Filosofia é um corpo de conhecimento, costituído a partir de um esforço que o ser humano vem fazendo de compreender o seu mundo e dar-lhe um sentido, um significado compreensivo.Corpo de conhecimentos, em
Filosofia, significa um conjunto coeerente e organizado de entendimentos sobre a realidade.
Conhecimentos estes que expressam o entendimento que se tem do mundo, a aprtir de desejos, anseios e aspirações.>
Assim, podemos dizer que, a filosofia cria o ideário que norteia a vida humana em todos os seus momentos e em todos os seus processos.
Neste sentido, a filosofia é uma força, é o sustentáculo de um modo de agir. É uma arma na luta pela vida e pela emancipação humana.
Em síntese, a filosofia é uma forma de conhecimento que, interpretando o mundo, cria uma concepção coerente e sistêmica que possibilita uma forma de ação efetiva. Esta forma de compreender o mundo tanto é condicionada pelo meio histórico, como também é seu condicionante. Ao mesmo tempo, pois, é uma interpretação do mundo e é uma força de ação.
II - Aplicações da Filosofia da Educação
A educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesma, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação social. Assim sendo, ela necessita de pressupostos, de conceitos que fundamentem e orientem os seus caminhos.
A Filosofia fornece á educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada, sobre o educando, o educador e para onde esses elementos podem caminhar.
O educando, quem é, o que deve ser, qual o seu papel no mundo; o educador, quem é, qual o seu papel no mundo; a sociedade, o que é, o que pretende; qual deve ser a finalidade da ação pedagógica.Esses são alguns problemas que exigem a reflexão filosófica.
A Filosofia propõe questionar, a interpretação do mundo que temos, e procura buscar novos sentidos e novas interpretações de acordo com os novos anseios que possam ser detectados no seio da vida humana.
III - Educação como transformação da sociedade
Não há uma pedagogia que esteja insenta de pressupostos filosóficos.
É possível compreender a educação dentro da sociedade, com seus determinantes e condicionantes, mas com a possibilidade de trabalhar pela sua democratização.
Para tanto, importa interpretar a educação como uma instância dialética, que serve a um projeto, a um modelo, a um ideal de sociedade. Ela trabalha para realizar esse projeto na prática. Assim, se o projeto for conservador, medeia a conservação, contudo se o projeto for transformador, medeia a transformação; se o porjeto for autoritário, medeia a realização do autoritarismo; se o projeto for democrático, medeia a realização da democracia.
“ Do ponto de vista prático trata-se de retomar vigorosamente a luta contra a seletividade, a discriminação e o rebaixamento do ensino das camadas populares. Lutar contra a mrginalidade, através da escola, significa engajar-se no esforço para garantir aos trabalhadores um ensino da melhor qualidade possível nas condições históricas atuais. O papel de uma teoria crítica da educação é dar substância concreta a essa bandeira de luta, de modo a evitar que ela seja apropriada e articulada com os interesses dominantes” ( in Saviani)
A educação como transformadora da sociedade recusa-se tanto ao otimismo ilusório, quanto ao pessimismo imobilizador. Por isso, propõe-se compreender a educação dentro de seus condicionantes e agir estrategicamente para a sua transformação. Propõe-se desvendar e utilizar das próprias contradições da sociedade, para trabalhar criticamente pela sua transformação.
Quando não pensamos, somos pensados e dirigidos por outros.
IV - Os Sujeitos do Processo Educativo
4.1. - O Ser Humano
O ser humano emerge no seu modo de ser dentro de um conjunto de relações sociais.
São as ações, reações, os modos de agir, as condutas normatizadas , as censuras, as convivências sadias ou neuróticas, as relações de trabalho, de consumo etc. que constituem prática, social e historicamente o ser humano.
O ser humano é prático, pois é através da ação que modifica o ambiente, tornando-o satisfatório ás suas necessidades; e enquanto transforma a realidade, constrói a si mesmo no seio das relações sociais determinadas.
O ser humano é social na medida em que vive e sobrevive socialmente. A sua prática é dimensionada por suas relações com os outros.
O ser humano é histórico uma vez que suas características não são fixas nem eternas, mas determinadas pelo tempo, que passa a ser constituitivo de si mesmo.
Em síntese, o ser humano é ativo, vive determinadas relações sociais de produção, num determinado momento do tempo. Como consequência disso, cada ser humano é propriamente o conjunto das relações sociais que vive, de forma prática, social e histórica.
O ser humano se torna propriamente humano na medida em que, conjuntamente com com outros seres humanos, pela ação, modifica o mundo externo conforme suas necessidades ao mesmo tempo, constrói-se a si mesmo.
Assim, enquanto ele humaniza a natureza pelo seu trabalho, humaniza-se a si mesmo.
Educador e educando , como seres individuais e sociais ao mesmo tempo, constituídos na trama contraditória de consciência crítica e alienação interagem no processo educativo. Eles são sujeitos da história na medida em que a costroem ao lado de outros seres humanos, num contexto socialmente definido .
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