidade na História, um dos raros textos especificamente teórico, na linha de George Lucáks, 1997; O bicentenário do baiano Antonio Pereira Rebouças, sua passagem pela Província de Sergipe, 1998; A importância dos Arquivos Judiciários para a preservação da memória nacional, 1998; Aspectos históricos da cidade de São Cristóvão, 1999; Sergipe Colonial II, 1999, apesar da divergência do título é uma continuação sistemática, dos estudos da História de Sergipe, focando mais amplamente o recorte do seu interesse, produzindo um quadro ampliado em todas as direções; Catálogo de Documentos avulsos da Capitania de Sergipe (com Lourival Santana), 1999; Catálogo de documentos avulsos da Capitania de Sergipe (com o professor Lourival Santana), resultado do Inventário feito em 1981, que serviu de guia para o Projeto Resgate. Foram publicados, também, os volumes I e II de Sergipe Provincial e está pronto o inédito volume dedicado a Sergipe Republicano.

.Por qualquer um dos textos, por qualquer dos eixos temáticos, a obra de Maria Thetis Nunes arredonda a visão da história de Sergipe e parecerá isenta das conotações presentes em outros autores, como Antonio José da Silva Travassos, Felisbelo Freire, Clodomir Silva, que alternaram as suas atividades intelectuais com a militância política. Em Maria Thetis Nunes a história de Sergipe ganha uma intérprete que faz da análise crítica o suporte validador do método. Nas suas páginas Sergipe, a terra, a economia, a vida social da capital e das demais cidades, as atividades lúdicas e intelectuais, os vultos da cultura compõem um quadro dialético, em pleno movimento.

Eleita para a Academia Sergipana de Letras, substituindo Orlando Dantas na Cadeira 39, ela tomou posse em 6 de abril de 1983, fazendo sua declaração de fé como intelectual:

“Creio na marcha da História, no Devenir, no advento de um mundo mais justo e mais humano. Apesar de ter vivido parte da minha vida sob dois regimes ditatoriais, cultuo a liberdade.

“Também estou com os que lutam defendendo a cultura ancestral, dilacerada em nome da civilização cristã ocidental, como fazem os povos da África negra ou da Ásia tropical.

“E nesse desfilar constante de gerações em que, como professora, estou envolvida, encontro o rejuvenescimento espiritual que domina as marcas físicas deixadas pelos anos. Renovação que advém do esforço de entender os jovens, suas inquietações, seus problemas ante o mundo que somos responsáveis por lhes oferecer. Renovação, também, que brota da angústia de encontrar respostas para explicar-lhes a realidade vigente, permitindo o reencontro da esperança perdida dos que se tornaram céticos em face de tanta mistificação com que, por tanto tempo, se vem tentando justificar os erros e os fracassos da nossa civilização.

“Assim tem sido minha atitude diante da vida. Assim tenho caminhado, impulsionada pela luta e pela esperança.”

A morte de Maria Thetis Nunes, no dia 25 de outubro, aos 86 anos, consterna e orfaniza Sergipe.
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* Jornalista, historiador e diretor do Instituto Tobias Barreto e ex-secretário de Estado da Cultura. Escreve para o Portal Infonet todos os sábados.

29 de out. de 2009

THÍAGONY HELLEN: "A degradação do Rio Japaratuba: um estudo no município de Pirambu"

Thíagony Hellen de Jesus Santana Vieira¹
M. Sc. Carla Norma Correia dos Santos²
Samara Santos Ferraz³

O Rio Japaratuba vem sendo degradado ocasionalmente por despejo de dejetos domésticos e o desmatamento. A ocupação dessas áreas vem comprometendo a flora e fauna da região, trazendo diversos problemas para a população que vive em suas proximidades, como alteração na qualidade de vida, proliferação de doenças, diminuição da atividade pesqueira e o assoreamento do rio. O uso das águas do Rio Japaratuba está relacionada a atividades como pesca, irrigação, atividades de turismo e lazer náutico. Assim, o presente projeto tem como objetivo analisar a degradação do rio Japaratuba, ocasionada pelo lançamento de dejetos domésticos no município de Pirambu, como também avaliar a importâncias da menor bacia do Estado de Sergipe. Com os resultados apresentados, espera-se que o presente projeto possa auxiliar na elaboração de possíveis soluções para minimizar a poluição/degradação do Rio Japaratuba.

PALAVRAS-CHAVE: Degradação. Dejetos Domésticos. Pirambu. Rio Japaratuba. Sergipe.

(Projeto apresentado no 6º EAG - Encontro Alagoano de Geografia, em União dos Palmares)

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