A cidade de Propriá tem logo mais a partir das 20 horas um encontro com o melhor da poesia sergipana. O capelense de nascimento e propriaense por adoção Éliton Oliveira Cunha e amigos da poesia e da cultura propriaense reúnem-se no 12 Tênis Clube, para declamar poesia, ouvir música e tomar alguns goles de vinho (pode ser água, cerveja, refrigerante, etc). Segundo a professora, arte-educadora e a mais nova radialista Mara Vilar, apresentadora do Programa ‘Circuito Cultural’ (Rádio Propriá FM 104,9 – Sábados, das 17 às 18 hs), “o Sarau Cultural: O Poeta, o Vinho e o Violão será um encontro da poeta Éliton Cunha com os amantes da cultura propriaense, onde estaremos homenageando Etinho, que estará lançando o livro A POESIA EM BUSCA DO POVO”, informou.
Éliton Cunha é brasileiro, com 77 anos, casado há 51 anos com Maria Leda Costa Cunha natural de Capela . Cursou o antigo 2º grau. Deu início a sua carreira de poeta no ano de 1985, incentivado pelos amigos que conheciam seu trabalho, descobrindo assim, sua veia poética. Já residiu em Propriá e atualmente reside em Aracaju.
Estilo poético : Concretista - Inspiração : A vida
Prêmios : Banco Real, Sociedade Cultural de Contagem (MG), Concurso de Poesia de Bento Gonçalves (RS), Senac (Aracaju ). Participou de Encontro Cultural de Propriá com exposição de suas poesias.
Algumas obras: Gramática de um País, A revolta do poeta, Sociedade Hipócrita, Propriá do Velho Chico, entre outras.
A poesia: “Propriá do Velho Chico”
Propriá está nos livros,
Está na música ,
Está nas pessoas
Está nas ruas.
Propriá está na poesia:
Está na prosa curta,
Está na noite de lua.
Propriá está na poesia;
Está na prosa e nos versos,
Propriá é minha terra,
Está no calor do sol e nas cores.
Está na poesia romântica, surrealista
E concretista,
Que cantam, rimam seus versos
Bizarros e coloridos,
Terra dos poetas e dos pintores.
Propriá é minha vida;
É um pincel de luz,
È todos os meus sentidos
Todas as minhas vibrações.
Em Propriá estão minhas raízes,
Toda minha sinceridade
Em busca do meu destino
Onde o problema tem solução
Propriá é aquela cidade
Sem árvores
Sem frutos
Sem flores
Propriá de gente de pote d’água
Gente de pé no chão
De becos estreitos e sujos,
Esquecidos e abandonados,
No desamor da gente da cidade.
Propriá cidade dos becos
Beco do Taboão
Beco Novo
Beco de seu Mingu
Beco de Maria Júlia
Beco de seu Genézio
Beco do Ferro de Engomar
Beco dos Correios.
Beco da Prefeitura.
Propriá do Rio São Francisco;
Longe dele, não sou nada
Longe de minha gente.
Eu sou aquele homem
Que ficou velho
E foi esquecido
Propriá de ruas estreitas
Curtas e indecisas,
Umas entrando nas outras.
Eu amo suas avenidas.
Propriá do rio São Francisco,
Que é vidraça do céu,
Que tira o retrato da lua,
Lua que veste a cidade de branco
Rio São Francisco
De águas velhas,
Rio do princípio do mundo
Rio da contagem das eras,
Rio que atravessei um dia
Rio , meu pobre rio…
Rio que se afunda
Debaixo da ponte
Que se reparte nas pedras,
Que se alarga nos remansos,
Cantando seu passado
Cantando seu futuro,
Cumprindo sua dura sina.
Propriá do rio São Francisco:
Dá sua benção para mim.
Retirado do livro : O melhor da Poesia. Aracaju 2007
Éliton Cunha
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