6 de jun. de 2010

Síntese Geográfica de Sergipe



Por José Lima Santana

1. Localização e limites

O Estado de Sergipe está localizado na Região Nordeste, com uma população de cerca de 1.800.000 habitantes, ocupando uma área de 21.862 Km². Limita-se ao Norte com Alagoas; ao Sul e ao Oeste com a Bahia; e ao Leste com o Oceano Atlântico.

2. Pontos extremos

No que concerne à posição absoluta, situa-se entre as latitudes sul de 9°31’ e 11°34’ e as longitudes oeste de 36°25’ e 38°14’. São seus pontos extremos: barra do Rio Xingó, em Canindé do São Francisco, ao Norte; curva do Rio Real, no povoado Barbeiro, em Cristinápolis, ao Sul; barra do Rio São Francisco, na ilha de Arambipe, em Brejo Grande, ao Leste; curva do Rio Real, no povoado Terra Vermelha, em Poço Verde, ao Oeste.

3. Regiões Geoeconômicas

O Estado possui 75 municípios agrupados em 13 microrregiões geográficas, organizando-se em regiões geoeconômicas como:
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Litoral: corresponde à faixa costeira;
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Cotinguiba: tradicional zona canavieira, localizada nos vales férteis dos rios Cotinguiba, Sergipe e Japaratuba;
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Agreste: localizada entre o Litoral e o Sertão, voltada para os cultivos de subsistência, outros cultivos e criação de gado leiteiro;
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Baixo São Francisco: região ribeirinha que se presta para o cultivo do arroz, mas, em parte, vem sendo utilizada para a produção de frutas por meio de modernos sistemas de irrigação;
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Sertão: situa-se na parte oeste do estado, predominando a caatinga, a pecuária extensiva e as grandes fazendas de gado bovino.

4. Vegetação

A cobertura vegetal está praticamente extinta devido ao desmatamento, desde os tempos de sua conquista e colonização até os dias atuais, quando, a exemplo de todo o Nordeste, o homem fez a associação do machado e do fogo para destruir o ambiente natural, a fim de dar lugar às pastagens e à lavoura, sobretudo da cana-de-açúcar e, depois, do algodão e de outras culturas. A vegetação nativa, hoje, cobre menos de 5% do território sergipano. Do que resta merece destaque:

- Vegetação litorânea: formada por campos de dunas, matas de restinga e manguezais.
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Floresta atlântica: aparece nos topos das colinas e sopé das serras, apresentando o extrato arbóreo, o arbustivo e o herbáceo.
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Mata do agreste: composta por associações vegetais de exuberância bem menor que a floresta atlântica.
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Caatinga: vegetação típica do semi-árido, com formação arbustiva rala, recobrindo o solo com plantas adaptadas à seca, formada por cactáceos, poucas árvores e muitos arbustos retorcidos.
- Cerrado: vegetação de gramíneas, a exemplo do capim de tabuleiro, apresentando manchas isoladas de árvores e arbustos.

5. Clima

O clima do Estado de Sergipe é controlado pelos sistemas tropical e equatorial. É um domínio de clima quente, com temperaturas médias mensais superiores a 24 graus centígrados. Os ventos dominantes são os alísios de sudeste e do nordeste. As chuvas caem em determinada época do ano, definindo uma estação chuvosa, no período outono-inverno, e uma estação seca com chuvas de trovoadas, no período primavera-verão. As chuvas são mais abundantes no litoral. A partir daí vão escasseando até o alto-sertão, onde, via de regra, chove pouco.

6. Relevo

Seu relevo é formado pelas seguintes unidades geomorfológicas:
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Planície Litorânea: situada ao longo da costa, é caracterizada por praias e restingas, apresentando formação de dunas, cuja altitude não ultrapassa trinta metros.
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Tabuleiros Costeiros: localizados após a planície litorânea, no rumo do interior; formam baixo planalto pré-litorâneo, com altitudes na faixa de cem metros.
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Pediplano Sertanejo: situa-se no oeste do Estado, ocupando áreas aplainadas que variam de 150 a 300 metros; aparecem elevações como a Serra Negra, ponto culminante do estado com 750 m, no município de Poço Redondo.
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Serras Residuais: localizam-se em volta de Itabaiana, na região central do estado, com destaque para a Serra de Itabaiana com 659m, além das serras Comprida, Cajueiro, Capunga, Quizongo, Borda da Mata, etc.
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Planalto do Sudoeste e da Serra Negra: constitui um maciço residual de topo aplainado, possuindo várias elevações em torno de 500m, como as serras do Boqueirão, Cajaíba, Jabiberi, Macota, Aguilhadas, Palmares,etc, que se estendem pelos municípios de Riachão do Dantas, Tobias Barreto, Poço Verde e Simão Dias.

7. Hidrografia

O Estado é servido por 6 bacias hidrográficas:

São Francisco: a maior e mais importante, inclusive, pelo seu aproveitamento, servindo a várias cidades e povoados através de expressivo sistema de adutoras que capta suas águas; parte de seu curso, que se estende do riacho Xingó à foz, numa extensão de 236 km, percorre terras sergipanas, dividindo-as com as terras alagoanas.

Japaratuba: é a menor do Estado, tendo 92 Km de extensão. O rio Japaratuba nasce entre os Municípios de Feira Nova e Graccho Cardoso, possuindo uma planície aluvial onde se desenvolve a cultura canavieira. Citam-se como principais afluentes: Siriri, Riachão, Lagartixo, Japaratuba-Mirim e Cajueiro.

Sergipe: a mais importante, depois da bacia do São Francisco, por servir áreas produtoras de cereais e cana, assim como o criatório de gado. O rio Sergipe nasce na Serra de Boa Vista no município de Poço Redondo; seu curso possui 150 Km, tornando-se perene a partir do município de Nossa Senhora das Dores; serve como abastecimento de água para Aracaju, através dos seus afluentes Poxim e Pitanga. Outros afluentes: Cágado, Ganhamoroba, Caípe, Paramirim, Salgado, Cotinguiba, Jacarecica, Jacoca, Melancia e Sal.
Outrora, dizia-se que o rio Sergipe nascia na Serra Negra, na Bahia. Com o tempo, os geógrafos fizeram a devida retificação.

Vaza-Barris: essa bacia compreende terras sergipanas e baianas. O rio Vaza-Barris nasce próximo a Canudos, na Bahia, e penetra em solo sergipano pelos municípios de Simão Dias e Pinhão. Seu amplo estuário separa os municípios de Aracaju e Itaporanga d’Ajuda. Afluentes de destaque: Ribeira, Tejupeba, Xinduba, Salgado, Traíras, Jacoca e Lomba.

Piauí: é a segunda bacia do Estado em extensão, atrás da bacia do São Francisco (não se deve confundir a extensão da bacia com a extensão do próprio rio). O rio Piauí tem 132 km de extensão, nascendo em Riachão do Dantas e drenando terras do centro-sul, onde vicejam plantações de laranja, fumo e maracujá. Principais afluentes: Piauitinga, Fundo, Caiçá, Jacaré, Machado, Arauá, Indiaroba e Pagão.

Real: apenas a margem esquerda fica em terras sergipanas. O rio Real nasce em Poço Verde, na divisa com a Bahia. Seus principais afluentes são Jacarezinho, Jabiberi, Paripe e Itamirim. Deságua no Atlântico juntamente com o rio Piauí, formando imenso estuário, mais conhecido como estuário do Mangue Seco, imortalizado na literatura de Jorge Amado, famoso escritor baiano com raízes em solo sergipano.

Referências Bibliográficas

CORRÊA, Antônio Wanderley de Melo et ANJOS, Marcos Vinícius Melo dos. História de Sergipe – Para Vestibulares e Outros Concursos. Aracaju: InfoGraphics, 2004.
FREIRE, Felisbelo. História de Sergipe. 2 ed. Petrópolis: Editora Vozes/Governo de Sergipe, 1977.
NASCIMENTO, José Anderson. Sergipe e seus Monumentos. Aracaju: Gráfica Editora J. Andrade, 1981.
NUNES, Maria Thetis. História de Sergipe a partir de 1820. Rio de Janeiro: Editora Cátedra/INL, 1978.
__________________. Sergipe Colonial II. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2000.
SANTANA, José Lima. História do Saneamento Básico em Sergipe. Aracaju: DESO, 1999.
SANTOS, Aldeci Figueiredo et ANDRADE, José Augusto. Nova Geografia de Sergipe. Aracaju: UFS/SEDL, 1998.
SOUZA, D. Marcos Antônio de. Memória sobre a Capitania de Sergipe. 2 ed. Aracaju: DEE, 1944.
VÁRIOS AUTORES. Sergipe Artístico e Monumental. Aracaju: Governo do Estado de Sergipe, 2000.

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