“Não é a denúncia pela denúncia. Fazemos a denúncia do sistema, da forma como a educação é tratada, do descaso, mas de forma poética, de forma lírica”, ressalta Fiúza. Ele acrescenta ainda que o público deverá se surpreender com a obra.
“A sociedade vai ter uma surpresa. Por se tratar de uma obra financiada por um sindicato vai existir um certo preconceito, mas as pessoas verão que se trata de uma idealização errônea. O filme não é panfletário, a palavra sindicato sequer existe e não abordamos em nenhum momento a questão da militância”, destaca.
O diretor baiano contou com uma equipe composta totalmente por sergipanos para a produção do filme, iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe (Sintese). As gravações ocorreram entre setembro e dezembro de 2009. Já as personagens principais foram vividas por quatro professoras selecionadas de um grupo de mil profissionais que atuam no ensino público de Sergipe.
As quatro personagens – Marta, Edilema, Maraísa e Rose - atuaram com o objetivo de levar para a tela o cotidiano de cada uma. A exemplo de Marta que percorre 800km por semana em cima de uma motocicleta, passando por riachos e estradas em péssimas condições de tráfego. Realidades como essa estão retratadas no filme.
“É um documentário, mas que foi trabalhado com as técnicas do cinema de ficção. É tudo real, mas a estrutura não é a de um documentário tradicional", explica o diretor. “O documentário está acostumado a registrar sem produção nenhuma, mas nesse caso fizemos uma produção mais refinada, é um filme trabalhado”, conta.
A idéia
A iniciativa do Sintese partiu de uma pesquisa que revelou vários aspectos da vida dos professores que atuam no Estado. Segundo Roberto Silva Santos, Diretor de Comunicação do Sindicato, a idéia inicial era fazer um documentário sobre as condições de alimentação desses trabalhadores. “Mas depois que lemos os resultados vimos que tinham outros elementos que deviam ser abordados”, explica.
De acordo com Roberto, após o lançamento o Sintese pretende fazer a exibição do filme em todos os municípios. Também já estão agendados lançamentos em Brasília, no auditório do MEC, e em universidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, 'Carregadoras de Sonhos’ deve participar de diversos festivais de cinema nacionais e internacionais.
“Pretendemos levar esse filme para o mundo. Entendemos que em qualquer parte do mundo todos os professores vão ser ver no filme. Vai ter uma repercussão muito boa”, aposta Roberto. Para o diretor Deivison Fiúza, a vida dessas professoras representadas no filme “representa a continuação da esperança. Pode não parecer, mas elas fazem silenciosamente o trabalho de transformação social”.
O filme, produzido pelo Sintese com apoio do gabinete dos deputados Iran Barbosa e Ana Lúcia, será lançado oficialmente para os professores e convidados, entre eles diversas autoridades, na próxima segunda-feira, 8, no Teatro Tobias e no auditório do CIC. Mas na noite desta quarta-feira, 3, haverá exibição para a imprensa e familiares das quatro professoras que protagonizaram a obra.
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