Texto: Marcus Cruz (Édoutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental e pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros - Sergipe)
A bacia hidrográfica é considerada a unidade geográfica para o gerenciamento dos recursos hídricos conforme ratificou a Lei 9.433/97, conhecida como Lei das Águas do Brasil. A gestão integrada dos recursos hídricos deve considerar os usos múltiplos da água em uma bacia hidrográfica, promovendo a adequada priorização de atendimento às demandas com vistas à sustentabilidade ambiental.
O Estado de Sergipe apresenta sua extensão territorial drenada por seis bacias hidrográficas principais que estão inseridas, por sua vez, nas grandes bacias hidrográficas do rio São Francisco e do Atlântico Leste: rio São Francisco, Japaratuba, Sergipe, Vaza-Barris, Piauí e Real.
Destas bacias, apenas as dos rios Japaratuba, Sergipe e Piauí são considerados de domínio estadual. Estas macrobacias hidrográficas vêm apresentando sinais preocupantes de degradação de seus recursos naturais, resultado de muitos anos de atividades agrícolas, extrativistas, urbanas e industriais, sem o adequado controle, que têm provocado alterações significativas nos processos hidrológicos e na qualidade das águas dos rios do Estado.
A bacia do rio Japaratuba apresenta sinais claros da presença de atividades antrópicas, como a redução substancial da vegetação ciliar, a existência de esgotos domésticos e industriais próximos a centros urbanos e de resíduos da extração mineral nas águas, associados principalmente à exploração petrolífera em terra. Estas ocorrências culminam na erosão das margens do rio, assoreamento de seu leito, degradação da qualidade da água e redução da fauna dos corpos hídricos da bacia.
O entendimento dos processos hidrológicos que ocorrem em uma bacia hidrográfica constitui-se em elemento indispensável para a avaliação do grau de influência das diferentes intervenções humanas sobre os recursos hídricos. Os registros históricos de séries de vazão em uma bacia reúnem as respostas do sistema hídrico às intervenções antrópicas ocorridas na área de drenagem ao longo dos anos, que influenciam a disponibilidade hídrica de um rio. Um projeto desenvolvido pela Embrapa Tabuleiros Costeiros com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe – FAPITEC/SE está analisando séries históricas de registros de vazão na bacia do rio Japaratuba e utilizando modelagem matemática como ferramenta de auxílio à compreensão do comportamento hidrológico da bacia.
Os registros diários de vazões, na maioria dos rios brasileiros, são obtidos por operadores através de leituras de níveis d’água em réguas instaladas em uma seção transversal do rio. Esta seção deve estar localizada em ponto de fácil acesso, sem influência de remanso, com leito estável e em trecho retilíneo de preferência. A partir dos valores de níveis d’água registrados, são obtidas as vazões correspondentes por meio de uma curva que relaciona altura de lâmina d’água e vazão, denominada curva-chave. Assim, para os rios deste estudo estão sendo utilizados registros diários provenientes de cinco postos fluviométricos na bacia, situados no rio principal, o Japaratuba, e em dois afluentes, os rios Japaratuba-Mirim e Siriri. Estas estações são mantidas pela Agência Nacional de Águas e pelo Serviço Geológico do Brasil e apresentam registros datados de 1969 até o ano de 2008, ou seja, séries com cerca de 40 anos.
Observa-se, no entanto, que as séries históricas de vazão nesses rios apresentam grande ocorrência de falhas, ou seja, dias sem informação registrada. Estas falhas ocorrem por problemas no aparelho, decorrentes de defeitos ou enchentes que o danifiquem, falta de registro por parte do operador, contenção de recursos financeiros governamentais, dentre outros fatores.
Resultados deste estudo mostram que na bacia do rio Japaratuba, o posto fluviométrico Japaratuba, cuja área contribuinte é de aproximadamente 750 km2, por exemplo, apresenta cerca de 9,0% de falhas na sua série histórica, concentradas principalmente nos anos de 1980, 1995 e 2001.
Os dados de vazão das séries históricas são utilizados pelos órgãos gestores dos recursos hídricos para o estabelecimento das chamadas vazões de referência, que se caracterizam por possibilitar a determinação dos limites de vazões de retirada outorgadas para atendimento usos múltiplos da água de um corpo hídrico. Assim, a utilização de séries históricas incompletas pode levar a uma definição equivocada destes limites e provocar a exaustão do manancial ou subutilizar uma fonte disponível de água de qualidade.
O estudo, em desenvolvimento, busca “completar” as séries disponíveis por meio da aplicação de modelos matemáticos de simulação hidrológica, que permitem a utilização de dados de chuva, obtidos nas estações pluviométricas espalhadas pelo Estado, reproduzindo os processos componentes do ciclo hidrológico diariamente e gerando valores ajustados de vazão na seção do rio. Este procedimento apresenta elevado grau de eficiência, uma vez que os registros de precipitação apresentam menor suscetibilidade à ocorrência de falhas e possuem séries históricas mais longas em um maior número de postos. No entanto, esta eficiência depende de um bom ajuste do modelo à representação dos processos, ou seja, a determinação correta dos parâmetros do modelo para que ele represente a realidade com o menor erro possível. Neste estudo, utiliza-se a técnica de otimização por algoritmos genéticos para ajuste do modelo hidrológico IPH2 aos registros de chuva e vazão disponíveis, garantindo que a melhor seqüência de parâmetros do modelo seja selecionada.
Os resultados obtidos sinalizam para o grande potencial do uso de modelagem hidrológica para a compreensão do comportamento dos sistemas hídricos e para a melhoria do processo de determinação das vazões de referência nas bacias do Estado de Sergipe, o que possibilitará um uso mais eficiente dos recursos hídricos locais e o planejamento de intervenções adequadas à realidade hidrológica de cada bacia.
30 de nov. de 2009
29 de nov. de 2009
Dom Pedro II no Baixo São Francisco (sesquicentenário de uma visita – III)
Por Luiz Fernando Ribeiro Soutelo *
O roteiro da viagem e a comitiva - A esquadrilha imperial, formada pelos vapores Apa e Amazonas, pela corveta Paraense e pela canhoneira Belmonte, sob o comando do Vice-Almirante Joaquim Marques Lisboa, futuro Marquês de Tamandaré, partiu do Rio de Janeiro a 1º de outubro de 1859, sob entusiasmadas manifestações da população do Rio de Janeiro. A 6 do mesmo mês, chegava o casal imperial à cidade de Salvador, que Dom Pedro II deixou a 11, para visitar a cachoeira de Paulo Afonso e as localidades alagoana e sergipana do Baixo São Francisco (Propriá, Neópolis, Curral de Pedras, atual Gararu, além da ilha de São Pedro.
Retornando à capital baiana a 26, logo saía o Imperador para um giro pelo Recôncavo e outras cidades, até 18 de novembro. A 19 seguiam Dom Pedro II e a Imperatriz D. Teresa Cristina para Pernambuco, de onde foram em visita, entre 24 e 30 de dezembro, à Paraíba, partindo daí para Maceió. A visita a Alagoas se prolongaria até 10 de janeiro de 1860. A 11, estavam os monarcas em Aracaju, desembarcando na ponte que, mais tarde, chamariam “ponte do Imperador”.
A permanência imperial em Sergipe ocorreria até 20 de janeiro, visitando Aracaju (com uma passada na Barra dos Coqueiros), São Cristóvão, Maruim, Laranjeiras, Itaporanga d´Ajuda (na passagem para o engenho Escurial) e Estância. Daí seguiram para Valença e outros pontos do sul da Bahia. A 26 estavam Dom Pedro II e D. Teresa Cristina em Vitória, dando início à estada na província do Espírito Santo, visitando não apenas a capital, mas também algumas cidades e vilas do interior e uma aldeia indígena. Em Guarapari, o Imperador encontraria o arquiduque Ferdinando Maximiliano, futuro Imperador do México (1864-1867), irmão do Imperador Francisco José, da Áustria e seu primo em primeiro grau. Ele viajava pela América do Sul a bordo da fragata Elizabeth, da marinha austríaca.
Em seu diário de viagem, anotará Dom Pedro II que, “enquanto a maré enche, visitei o arquiduque que me deu suas Viagens impressas e prometeu-me um impresso de suas poesias, de que vi outro na biblioteca, que tem bons livros, sobretudo de viajantes e história natural” (CALMON, 1975, 2: 628).
Aliás, diziam que esta viagem do austríaco, embora tida de recreio, tinha um objetivo secreto: negociar o casamento de uma das princesas brasileiras com o Conde de Flandres (1837-1905), seu cunhado, ou mesmo com o Arquiduque Luiz Vitor(1842-1919), seu irmão, que terminaria a vida, afastado da corte, porque envolvido em escândalos com jovens mancebos dos banhos turcos em Viena. (CASTELOT, 1977:48)
A 10 de fevereiro, iniciava o Imperador e a Imperatriz a viagem de volta ao Rio de Janeiro, aonde chegaram no dia seguinte, encerrando uma viagem de mais de quatro meses.
Nesta viagem, estava o casal imperial acompanhado de uma comitiva da qual faziam parte o Ministro do Império, João Pereira de Almeida Filho, o Visconde de Sapucaí (camarista do Imperador), o Conselheiro Luiz Pedreira do Couto Ferraz (veador da Imperatriz), Conselheiro Antônio Manuel de Melo (guarda-roupa do Imperador), Antônio d´Araújo Ferreira Jacobina (mordomo em viagem), Cônego Antônio José de Melo (capelão em viagem), Dr. Francisco Bonifácio de Abreu (médico da Imperial Câmara), D. Josefina da Fonseca Costa (dama da Imperatriz), D. Maria José da Conceição Araújo (retreta da Imperatriz), Manoel Joaquim de Paiva e Pedro Antônio de Paiva (criados do Imperador), além de quarenta e cinco pessoas integrantes do círculo de criados.
O Vice-Almirante Joaquim Marques Lisboa, futuro Marquês de Tamandaré, viajava na dupla condição de veador da Casa Imperial e comandante da flotilha.
“Deveria silenciar, pois o iate – escreve o Arquiduque Maximiliano a seu irmão, o Imperador da Áustria – é muito parecido com uma barca de emigrantes; e quanto à corte ficaria muito melhor na selva virgem, na copa das palmeiras do que fardas bordadas a ouro e chapéus enormes, que usam sempre. A despeito disto quis parecer-me que o Imperador está tratando os que o rodeiam sem consideração, tanto que, debaixo do sol, têm de conservar-se de cabeça descoberta, horas a fio. Em geral nesta corte os extremos se tocam. A origem é silvícola e a etiqueta européia, já caduca. Não sem razão que o Almirante Lisboa, o único homem conveniente da comitiva do Imperador, repetidas vezes observava que seria muito vantajoso para D. Pedro II ir à Europa, por algum tempo, para frequentar os príncipes!” (In: CALMON, 1975, 629-630).
____________________________
* Escritor e Historiador
Bibliografia
1. CALMON, Pedro. História de Dom Pedro II, v.2, Rio de Janeiro/Brasília: Livraria José Olympio Editora / Instituto Nacional do Livro, 1975.
2. CASTELOT, André. Maximilen et Charlotte du Mexique – La tragédie de l´ ambition, Paris: Librairie Académique Perrin, 1977
Fonte: www.tribunadapraia.com - Em: 29/11/2009
O roteiro da viagem e a comitiva - A esquadrilha imperial, formada pelos vapores Apa e Amazonas, pela corveta Paraense e pela canhoneira Belmonte, sob o comando do Vice-Almirante Joaquim Marques Lisboa, futuro Marquês de Tamandaré, partiu do Rio de Janeiro a 1º de outubro de 1859, sob entusiasmadas manifestações da população do Rio de Janeiro. A 6 do mesmo mês, chegava o casal imperial à cidade de Salvador, que Dom Pedro II deixou a 11, para visitar a cachoeira de Paulo Afonso e as localidades alagoana e sergipana do Baixo São Francisco (Propriá, Neópolis, Curral de Pedras, atual Gararu, além da ilha de São Pedro.
Retornando à capital baiana a 26, logo saía o Imperador para um giro pelo Recôncavo e outras cidades, até 18 de novembro. A 19 seguiam Dom Pedro II e a Imperatriz D. Teresa Cristina para Pernambuco, de onde foram em visita, entre 24 e 30 de dezembro, à Paraíba, partindo daí para Maceió. A visita a Alagoas se prolongaria até 10 de janeiro de 1860. A 11, estavam os monarcas em Aracaju, desembarcando na ponte que, mais tarde, chamariam “ponte do Imperador”.
A permanência imperial em Sergipe ocorreria até 20 de janeiro, visitando Aracaju (com uma passada na Barra dos Coqueiros), São Cristóvão, Maruim, Laranjeiras, Itaporanga d´Ajuda (na passagem para o engenho Escurial) e Estância. Daí seguiram para Valença e outros pontos do sul da Bahia. A 26 estavam Dom Pedro II e D. Teresa Cristina em Vitória, dando início à estada na província do Espírito Santo, visitando não apenas a capital, mas também algumas cidades e vilas do interior e uma aldeia indígena. Em Guarapari, o Imperador encontraria o arquiduque Ferdinando Maximiliano, futuro Imperador do México (1864-1867), irmão do Imperador Francisco José, da Áustria e seu primo em primeiro grau. Ele viajava pela América do Sul a bordo da fragata Elizabeth, da marinha austríaca.
Em seu diário de viagem, anotará Dom Pedro II que, “enquanto a maré enche, visitei o arquiduque que me deu suas Viagens impressas e prometeu-me um impresso de suas poesias, de que vi outro na biblioteca, que tem bons livros, sobretudo de viajantes e história natural” (CALMON, 1975, 2: 628).
Aliás, diziam que esta viagem do austríaco, embora tida de recreio, tinha um objetivo secreto: negociar o casamento de uma das princesas brasileiras com o Conde de Flandres (1837-1905), seu cunhado, ou mesmo com o Arquiduque Luiz Vitor(1842-1919), seu irmão, que terminaria a vida, afastado da corte, porque envolvido em escândalos com jovens mancebos dos banhos turcos em Viena. (CASTELOT, 1977:48)
A 10 de fevereiro, iniciava o Imperador e a Imperatriz a viagem de volta ao Rio de Janeiro, aonde chegaram no dia seguinte, encerrando uma viagem de mais de quatro meses.
Nesta viagem, estava o casal imperial acompanhado de uma comitiva da qual faziam parte o Ministro do Império, João Pereira de Almeida Filho, o Visconde de Sapucaí (camarista do Imperador), o Conselheiro Luiz Pedreira do Couto Ferraz (veador da Imperatriz), Conselheiro Antônio Manuel de Melo (guarda-roupa do Imperador), Antônio d´Araújo Ferreira Jacobina (mordomo em viagem), Cônego Antônio José de Melo (capelão em viagem), Dr. Francisco Bonifácio de Abreu (médico da Imperial Câmara), D. Josefina da Fonseca Costa (dama da Imperatriz), D. Maria José da Conceição Araújo (retreta da Imperatriz), Manoel Joaquim de Paiva e Pedro Antônio de Paiva (criados do Imperador), além de quarenta e cinco pessoas integrantes do círculo de criados.
O Vice-Almirante Joaquim Marques Lisboa, futuro Marquês de Tamandaré, viajava na dupla condição de veador da Casa Imperial e comandante da flotilha.
“Deveria silenciar, pois o iate – escreve o Arquiduque Maximiliano a seu irmão, o Imperador da Áustria – é muito parecido com uma barca de emigrantes; e quanto à corte ficaria muito melhor na selva virgem, na copa das palmeiras do que fardas bordadas a ouro e chapéus enormes, que usam sempre. A despeito disto quis parecer-me que o Imperador está tratando os que o rodeiam sem consideração, tanto que, debaixo do sol, têm de conservar-se de cabeça descoberta, horas a fio. Em geral nesta corte os extremos se tocam. A origem é silvícola e a etiqueta européia, já caduca. Não sem razão que o Almirante Lisboa, o único homem conveniente da comitiva do Imperador, repetidas vezes observava que seria muito vantajoso para D. Pedro II ir à Europa, por algum tempo, para frequentar os príncipes!” (In: CALMON, 1975, 629-630).
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* Escritor e Historiador
Bibliografia
1. CALMON, Pedro. História de Dom Pedro II, v.2, Rio de Janeiro/Brasília: Livraria José Olympio Editora / Instituto Nacional do Livro, 1975.
2. CASTELOT, André. Maximilen et Charlotte du Mexique – La tragédie de l´ ambition, Paris: Librairie Académique Perrin, 1977
Fonte: www.tribunadapraia.com - Em: 29/11/2009
Dom Pedro II no Baixo São Francisco (Sesquicentenário de uma visita - III)
Texto: L. F. R. Soutelo (Escritor e historiador)
O roteiro da viagem e a comitiva - A esquadrilha imperial, formada pelos vapores Apa e Amazonas, pela corveta Paraense e pela canhoneira Belmonte, sob o comando do Vice-Almirante Joaquim Marques Lisboa, futuro Marquês de Tamandaré, partiu do Rio de Janeiro a 1º de outubro de 1859, sob entusiasmadas manifestações da população do Rio de Janeiro. A 6 do mesmo mês, chegava o casal imperial à cidade de Salvador, que Dom Pedro II deixou a 11, para visitar a cachoeira de Paulo Afonso e as localidades alagoana e sergipana do Baixo São Francisco (Propriá, Neópolis, Curral de Pedras, atual Gararu, além da ilha de São Pedro.
Retornando à capital baiana a 26, logo saía o Imperador para um giro pelo Recôncavo e outras cidades, até 18 de novembro. A 19 seguiam Dom Pedro II e a Imperatriz D. Teresa Cristina para Pernambuco, de onde foram em visita, entre 24 e 30 de dezembro, à Paraíba, partindo daí para Maceió. A visita a Alagoas se prolongaria até 10 de janeiro de 1860. A 11, estavam os monarcas em Aracaju, desembarcando na ponte que, mais tarde, chamariam “ponte do Imperador”.
A permanência imperial em Sergipe ocorreria até 20 de janeiro, visitando Aracaju (com uma passada na Barra dos Coqueiros), São Cristóvão, Maruim, Laranjeiras, Itaporanga d´Ajuda (na passagem para o engenho Escurial) e Estância. Daí seguiram para Valença e outros pontos do sul da Bahia. A 26 estavam Dom Pedro II e D. Teresa Cristina em Vitória, dando início à estada na província do Espírito Santo, visitando não apenas a capital, mas também algumas cidades e vilas do interior e uma aldeia indígena. Em Guarapari, o Imperador encontraria o arquiduque Ferdinando Maximiliano, futuro Imperador do México (1864-1867), irmão do Imperador Francisco José, da Áustria e seu primo em primeiro grau. Ele viajava pela América do Sul a bordo da fragata Elizabeth, da marinha austríaca.
Em seu diário de viagem, anotará Dom Pedro II que, “enquanto a maré enche, visitei o arquiduque que me deu suas Viagens impressas e prometeu-me um impresso de suas poesias, de que vi outro na biblioteca, que tem bons livros, sobretudo de viajantes e história natural” (CALMON, 1975, 2: 628).
Aliás, diziam que esta viagem do austríaco, embora tida de recreio, tinha um objetivo secreto: negociar o casamento de uma das princesas brasileiras com o Conde de Flandres (1837-1905), seu cunhado, ou mesmo com o Arquiduque Luiz Vitor(1842-1919), seu irmão, que terminaria a vida, afastado da corte, porque envolvido em escândalos com jovens mancebos dos banhos turcos em Viena. (CASTELOT, 1977:48)
A 10 de fevereiro, iniciava o Imperador e a Imperatriz a viagem de volta ao Rio de Janeiro, aonde chegaram no dia seguinte, encerrando uma viagem de mais de quatro meses.
Nesta viagem, estava o casal imperial acompanhado de uma comitiva da qual faziam parte o Ministro do Império, João Pereira de Almeida Filho, o Visconde de Sapucaí (camarista do Imperador), o Conselheiro Luiz Pedreira do Couto Ferraz (veador da Imperatriz), Conselheiro Antônio Manuel de Melo (guarda-roupa do Imperador), Antônio d´Araújo Ferreira Jacobina (mordomo em viagem), Cônego Antônio José de Melo (capelão em viagem), Dr. Francisco Bonifácio de Abreu (médico da Imperial Câmara), D. Josefina da Fonseca Costa (dama da Imperatriz), D. Maria José da Conceição Araújo (retreta da Imperatriz), Manoel Joaquim de Paiva e Pedro Antônio de Paiva (criados do Imperador), além de quarenta e cinco pessoas integrantes do círculo de criados.
O Vice-Almirante Joaquim Marques Lisboa, futuro Marquês de Tamandaré, viajava na dupla condição de veador da Casa Imperial e comandante da flotilha.
“Deveria silenciar, pois o iate – escreve o Arquiduque Maximiliano a seu irmão, o Imperador da Áustria – é muito parecido com uma barca de emigrantes; e quanto à corte ficaria muito melhor na selva virgem, na copa das palmeiras do que fardas bordadas a ouro e chapéus enormes, que usam sempre. A despeito disto quis parecer-me que o Imperador está tratando os que o rodeiam sem consideração, tanto que, debaixo do sol, têm de conservar-se de cabeça descoberta, horas a fio. Em geral nesta corte os extremos se tocam. A origem é silvícola e a etiqueta européia, já caduca. Não sem razão que o Almirante Lisboa, o único homem conveniente da comitiva do Imperador, repetidas vezes observava que seria muito vantajoso para D. Pedro II ir à Europa, por algum tempo, para frequentar os príncipes!” (In: CALMON, 1975, 629-630).
Bibliografia
1. CALMON, Pedro. História de Dom Pedro II, v.2, Rio de Janeiro/Brasília: Livraria José Olympio Editora / Instituto Nacional do Livro, 1975.
2. CASTELOT, André. Maximilen et Charlotte du Mexique – La tragédie de l´ ambition, Paris: Librairie Académique Perrin, 1977.
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O roteiro da viagem e a comitiva - A esquadrilha imperial, formada pelos vapores Apa e Amazonas, pela corveta Paraense e pela canhoneira Belmonte, sob o comando do Vice-Almirante Joaquim Marques Lisboa, futuro Marquês de Tamandaré, partiu do Rio de Janeiro a 1º de outubro de 1859, sob entusiasmadas manifestações da população do Rio de Janeiro. A 6 do mesmo mês, chegava o casal imperial à cidade de Salvador, que Dom Pedro II deixou a 11, para visitar a cachoeira de Paulo Afonso e as localidades alagoana e sergipana do Baixo São Francisco (Propriá, Neópolis, Curral de Pedras, atual Gararu, além da ilha de São Pedro.
Retornando à capital baiana a 26, logo saía o Imperador para um giro pelo Recôncavo e outras cidades, até 18 de novembro. A 19 seguiam Dom Pedro II e a Imperatriz D. Teresa Cristina para Pernambuco, de onde foram em visita, entre 24 e 30 de dezembro, à Paraíba, partindo daí para Maceió. A visita a Alagoas se prolongaria até 10 de janeiro de 1860. A 11, estavam os monarcas em Aracaju, desembarcando na ponte que, mais tarde, chamariam “ponte do Imperador”.
A permanência imperial em Sergipe ocorreria até 20 de janeiro, visitando Aracaju (com uma passada na Barra dos Coqueiros), São Cristóvão, Maruim, Laranjeiras, Itaporanga d´Ajuda (na passagem para o engenho Escurial) e Estância. Daí seguiram para Valença e outros pontos do sul da Bahia. A 26 estavam Dom Pedro II e D. Teresa Cristina em Vitória, dando início à estada na província do Espírito Santo, visitando não apenas a capital, mas também algumas cidades e vilas do interior e uma aldeia indígena. Em Guarapari, o Imperador encontraria o arquiduque Ferdinando Maximiliano, futuro Imperador do México (1864-1867), irmão do Imperador Francisco José, da Áustria e seu primo em primeiro grau. Ele viajava pela América do Sul a bordo da fragata Elizabeth, da marinha austríaca.
Em seu diário de viagem, anotará Dom Pedro II que, “enquanto a maré enche, visitei o arquiduque que me deu suas Viagens impressas e prometeu-me um impresso de suas poesias, de que vi outro na biblioteca, que tem bons livros, sobretudo de viajantes e história natural” (CALMON, 1975, 2: 628).
Aliás, diziam que esta viagem do austríaco, embora tida de recreio, tinha um objetivo secreto: negociar o casamento de uma das princesas brasileiras com o Conde de Flandres (1837-1905), seu cunhado, ou mesmo com o Arquiduque Luiz Vitor(1842-1919), seu irmão, que terminaria a vida, afastado da corte, porque envolvido em escândalos com jovens mancebos dos banhos turcos em Viena. (CASTELOT, 1977:48)
A 10 de fevereiro, iniciava o Imperador e a Imperatriz a viagem de volta ao Rio de Janeiro, aonde chegaram no dia seguinte, encerrando uma viagem de mais de quatro meses.
Nesta viagem, estava o casal imperial acompanhado de uma comitiva da qual faziam parte o Ministro do Império, João Pereira de Almeida Filho, o Visconde de Sapucaí (camarista do Imperador), o Conselheiro Luiz Pedreira do Couto Ferraz (veador da Imperatriz), Conselheiro Antônio Manuel de Melo (guarda-roupa do Imperador), Antônio d´Araújo Ferreira Jacobina (mordomo em viagem), Cônego Antônio José de Melo (capelão em viagem), Dr. Francisco Bonifácio de Abreu (médico da Imperial Câmara), D. Josefina da Fonseca Costa (dama da Imperatriz), D. Maria José da Conceição Araújo (retreta da Imperatriz), Manoel Joaquim de Paiva e Pedro Antônio de Paiva (criados do Imperador), além de quarenta e cinco pessoas integrantes do círculo de criados.
O Vice-Almirante Joaquim Marques Lisboa, futuro Marquês de Tamandaré, viajava na dupla condição de veador da Casa Imperial e comandante da flotilha.
“Deveria silenciar, pois o iate – escreve o Arquiduque Maximiliano a seu irmão, o Imperador da Áustria – é muito parecido com uma barca de emigrantes; e quanto à corte ficaria muito melhor na selva virgem, na copa das palmeiras do que fardas bordadas a ouro e chapéus enormes, que usam sempre. A despeito disto quis parecer-me que o Imperador está tratando os que o rodeiam sem consideração, tanto que, debaixo do sol, têm de conservar-se de cabeça descoberta, horas a fio. Em geral nesta corte os extremos se tocam. A origem é silvícola e a etiqueta européia, já caduca. Não sem razão que o Almirante Lisboa, o único homem conveniente da comitiva do Imperador, repetidas vezes observava que seria muito vantajoso para D. Pedro II ir à Europa, por algum tempo, para frequentar os príncipes!” (In: CALMON, 1975, 629-630).
Bibliografia
1. CALMON, Pedro. História de Dom Pedro II, v.2, Rio de Janeiro/Brasília: Livraria José Olympio Editora / Instituto Nacional do Livro, 1975.
2. CASTELOT, André. Maximilen et Charlotte du Mexique – La tragédie de l´ ambition, Paris: Librairie Académique Perrin, 1977.
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27 de nov. de 2009
Sucesso nos VII Jogos Internos do Mário Trindade
Iniciados na tarde de ontem, jogos terão seu encerramento hoje, estando marcado para amanhã o 1º Festival de Futsal
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br
A Escola Municipal Mário Trindade Cruz, maior escola pública de Pirambu, está realizando desde a tarde da última quarta-feira, quando houve a apoteótica abertura, a sétima edição dos Jogos Internos, um dos mais aguardados eventos esportivos do ano e que mobiliza cerca de 1000 estudantes daquela instituição, além do conjunto dos que fazem a comunidade escolar: professores, funcionários de apoio e administrativo, pais de alunos e convidados.
Os jogos estão acontecendo na quadra da escola e tem a coordenação dos professores de Educação Física, entre os quais o professor Alysson Shigeaki, um dos mais dinâmicos profissionais da rede municipal, além dos estudantes dos 3º Seriados A e B, que despedem-se este ano da instituição. Estão participando estudantes das 4ª a 8ª séries do Ensino Fundamental.
Já na manhã deste sábado, 28, acontecem o 1º Festival de Futsal, que tem como atletas os estudantes matriculados nas três primeiras séries do Ensino Fundamental. Na próxima semana traremos neste espaço os resultados, com a classificação, premiação e detalhes dos jogos.
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br
A Escola Municipal Mário Trindade Cruz, maior escola pública de Pirambu, está realizando desde a tarde da última quarta-feira, quando houve a apoteótica abertura, a sétima edição dos Jogos Internos, um dos mais aguardados eventos esportivos do ano e que mobiliza cerca de 1000 estudantes daquela instituição, além do conjunto dos que fazem a comunidade escolar: professores, funcionários de apoio e administrativo, pais de alunos e convidados.
Os jogos estão acontecendo na quadra da escola e tem a coordenação dos professores de Educação Física, entre os quais o professor Alysson Shigeaki, um dos mais dinâmicos profissionais da rede municipal, além dos estudantes dos 3º Seriados A e B, que despedem-se este ano da instituição. Estão participando estudantes das 4ª a 8ª séries do Ensino Fundamental.
Já na manhã deste sábado, 28, acontecem o 1º Festival de Futsal, que tem como atletas os estudantes matriculados nas três primeiras séries do Ensino Fundamental. Na próxima semana traremos neste espaço os resultados, com a classificação, premiação e detalhes dos jogos.
24 de nov. de 2009
PATIOBA: Xangô de Nagô – 80 anos de resistência
Descobrimos uma das mais antigas chamas da religião afro-brasileira em Sergipe
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br
Está no povoado Patioba, distante 7,5 km da sede do município de Japaratuba, uma das mais antigas remanescentes da religião afro-brasileira em Sergipe. O Xangô de Nagô, que tem como líder a mãe de santo Uicléia Alcântara existe há mais de oitenta anos, tendo sido idealizado pelo seu avô, o saudoso José Francisco da Silva, mais conhecido por Paizinho. “Ele brincava, fazia o caruru de Cosme e Damião, mas tocava o nagô”, diz dona Uicléia. Segundo ela, o grupo “recebe influência dos orixás”. Tem origem Ioruba, aqui em solo brasileiro chamados de Nagô ou Ketu.
O grupo que mantém preservada a ancestralidade do povo africano em Sergipe, restringe as suas apresentações restritas ao povoado, no seu terreiro ou em eventos da comunidade, tendo sido uma das mais significativas apresentações no último sábado, 21, quando da realização do VI Quilombofest, festa promovida pela Associação Comunitária Quilombola da Patioba, para celebrar o reconhecimento da comunidade como remanescente de quilombo e o Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem ao líder Zumbi dos Palmares.
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br
O grupo que mantém preservada a ancestralidade do povo africano em Sergipe, restringe as suas apresentações restritas ao povoado, no seu terreiro ou em eventos da comunidade, tendo sido uma das mais significativas apresentações no último sábado, 21, quando da realização do VI Quilombofest, festa promovida pela Associação Comunitária Quilombola da Patioba, para celebrar o reconhecimento da comunidade como remanescente de quilombo e o Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem ao líder Zumbi dos Palmares.
Carta Aberta dos Servidores da Saúde a População de Pirambu
O Sindicato dos Trabalhadores na Área da Saúde do Estado de Sergipe (SINTASA) vem a público esclarecer os motivos da greve dos servidores da saúde do município de Pirambu, que envolvem os Salva-Vidas, Agentes Comunitários de Saúde e de Endemias, entre outros, que deu início no último dia 18 de novembro, por tempo indeterminado.
O Sintasa tentou incansavelmente discutir as reivindicações com o prefeito deste município desde o fim do ano passado, mas infelizmente, até o momento, parece que a gestão pública não tem dado o valor que realmente merece a saúde do povo de Pirambu. Os trabalhadores sofrem com os baixos salários, péssimas condições de trabalho nas unidades de saúde, atraso de salários, falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), entre outros.
O Ministério Público já condenou à prefeitura e o próprio gestor a pagar multa diária de R$ 500,00 e R$ 100,00 respectivamente, caso as reivindicações não fossem atendidas imediatamente. Dentre elas, estão: 1 – Salário Base de R$ 465,00 para todos os servidores da saúde; 2 – EPI’s para todos os servidores; 3 – Pagamento do salário atrasado do mês de dezembro de 2008; 4 – Equiparar o salário dos Agentes de Endemias com o dos Agentes Comunitários de Saúde ; 5 – Auxílio transporte para os Agentes de Endemias.
Por todos esses motivos expostos nesta carta aberta, contamos com o apoio da população em entender as nossas razões pela greve e por lutarmos pelos nossos direitos.
Acesse o www.sintasa-se.com.br para outras informações.
O Sintasa tentou incansavelmente discutir as reivindicações com o prefeito deste município desde o fim do ano passado, mas infelizmente, até o momento, parece que a gestão pública não tem dado o valor que realmente merece a saúde do povo de Pirambu. Os trabalhadores sofrem com os baixos salários, péssimas condições de trabalho nas unidades de saúde, atraso de salários, falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), entre outros.
O Ministério Público já condenou à prefeitura e o próprio gestor a pagar multa diária de R$ 500,00 e R$ 100,00 respectivamente, caso as reivindicações não fossem atendidas imediatamente. Dentre elas, estão: 1 – Salário Base de R$ 465,00 para todos os servidores da saúde; 2 – EPI’s para todos os servidores; 3 – Pagamento do salário atrasado do mês de dezembro de 2008; 4 – Equiparar o salário dos Agentes de Endemias com o dos Agentes Comunitários de Saúde ; 5 – Auxílio transporte para os Agentes de Endemias.
Por todos esses motivos expostos nesta carta aberta, contamos com o apoio da população em entender as nossas razões pela greve e por lutarmos pelos nossos direitos.
Acesse o www.sintasa-se.com.br para outras informações.
MEL: Líder quilombola de Patioba
O quilombo da Patioba existe e resiste
Por Claudomir Tavares claudomir@infonet.com.br
A comunidade quilombola do povoado Patioba, distante 7,5 km da sede do município de Japaratuba realizou no período de 20 a 22 de Novembro mais um Quilombofest, evento promovido pela Associação Comunitária Quilombola da Patioba, que encontra-se em sua sexta edição. Da programação constaram Cine Patioba, Apresentações Culturais, Oficinas, Torneio de Futebol, entre outras. Presidida pela jovem e ativista Maria Normélia Melo, mais conhecida por Mel, a associação conseguiu mobilizar a comunidade em torno da celebração da condição de comunidade reconhecida pela Fundação Palmares e sobre as homenagens a líder Zumbi dos Palmares e a todos que, como ele resistiram e continuam resistindo no sentido de manter atual a ancestralidade. Em entrevista exclusiva a Tribuna da Praia, a jovem remanescente quilombola que é também a vocalista de um grupo afro-cultural, que tem se apresentado no povoado e em outras comunidades fala da responsabilidade de promover e não deixar morrer as manifestações que se reportam a ancestralidade de sua gente.
TRIBUNA DA PRAIA – Qual a avaliação que você faz depois de seis anos de Quilombofest?
MARIA NORMÉLIA MELO – Primeiro quero informar que, mesmo como presidente da Associação, eu não me considero a organizadora do evento. A organização é da comunidade, eu sou parte dela. Por isso, formei este grupo quilombola, com o objetivo de resgatar a cultura daqui. A avaliação que faço dos seis anos do Quilombofest tá sendo uma persistência que ta dando certo, apesar que o primeiro quilombofest quase que não teve um público da comunidade. Nosso objetivo é fazer com que a comunidade participe e hoje não estamos vendo uma participação maior da comunidade, conforme você pode ver pela presença nas oficinas.
TRIBUNA – A comunidade tem se sensibilizado para a necessidade de participar, de integrar-se as atividades promovidas pela associação, sendo o Quilombofest a maior expressão?
MEL – Hoje o público maior é da comunidade, porque o objetivo é conscientizar a comunidade quilombola. Apesar de tirarmos um pouco das raízes, aonde fica um pouco reprimida, mas acredito que hoje as pessoas já se sentem mais incentivadas, com uma maior participação nas oficinas, que era difícil de participar.
TP – Que grupos estão organizados atualmente na comunidade e quais outros você gostaria de vê-los retomados?
MEL – Hoje nós temos o Xangô de Nagô, a Dança Afro Quilombola, o Pastoril e o Samba de Côco. O que eu gostaria de vê retomado era o São Gonçalo. Samba de Aboio, Samba de Coxa.
TP – Você nos deixou curiosos: o que consiste o Samba de Coxa?
MEL – Era uma brincadeira em que as pessoas brincavam ao redor do ‘pé-de-figo’, um pé de árvore muito antigo, e aí eles batiam coxa com coxa e ficavam brincando, isso se tornava uma brincadeira deles.
TP – Depois de 314 anos de morte de Zumbi dos Palmares, qual a avaliação que você faz do Movimento de Resistência no Brasil, em Sergipe e aqui em Patioba?
MEL – As pessoas se fundamentam, tudo bem, na História de Zumbi, que lembram a morte de Zumbi, mas é preciso também de pessoas que hoje estão vivas e que lutam assim por este movimento. Pessoas importantes e que lutaram, né, e que não fiquem assim focadas em Zumbi. Zumbi é sim a nossa marca, mas existiam pessoas como Dandara que lutaram também neste movimento e que também nós somos a raiz de Zumbi, que resistiu e que precisamos desse espaço.
TP – Na noite de ontem assistimos a um documentário produzido pela ONG ‘A Cor da Cultura’ em que uma líder de um candomblé baiana afirmava que seu povo estava cansado de ser OBJETO de pesquisa e que agora ela queria ser SUJEITO. O que você acha desta atitude da líder religiosa?
MEL – Eu achei bastante interessante por que as vezes existem muitas entidades aqui a gente só seria número, né, o concreto mesmo, o que é que a gente queria, o que é que eles queriam com isso? Só que a gente fosse número? Eu acho muito bonito esta avaliação dela.
Por Claudomir Tavares claudomir@infonet.com.br
A comunidade quilombola do povoado Patioba, distante 7,5 km da sede do município de Japaratuba realizou no período de 20 a 22 de Novembro mais um Quilombofest, evento promovido pela Associação Comunitária Quilombola da Patioba, que encontra-se em sua sexta edição. Da programação constaram Cine Patioba, Apresentações Culturais, Oficinas, Torneio de Futebol, entre outras. Presidida pela jovem e ativista Maria Normélia Melo, mais conhecida por Mel, a associação conseguiu mobilizar a comunidade em torno da celebração da condição de comunidade reconhecida pela Fundação Palmares e sobre as homenagens a líder Zumbi dos Palmares e a todos que, como ele resistiram e continuam resistindo no sentido de manter atual a ancestralidade. Em entrevista exclusiva a Tribuna da Praia, a jovem remanescente quilombola que é também a vocalista de um grupo afro-cultural, que tem se apresentado no povoado e em outras comunidades fala da responsabilidade de promover e não deixar morrer as manifestações que se reportam a ancestralidade de sua gente.
TRIBUNA DA PRAIA – Qual a avaliação que você faz depois de seis anos de Quilombofest?
MARIA NORMÉLIA MELO – Primeiro quero informar que, mesmo como presidente da Associação, eu não me considero a organizadora do evento. A organização é da comunidade, eu sou parte dela. Por isso, formei este grupo quilombola, com o objetivo de resgatar a cultura daqui. A avaliação que faço dos seis anos do Quilombofest tá sendo uma persistência que ta dando certo, apesar que o primeiro quilombofest quase que não teve um público da comunidade. Nosso objetivo é fazer com que a comunidade participe e hoje não estamos vendo uma participação maior da comunidade, conforme você pode ver pela presença nas oficinas.
TRIBUNA – A comunidade tem se sensibilizado para a necessidade de participar, de integrar-se as atividades promovidas pela associação, sendo o Quilombofest a maior expressão?
MEL – Hoje o público maior é da comunidade, porque o objetivo é conscientizar a comunidade quilombola. Apesar de tirarmos um pouco das raízes, aonde fica um pouco reprimida, mas acredito que hoje as pessoas já se sentem mais incentivadas, com uma maior participação nas oficinas, que era difícil de participar.
TP – Que grupos estão organizados atualmente na comunidade e quais outros você gostaria de vê-los retomados?
MEL – Hoje nós temos o Xangô de Nagô, a Dança Afro Quilombola, o Pastoril e o Samba de Côco. O que eu gostaria de vê retomado era o São Gonçalo. Samba de Aboio, Samba de Coxa.
TP – Você nos deixou curiosos: o que consiste o Samba de Coxa?
MEL – Era uma brincadeira em que as pessoas brincavam ao redor do ‘pé-de-figo’, um pé de árvore muito antigo, e aí eles batiam coxa com coxa e ficavam brincando, isso se tornava uma brincadeira deles.
TP – Depois de 314 anos de morte de Zumbi dos Palmares, qual a avaliação que você faz do Movimento de Resistência no Brasil, em Sergipe e aqui em Patioba?
MEL – As pessoas se fundamentam, tudo bem, na História de Zumbi, que lembram a morte de Zumbi, mas é preciso também de pessoas que hoje estão vivas e que lutam assim por este movimento. Pessoas importantes e que lutaram, né, e que não fiquem assim focadas em Zumbi. Zumbi é sim a nossa marca, mas existiam pessoas como Dandara que lutaram também neste movimento e que também nós somos a raiz de Zumbi, que resistiu e que precisamos desse espaço.
TP – Na noite de ontem assistimos a um documentário produzido pela ONG ‘A Cor da Cultura’ em que uma líder de um candomblé baiana afirmava que seu povo estava cansado de ser OBJETO de pesquisa e que agora ela queria ser SUJEITO. O que você acha desta atitude da líder religiosa?
MEL – Eu achei bastante interessante por que as vezes existem muitas entidades aqui a gente só seria número, né, o concreto mesmo, o que é que a gente queria, o que é que eles queriam com isso? Só que a gente fosse número? Eu acho muito bonito esta avaliação dela.
PATIOBA: Xangô de Nagô – 80 anos de resistência
Descobrimos uma das mais antigas chamas da religião afro-brasileira em Sergipe
Por Claudomir Tavares claudomir@infonet.com.br
Está no povoado Patioba, distante 7,5 km da sede do município de Japaratuba, uma das mais antigas remanescentes da religião afro-brasileira em Sergipe. O Xangô de Nagô, que tem como líder a mãe de santo Uicléia Alcântara existe há mais de oitenta anos, tendo sido idealizado pelo seu avô, o saudoso José Francisco da Silva, mais conhecido por Paizinho. “Ele brincava, fazia o caruru de Cosme e Damião, mas tocava o nagô”, diz dona Uicléia. Segundo ela, o grupo “recebe influência dos orixás”. Tem origem Ioruba, aqui em solo brasileiro chamados de Nagô ou Ketu.
O grupo que mantém preservada a ancestralidade do povo africano em Sergipe, restringe as suas apresentações restritas ao povoado, no seu terreiro ou em eventos da comunidade, tendo sido uma das mais significativas apresentações no último sábado, 21, quando da realização do VI Quilombofest, festa promovida pela Associação Comunitária Quilombola da Patioba, para celebrar o reconhecimento da comunidade como remanescente de quilombo e o Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem ao líder Zumbi dos Palmares.
Fonte: www.tribunadapraia.com - Em: 24/11/2009
Por Claudomir Tavares claudomir@infonet.com.br
Está no povoado Patioba, distante 7,5 km da sede do município de Japaratuba, uma das mais antigas remanescentes da religião afro-brasileira em Sergipe. O Xangô de Nagô, que tem como líder a mãe de santo Uicléia Alcântara existe há mais de oitenta anos, tendo sido idealizado pelo seu avô, o saudoso José Francisco da Silva, mais conhecido por Paizinho. “Ele brincava, fazia o caruru de Cosme e Damião, mas tocava o nagô”, diz dona Uicléia. Segundo ela, o grupo “recebe influência dos orixás”. Tem origem Ioruba, aqui em solo brasileiro chamados de Nagô ou Ketu.
O grupo que mantém preservada a ancestralidade do povo africano em Sergipe, restringe as suas apresentações restritas ao povoado, no seu terreiro ou em eventos da comunidade, tendo sido uma das mais significativas apresentações no último sábado, 21, quando da realização do VI Quilombofest, festa promovida pela Associação Comunitária Quilombola da Patioba, para celebrar o reconhecimento da comunidade como remanescente de quilombo e o Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem ao líder Zumbi dos Palmares.
Fonte: www.tribunadapraia.com - Em: 24/11/2009
23 de nov. de 2009
ELEIÇÕES NO PT: A resposta de Pirambu
Petistas impõem a maior derrota proporcional ao traidor Marcelo Déda
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br
Aconteceu em todo o país no dia de ontem, 22, o Processo de Eleições Diretas (PED/2009), que elegeu os novos presidentes e diretórios municipais, estaduais e nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). É, segundo avaliação do próprio partido, e com a concordância deste portal, o mais democrático processo de renovação das direções partidárias do Ocidente. Aqui em Pirambu, onde está fincado um dos mais representativos diretórios de Sergipe, instalado em 14 de dezembro de 1985, há quase 24 anos, encontra-se uma célula de resistência diante do emblemático partido, alvo de problemas intestinais, como o Mensalão, que mancha de corrupção as mãos do seguimento hoje representado pela corrente que atente pelo nome Construindo um Novo Brasil (ex-Articulação ‘Unidade na Luta’).
A vitória do jovem e proeminente Elder Muniz, acadêmico de Ciências Sociais na Universidade Federal de Sergipe, leva ao poder do partido uma geração que inclui outros brilhantes jovens como Daniel Filho, David Oliveira, Eduardo Silva, aliados aos históricos Elenilson Déda, Gilialdo Lima, George Almeida, além dos neo-petistas Vado de Gago, Badinho e Vânia, entre outros, cujo significado vão além dos números obtidos. Elder Muniz obteve 92 votos (85,15%) de um total de 108 votos válidos, contra apenas 16 (14,81%) do atual presidente, Antônio Zacarias (Toinho do Gagal), considerado “o dirigente que desmantelou o partido”, segundo um dirigente que preferimos preservá-lo. “Foi à maior vitória proporcional em Sergipe. Cabe ao PT dá início a um projeto que não permita que o passado retorne ao poder e impedir que a experiência do presente não continui”, comemora o petista histórico George Almeida, um dos integrantes da chapa encabeçada por Elder. “A nossa vitória, por uma diferença tão dilatada surpreendeu até o mais otimista dos petistas em Sergipe”, confessa o presidente eleito. A eleição aconteceu num clima da mais absoluta tranqüilidade, diante da expectativa de uma disputa acirrada, o que não ocorreu, verificando o resultado do PED quando da abertura das urnas.
Eram 170 o número de filiados que estavam aptos a participar do PED em Pirambu. O quorum foi atingido de forma maiúscula, com o comparecimento de quase 50% (se considerados o total de filiados aprovados pelas instâncias municipais, 139, este quorum superou os 77%), contra um mínimo de 15% para validade das eleições. A vitória de Elder Muniz e da chapa eleita, será anunciada oficialmente na manhã de hoje pela comissão responsável pela realização do PED em Sergipe. O responsável pela chapa liderada por Elder Muniz deverá encaminhar à Comissão Executiva Municipal, até o dia 13 de dezembro de 2009, relação com os nomes completos dos(as) eleitos(as) para o Diretório, Comissão de Ética, Conselho Fiscal, que ocuparão as vagas a que teve direito, devendo, ainda, ordenar os(as) demais componentes da chapa, que serão considerados(as) suplentes, na ordem encaminhada pela chapa. Os(as) suplentes substituirão imediatamente os membros efetivos nos casos de ausência ou licença.
No mesmo prazo, os(as) responsáveis deverão encaminhar também a relação com os nomes completos dos(as) delegados(as) eleitos(as) para o Encontro Estadual, que antecede ao 4º Congresso Nacional, devendo, ainda, ordenar os(as) suplentes, que, na ausência dos(as) delegados(as) efetivos(as), serão convocados(as) de acordo com a ordem estabelecida pela chapa. A posse dos membros das direções eleitas acontecerá no dia 20 de fevereiro de 2010.
O 4º Congresso Nacional do PT será realizado no período de 18 a 21 de fevereiro de 2010. O Encontro Estadual será realizado no mês de março. O Encontro Municipal do PT será realizado entre os dias 13 a 28 de março de 2010, o primeiro a ser presidido pelo novo presidente Elder Muniz (o PT realizou 10 encontros municipais de 1986 a 1995 – não temos dados sobre quantos foram realizados de 1996 a 2008, tarefa que deve ser levantada pela nova direção). Elder é o oitavo presidente municipal do PT em Pirambu, conforme relação que segue abaixo:
1. João Ferreira, o Julinho (1985/1986)
2. Adelmo dos Santos (1986/1988) *
3. Claudomir Tavares da Silva (1992/94, 1995/99 e 2000/2003)
4. José Antônio dos Santos (1994/1995 e 1999)
5. Carlos Alberto Guimarães (1999/2000)
6. José Ronaldo Alves (2003/2007)
7. Antônio Zacarias do Nascimento Neto (2007/2010)
8. Elder dos Santos Muniz (2010/2013)
* O PT ficou sem direção de 1988 a 1992.
Algumas lições e leituras sobre as eleições em Pirambu devem ser feitas, indisfarçadamente. Os petistas desta cidade de “lindas praias, ornadas com capricho pelos verdes coqueirais”, como descreve o próprio Marcelo Déda, deu uma resposta no traidor ainda governador de Sergipe, que na eleição passada ‘apunhalou’ sua História, traindo os compromissos e princípios históricos, apoiando o candidato da direita, que aliado ao presidente do partido, impôs uma derrota ao partido, que poderia ter sido evitada e não colocado Pirambu no caos em que se encontra. Os petistas de Pirambu estão a vontade para NÃO VOTAR na reeleição de Déda, caso este seja mesmo candidato (o que qualquer cidadão em sã consciência não acredita, por razões que revelaremos em movo texto). Foi também uma resposta ao atual presidente do PT, Antônio Zacarias, o Toinho do Gagal, que na eleição passada, descumprindo resoluções da Convenção Municipal que confirmou a candidatura a prefeito de Vado de Gago (inclusive com o seu voto), pendeu para o lado do candidato do PMDB do mãos suja Jackson Barreto.
Ao alcançar 85,15% dos votos, Elder Muniz e seu grupo (Articulação de Esquerda) consegue uma vitória absoluta, uma vez que, diante do insucesso da chapa de situação, indicará todos os membros da Comissão Executiva Municipal (5 a 7) e do Diretório Municipal (11 membros), ficando de fora os demais seguimentos políticos locais representados pelo atual Presidente Toinho do Gagal, o atual Vice-Presidente Gilvan Souza e o atual Secretário Geral, o vereador Sandro dos Santos. “Uma vitória insofismável, de todos os pontos de vistas, sejam eles políticos e eleitorais”, contabiliza Elder Muniz.
A vitória do grupo liderado por Elder Muniz, Vado de Gago e seus amigos, confirmam a condição de partido de oposição a administração municipal, devendo TODOS se enquadrarem a esta realidade: “PT: AME OU DEIXE-O”, ironizou um militante político de um partido da base aliada do governo em Pirambu, usando uma frase que tornou-se célebre durante a ditadura militar que infernizou a vida do povo brasileiro de 1964 a 1985, bastante forte ainda nos dias atuais.
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br
Aconteceu em todo o país no dia de ontem, 22, o Processo de Eleições Diretas (PED/2009), que elegeu os novos presidentes e diretórios municipais, estaduais e nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). É, segundo avaliação do próprio partido, e com a concordância deste portal, o mais democrático processo de renovação das direções partidárias do Ocidente. Aqui em Pirambu, onde está fincado um dos mais representativos diretórios de Sergipe, instalado em 14 de dezembro de 1985, há quase 24 anos, encontra-se uma célula de resistência diante do emblemático partido, alvo de problemas intestinais, como o Mensalão, que mancha de corrupção as mãos do seguimento hoje representado pela corrente que atente pelo nome Construindo um Novo Brasil (ex-Articulação ‘Unidade na Luta’).
A vitória do jovem e proeminente Elder Muniz, acadêmico de Ciências Sociais na Universidade Federal de Sergipe, leva ao poder do partido uma geração que inclui outros brilhantes jovens como Daniel Filho, David Oliveira, Eduardo Silva, aliados aos históricos Elenilson Déda, Gilialdo Lima, George Almeida, além dos neo-petistas Vado de Gago, Badinho e Vânia, entre outros, cujo significado vão além dos números obtidos. Elder Muniz obteve 92 votos (85,15%) de um total de 108 votos válidos, contra apenas 16 (14,81%) do atual presidente, Antônio Zacarias (Toinho do Gagal), considerado “o dirigente que desmantelou o partido”, segundo um dirigente que preferimos preservá-lo. “Foi à maior vitória proporcional em Sergipe. Cabe ao PT dá início a um projeto que não permita que o passado retorne ao poder e impedir que a experiência do presente não continui”, comemora o petista histórico George Almeida, um dos integrantes da chapa encabeçada por Elder. “A nossa vitória, por uma diferença tão dilatada surpreendeu até o mais otimista dos petistas em Sergipe”, confessa o presidente eleito. A eleição aconteceu num clima da mais absoluta tranqüilidade, diante da expectativa de uma disputa acirrada, o que não ocorreu, verificando o resultado do PED quando da abertura das urnas.
Eram 170 o número de filiados que estavam aptos a participar do PED em Pirambu. O quorum foi atingido de forma maiúscula, com o comparecimento de quase 50% (se considerados o total de filiados aprovados pelas instâncias municipais, 139, este quorum superou os 77%), contra um mínimo de 15% para validade das eleições. A vitória de Elder Muniz e da chapa eleita, será anunciada oficialmente na manhã de hoje pela comissão responsável pela realização do PED em Sergipe. O responsável pela chapa liderada por Elder Muniz deverá encaminhar à Comissão Executiva Municipal, até o dia 13 de dezembro de 2009, relação com os nomes completos dos(as) eleitos(as) para o Diretório, Comissão de Ética, Conselho Fiscal, que ocuparão as vagas a que teve direito, devendo, ainda, ordenar os(as) demais componentes da chapa, que serão considerados(as) suplentes, na ordem encaminhada pela chapa. Os(as) suplentes substituirão imediatamente os membros efetivos nos casos de ausência ou licença.
No mesmo prazo, os(as) responsáveis deverão encaminhar também a relação com os nomes completos dos(as) delegados(as) eleitos(as) para o Encontro Estadual, que antecede ao 4º Congresso Nacional, devendo, ainda, ordenar os(as) suplentes, que, na ausência dos(as) delegados(as) efetivos(as), serão convocados(as) de acordo com a ordem estabelecida pela chapa. A posse dos membros das direções eleitas acontecerá no dia 20 de fevereiro de 2010.
O 4º Congresso Nacional do PT será realizado no período de 18 a 21 de fevereiro de 2010. O Encontro Estadual será realizado no mês de março. O Encontro Municipal do PT será realizado entre os dias 13 a 28 de março de 2010, o primeiro a ser presidido pelo novo presidente Elder Muniz (o PT realizou 10 encontros municipais de 1986 a 1995 – não temos dados sobre quantos foram realizados de 1996 a 2008, tarefa que deve ser levantada pela nova direção). Elder é o oitavo presidente municipal do PT em Pirambu, conforme relação que segue abaixo:
1. João Ferreira, o Julinho (1985/1986)
2. Adelmo dos Santos (1986/1988) *
3. Claudomir Tavares da Silva (1992/94, 1995/99 e 2000/2003)
4. José Antônio dos Santos (1994/1995 e 1999)
5. Carlos Alberto Guimarães (1999/2000)
6. José Ronaldo Alves (2003/2007)
7. Antônio Zacarias do Nascimento Neto (2007/2010)
8. Elder dos Santos Muniz (2010/2013)
* O PT ficou sem direção de 1988 a 1992.
Algumas lições e leituras sobre as eleições em Pirambu devem ser feitas, indisfarçadamente. Os petistas desta cidade de “lindas praias, ornadas com capricho pelos verdes coqueirais”, como descreve o próprio Marcelo Déda, deu uma resposta no traidor ainda governador de Sergipe, que na eleição passada ‘apunhalou’ sua História, traindo os compromissos e princípios históricos, apoiando o candidato da direita, que aliado ao presidente do partido, impôs uma derrota ao partido, que poderia ter sido evitada e não colocado Pirambu no caos em que se encontra. Os petistas de Pirambu estão a vontade para NÃO VOTAR na reeleição de Déda, caso este seja mesmo candidato (o que qualquer cidadão em sã consciência não acredita, por razões que revelaremos em movo texto). Foi também uma resposta ao atual presidente do PT, Antônio Zacarias, o Toinho do Gagal, que na eleição passada, descumprindo resoluções da Convenção Municipal que confirmou a candidatura a prefeito de Vado de Gago (inclusive com o seu voto), pendeu para o lado do candidato do PMDB do mãos suja Jackson Barreto.
Ao alcançar 85,15% dos votos, Elder Muniz e seu grupo (Articulação de Esquerda) consegue uma vitória absoluta, uma vez que, diante do insucesso da chapa de situação, indicará todos os membros da Comissão Executiva Municipal (5 a 7) e do Diretório Municipal (11 membros), ficando de fora os demais seguimentos políticos locais representados pelo atual Presidente Toinho do Gagal, o atual Vice-Presidente Gilvan Souza e o atual Secretário Geral, o vereador Sandro dos Santos. “Uma vitória insofismável, de todos os pontos de vistas, sejam eles políticos e eleitorais”, contabiliza Elder Muniz.
A vitória do grupo liderado por Elder Muniz, Vado de Gago e seus amigos, confirmam a condição de partido de oposição a administração municipal, devendo TODOS se enquadrarem a esta realidade: “PT: AME OU DEIXE-O”, ironizou um militante político de um partido da base aliada do governo em Pirambu, usando uma frase que tornou-se célebre durante a ditadura militar que infernizou a vida do povo brasileiro de 1964 a 1985, bastante forte ainda nos dias atuais.
22 de nov. de 2009
Dom Pedro II no Baixo São Francisco (sesquicentenário de uma visita - II)
Por Luiz Fernando Ribeiro Soutelo *
Os cerimoniais - Outro ponto a considerar é que as viagens de um chefe de estado, em qualquer quadrante do mundo, não têm caráter privado, mas um cunho oficial, sendo cercada de atos e procedimentos protocolares.
O sentido de estado, de governo e de poder está indissoluvelmente ligado ao de cerimonial. Nas monarquias este sentido é muito mais presente, podendo-se dizer que é intrínseco a elas, na medida em que aproxima a casa reinante e os habitantes do país. No Brasil, o regime monárquico não fugiu à regra, tantos são os símbolos, as cerimônias introduzidas, inicialmente, pela corte portuguesa e, de modo especial, por Dom Pedro I na época da Independência.
Aliás, a própria definição de cerimonial é clara, pois se trata da “sequência introduzida pelo uso e pela vontade das pessoas autorizadas, dos diferentes partes de uma cerimônia política, religiosa, judiciária ou mesmo privada” (Novel Larousse Illustré. In: SPEERS, 1984: 26)
Na monarquia, mesmo nas parlamentares, é o monarca o foco das atenções, o centro de onde partem todos os princípios de protocolo e é ele quem dita as de cerimonial. Na Inglaterra, por exemplo, a definição da precedência parte do monarca, passando pelo seu consorte, pelos filhos homens, pelo Arcebispo de Cantuária, pelo Lorde Grão Chanceler, pelo Arcebispo de York (representantes da coroa). Somente depois vem o Primeiro-Ministro.
A de Dom Pedro II, mesmo no longínquo São Francisco, esses procedimentos estão presentes porque “símbolo vivo do Estado e da nação, o Império termina por encarnar-se em sua pessoa, refletindo em certa medida, a natureza dupla da Constituição, expressa na doutrina do quarto poder, o poder moderador”.
Por esta razão, “o segundo imperador dos brasileiros reapropriava-se das fórmulas tradicionais da realeza européia. Essa limitação não era uma falsa cópia. Ao contrário, fundava-se inteiramente no direito. Prolongada na América graças a esse príncipe, a monarquia reproduziu em sua dimensão mágico-simbólica os mesmos esquemas da Europa. A idéia da realeza como sustentáculo da autoridade e da ordem era muito forte. Por outro lado, a centralização política do Estado imperial favorecia essa imagem centrada na pessoa do monarca representando a nação, ou seja, a nação era vista e sentida através de seu soberano, que focalizava sobre si todos os olhares, atualizando atitudes mentais bem-definidas” (RIBEIRO, 1995:103)
Assim, as viagens do Imperador em qualquer dos quadrantes do país, faziam parte da formação da imagem da monarquia. Quem viajava não era o homem, mas o símbolo do Império. E, por esta razão, elas eram cercadas durante todo o tempo (antes, durante e depois) por cerimônias.
Na véspera da partida para o norte, Dom Pedro II e D. Teresa Cristina receberam os cumprimentos das altas autoridades do governo, de funcionários públicos e pessoas gradas da Corte, seguidos – no dia seguinte – com as despedidas do corpo diplomático, no Arsenal de Marinha. Embarcados os soberanos no vapor “Apa”, este deixou a baía da Guanabara, comboiado pelos navios de guerra “Amazonas”, “Paraense” e “Belmonte”, seguido – até fora da barra – pelo “Paraíba”, “D. Pedro” e o “Concórdia”, da marinha espanhola, com a marujada nas vergas.
Ao “espetáculo se juntavam as salvas das fortalezas, as continências militares e o agitar dos lenços da assistência popular nas amuradas dos cais e alto dos morros” (SODRÉ, AMI: 22)
Na chegada às cidades e vilas visitadas, outras cerimônias tinham lugar: recebimento pelas autoridades locais, entrega da chave da cidade, beijo ao Crucificado, ida à igreja matriz sob o pálio, Te Deum, alocuções, beija-mão, etc. A Guarda Nacional, em alas, as irmandades mais importantes com os seus representantes trazendo a opa correspondente formavam o décor para o cerimonial.
O próprio traje de Dom Pedro era cuidadosamente escolhido e ligava-se à formação da idéia do símbolo da nação. Ao desembarcar em Penedo, ele usava a segunda farda de almirante, constituída de uma “casaca preta com dragonas douradas, calça branca de listras também a ouro, faixa azul sobre o colete branco, contrastando admiravelmente. O peito cintilava de medalhas” (DUARTE, 1975: 43)
Na capital das províncias o traje era o primeiro uniforme de almirante.
Todos estes “cerimoniais” obedeciam a regras estabelecidas, por instrução do Ministério do Império, em cada uma das províncias visitadas, baixadas pelos seus presidentes.
As partidas eram solenizadas e, na chegada à Corte, novas cerimônias repetiam-se.
Isto porque “com d. Pedro II viajavam também os rituais monárquicos e alguns cerimoniais: disposições para a partida do imperador e seu séquito, os programas municipais para a chegada do soberano a diferentes cidades, as recepções grandiloquentes em seu retorno à corte; nestas, os moradores eram instruídos a iluminar a frente de suas casas e orná-las com tapeçarias, ao mesmo tempo em que as ruas, pelas quais passasse o cortejo imperial deveriam ser areadas e juncadas de folhas e flores. Se o cenário variava: o script era o mesmo: precisão e pompa” (SCHWARZ, 1998: 358)
Ao chegar ao Rio de Janeiro, em fevereiro de 1860, Dom Pedro II e D. Teresa Cristina foram recebidos com recepção entusiástica que “nunca mais poderá riscar-se da memória dos Fluminenses”. Navios engalanados, salvas das fortalezas, desembarque no Arsenal de Marinha, na companhia das filhas, que os foram encontrar, cumprimentos do corpo diplomático, cortejo, sob o pálio, até a Capela Imperial, entre alas de soldados, arcos de triunfo, foguetório, recebimento, na entrada do templo, pelo Bispo Capelão-Mor e pelo cabido, Te Deum e iluminação da cidade à noite.
________________________________
* Escritor e Historiador
Bibliografia:
1. DUARTE, Abelardo. Dom Pedro II e D. Teresa Cristina nas Alagoas, Maceió, 1975
2. RIBEIRO, Maria Eurydice de Barros. Os símbolos do poder: cerimônias e imagem do Estado Monárquico no Brasil, Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1995
3. SCHWARZ, Lilia Moritz. As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos, São Paulo: Companhia das Letras, 1998
4. SPEERS, Nelson. Cerimonial para Relações Públicas, São Paulo; Hexágono, 1984
Fonte: www.tribunadapraia.com - Em: 22/11/2009
Os cerimoniais - Outro ponto a considerar é que as viagens de um chefe de estado, em qualquer quadrante do mundo, não têm caráter privado, mas um cunho oficial, sendo cercada de atos e procedimentos protocolares.
O sentido de estado, de governo e de poder está indissoluvelmente ligado ao de cerimonial. Nas monarquias este sentido é muito mais presente, podendo-se dizer que é intrínseco a elas, na medida em que aproxima a casa reinante e os habitantes do país. No Brasil, o regime monárquico não fugiu à regra, tantos são os símbolos, as cerimônias introduzidas, inicialmente, pela corte portuguesa e, de modo especial, por Dom Pedro I na época da Independência.
Aliás, a própria definição de cerimonial é clara, pois se trata da “sequência introduzida pelo uso e pela vontade das pessoas autorizadas, dos diferentes partes de uma cerimônia política, religiosa, judiciária ou mesmo privada” (Novel Larousse Illustré. In: SPEERS, 1984: 26)
Na monarquia, mesmo nas parlamentares, é o monarca o foco das atenções, o centro de onde partem todos os princípios de protocolo e é ele quem dita as de cerimonial. Na Inglaterra, por exemplo, a definição da precedência parte do monarca, passando pelo seu consorte, pelos filhos homens, pelo Arcebispo de Cantuária, pelo Lorde Grão Chanceler, pelo Arcebispo de York (representantes da coroa). Somente depois vem o Primeiro-Ministro.
A de Dom Pedro II, mesmo no longínquo São Francisco, esses procedimentos estão presentes porque “símbolo vivo do Estado e da nação, o Império termina por encarnar-se em sua pessoa, refletindo em certa medida, a natureza dupla da Constituição, expressa na doutrina do quarto poder, o poder moderador”.
Por esta razão, “o segundo imperador dos brasileiros reapropriava-se das fórmulas tradicionais da realeza européia. Essa limitação não era uma falsa cópia. Ao contrário, fundava-se inteiramente no direito. Prolongada na América graças a esse príncipe, a monarquia reproduziu em sua dimensão mágico-simbólica os mesmos esquemas da Europa. A idéia da realeza como sustentáculo da autoridade e da ordem era muito forte. Por outro lado, a centralização política do Estado imperial favorecia essa imagem centrada na pessoa do monarca representando a nação, ou seja, a nação era vista e sentida através de seu soberano, que focalizava sobre si todos os olhares, atualizando atitudes mentais bem-definidas” (RIBEIRO, 1995:103)
Assim, as viagens do Imperador em qualquer dos quadrantes do país, faziam parte da formação da imagem da monarquia. Quem viajava não era o homem, mas o símbolo do Império. E, por esta razão, elas eram cercadas durante todo o tempo (antes, durante e depois) por cerimônias.
Na véspera da partida para o norte, Dom Pedro II e D. Teresa Cristina receberam os cumprimentos das altas autoridades do governo, de funcionários públicos e pessoas gradas da Corte, seguidos – no dia seguinte – com as despedidas do corpo diplomático, no Arsenal de Marinha. Embarcados os soberanos no vapor “Apa”, este deixou a baía da Guanabara, comboiado pelos navios de guerra “Amazonas”, “Paraense” e “Belmonte”, seguido – até fora da barra – pelo “Paraíba”, “D. Pedro” e o “Concórdia”, da marinha espanhola, com a marujada nas vergas.
Ao “espetáculo se juntavam as salvas das fortalezas, as continências militares e o agitar dos lenços da assistência popular nas amuradas dos cais e alto dos morros” (SODRÉ, AMI: 22)
Na chegada às cidades e vilas visitadas, outras cerimônias tinham lugar: recebimento pelas autoridades locais, entrega da chave da cidade, beijo ao Crucificado, ida à igreja matriz sob o pálio, Te Deum, alocuções, beija-mão, etc. A Guarda Nacional, em alas, as irmandades mais importantes com os seus representantes trazendo a opa correspondente formavam o décor para o cerimonial.
O próprio traje de Dom Pedro era cuidadosamente escolhido e ligava-se à formação da idéia do símbolo da nação. Ao desembarcar em Penedo, ele usava a segunda farda de almirante, constituída de uma “casaca preta com dragonas douradas, calça branca de listras também a ouro, faixa azul sobre o colete branco, contrastando admiravelmente. O peito cintilava de medalhas” (DUARTE, 1975: 43)
Na capital das províncias o traje era o primeiro uniforme de almirante.
Todos estes “cerimoniais” obedeciam a regras estabelecidas, por instrução do Ministério do Império, em cada uma das províncias visitadas, baixadas pelos seus presidentes.
As partidas eram solenizadas e, na chegada à Corte, novas cerimônias repetiam-se.
Isto porque “com d. Pedro II viajavam também os rituais monárquicos e alguns cerimoniais: disposições para a partida do imperador e seu séquito, os programas municipais para a chegada do soberano a diferentes cidades, as recepções grandiloquentes em seu retorno à corte; nestas, os moradores eram instruídos a iluminar a frente de suas casas e orná-las com tapeçarias, ao mesmo tempo em que as ruas, pelas quais passasse o cortejo imperial deveriam ser areadas e juncadas de folhas e flores. Se o cenário variava: o script era o mesmo: precisão e pompa” (SCHWARZ, 1998: 358)
Ao chegar ao Rio de Janeiro, em fevereiro de 1860, Dom Pedro II e D. Teresa Cristina foram recebidos com recepção entusiástica que “nunca mais poderá riscar-se da memória dos Fluminenses”. Navios engalanados, salvas das fortalezas, desembarque no Arsenal de Marinha, na companhia das filhas, que os foram encontrar, cumprimentos do corpo diplomático, cortejo, sob o pálio, até a Capela Imperial, entre alas de soldados, arcos de triunfo, foguetório, recebimento, na entrada do templo, pelo Bispo Capelão-Mor e pelo cabido, Te Deum e iluminação da cidade à noite.
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* Escritor e Historiador
Bibliografia:
1. DUARTE, Abelardo. Dom Pedro II e D. Teresa Cristina nas Alagoas, Maceió, 1975
2. RIBEIRO, Maria Eurydice de Barros. Os símbolos do poder: cerimônias e imagem do Estado Monárquico no Brasil, Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1995
3. SCHWARZ, Lilia Moritz. As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos, São Paulo: Companhia das Letras, 1998
4. SPEERS, Nelson. Cerimonial para Relações Públicas, São Paulo; Hexágono, 1984
Fonte: www.tribunadapraia.com - Em: 22/11/2009
Dom Pedro II no Baixo São Francisco (Sesquicentenário de uma visita - II)
Texto: L.F.R. Soutelo (Escritor e historiador)
Os cerimoniais - Outro ponto a considerar é que as viagens de um chefe de estado, em qualquer quadrante do mundo, não têm caráter privado, mas um cunho oficial, sendo cercada de atos e procedimentos protocolares.
O sentido de estado, de governo e de poder está indissoluvelmente ligado ao de cerimonial. Nas monarquias este sentido é muito mais presente, podendo-se dizer que é intrínseco a elas, na medida em que aproxima a casa reinante e os habitantes do país. No Brasil, o regime monárquico não fugiu à regra, tantos são os símbolos, as cerimônias introduzidas, inicialmente, pela corte portuguesa e, de modo especial, por Dom Pedro I na época da Independência.
Aliás, a própria definição de cerimonial é clara, pois se trata da “sequência introduzida pelo uso e pela vontade das pessoas autorizadas, dos diferentes partes de uma cerimônia política, religiosa, judiciária ou mesmo privada” (Novel Larousse Illustré. In: SPEERS, 1984: 26)
Na monarquia, mesmo nas parlamentares, é o monarca o foco das atenções, o centro de onde partem todos os princípios de protocolo e é ele quem dita as de cerimonial. Na Inglaterra, por exemplo, a definição da precedência parte do monarca, passando pelo seu consorte, pelos filhos homens, pelo Arcebispo de Cantuária, pelo Lorde Grão Chanceler, pelo Arcebispo de York (representantes da coroa). Somente depois vem o Primeiro-Ministro.
A de Dom Pedro II, mesmo no longínquo São Francisco, esses procedimentos estão presentes porque “símbolo vivo do Estado e da nação, o Império termina por encarnar-se em sua pessoa, refletindo em certa medida, a natureza dupla da Constituição, expressa na doutrina do quarto poder, o poder moderador”.
Por esta razão, “o segundo imperador dos brasileiros reapropriava-se das fórmulas tradicionais da realeza européia. Essa limitação não era uma falsa cópia. Ao contrário, fundava-se inteiramente no direito. Prolongada na América graças a esse príncipe, a monarquia reproduziu em sua dimensão mágico-simbólica os mesmos esquemas da Europa. A idéia da realeza como sustentáculo da autoridade e da ordem era muito forte. Por outro lado, a centralização política do Estado imperial favorecia essa imagem centrada na pessoa do monarca representando a nação, ou seja, a nação era vista e sentida através de seu soberano, que focalizava sobre si todos os olhares, atualizando atitudes mentais bem-definidas” (RIBEIRO, 1995:103)
Assim, as viagens do Imperador em qualquer dos quadrantes do país, faziam parte da formação da imagem da monarquia. Quem viajava não era o homem, mas o símbolo do Império. E, por esta razão, elas eram cercadas durante todo o tempo (antes, durante e depois) por cerimônias.
Na véspera da partida para o norte, Dom Pedro II e D. Teresa Cristina receberam os cumprimentos das altas autoridades do governo, de funcionários públicos e pessoas gradas da Corte, seguidos – no dia seguinte – com as despedidas do corpo diplomático, no Arsenal de Marinha. Embarcados os soberanos no vapor “Apa”, este deixou a baía da Guanabara, comboiado pelos navios de guerra “Amazonas”, “Paraense” e “Belmonte”, seguido – até fora da barra – pelo “Paraíba”, “D. Pedro” e o “Concórdia”, da marinha espanhola, com a marujada nas vergas.
Ao “espetáculo se juntavam as salvas das fortalezas, as continências militares e o agitar dos lenços da assistência popular nas amuradas dos cais e alto dos morros” (SODRÉ, AMI: 22)
Na chegada às cidades e vilas visitadas, outras cerimônias tinham lugar: recebimento pelas autoridades locais, entrega da chave da cidade, beijo ao Crucificado, ida à igreja matriz sob o pálio, Te Deum, alocuções, beija-mão, etc. A Guarda Nacional, em alas, as irmandades mais importantes com os seus representantes trazendo a opa correspondente formavam o décor para o cerimonial.
O próprio traje de Dom Pedro era cuidadosamente escolhido e ligava-se à formação da idéia do símbolo da nação. Ao desembarcar em Penedo, ele usava a segunda farda de almirante, constituída de uma “casaca preta com dragonas douradas, calça branca de listras também a ouro, faixa azul sobre o colete branco, contrastando admiravelmente. O peito cintilava de medalhas” (DUARTE, 1975: 43)
Na capital das províncias o traje era o primeiro uniforme de almirante.
Todos estes “cerimoniais” obedeciam a regras estabelecidas, por instrução do Ministério do Império, em cada uma das províncias visitadas, baixadas pelos seus presidentes.
As partidas eram solenizadas e, na chegada à Corte, novas cerimônias repetiam-se.
Isto porque “com d. Pedro II viajavam também os rituais monárquicos e alguns cerimoniais: disposições para a partida do imperador e seu séquito, os programas municipais para a chegada do soberano a diferentes cidades, as recepções grandiloquentes em seu retorno à corte; nestas, os moradores eram instruídos a iluminar a frente de suas casas e orná-las com tapeçarias, ao mesmo tempo em que as ruas, pelas quais passasse o cortejo imperial deveriam ser areadas e juncadas de folhas e flores. Se o cenário variava: o script era o mesmo: precisão e pompa” (SCHWARZ, 1998: 358)
Ao chegar ao Rio de Janeiro, em fevereiro de 1860, Dom Pedro II e D. Teresa Cristina foram recebidos com recepção entusiástica que “nunca mais poderá riscar-se da memória dos Fluminenses”. Navios engalanados, salvas das fortalezas, desembarque no Arsenal de Marinha, na companhia das filhas, que os foram encontrar, cumprimentos do corpo diplomático, cortejo, sob o pálio, até a Capela Imperial, entre alas de soldados, arcos de triunfo, foguetório, recebimento, na entrada do templo, pelo Bispo Capelão-Mor e pelo cabido, Te Deum e iluminação da cidade à noite.
1. DUARTE, Abelardo. Dom Pedro II e D. Teresa Cristina nas Alagoas, Maceió, 1975
2. RIBEIRO, Maria Eurydice de Barros. Os símbolos do poder: cerimônias e imagem do Estado Monárquico no Brasil, Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1995
3. SCHWARZ, Lilia Moritz. As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos, São Paulo: Companhia das Letras, 1998
4. SPEERS, Nelson. Cerimonial para Relações Públicas, São Paulo; Hexágono, 1984
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15/11/2009 - Dom Pedro II no Baixo São Francisco (Sesquicentenário de uma visita - I)
Os cerimoniais - Outro ponto a considerar é que as viagens de um chefe de estado, em qualquer quadrante do mundo, não têm caráter privado, mas um cunho oficial, sendo cercada de atos e procedimentos protocolares.
O sentido de estado, de governo e de poder está indissoluvelmente ligado ao de cerimonial. Nas monarquias este sentido é muito mais presente, podendo-se dizer que é intrínseco a elas, na medida em que aproxima a casa reinante e os habitantes do país. No Brasil, o regime monárquico não fugiu à regra, tantos são os símbolos, as cerimônias introduzidas, inicialmente, pela corte portuguesa e, de modo especial, por Dom Pedro I na época da Independência.
Aliás, a própria definição de cerimonial é clara, pois se trata da “sequência introduzida pelo uso e pela vontade das pessoas autorizadas, dos diferentes partes de uma cerimônia política, religiosa, judiciária ou mesmo privada” (Novel Larousse Illustré. In: SPEERS, 1984: 26)
Na monarquia, mesmo nas parlamentares, é o monarca o foco das atenções, o centro de onde partem todos os princípios de protocolo e é ele quem dita as de cerimonial. Na Inglaterra, por exemplo, a definição da precedência parte do monarca, passando pelo seu consorte, pelos filhos homens, pelo Arcebispo de Cantuária, pelo Lorde Grão Chanceler, pelo Arcebispo de York (representantes da coroa). Somente depois vem o Primeiro-Ministro.
A de Dom Pedro II, mesmo no longínquo São Francisco, esses procedimentos estão presentes porque “símbolo vivo do Estado e da nação, o Império termina por encarnar-se em sua pessoa, refletindo em certa medida, a natureza dupla da Constituição, expressa na doutrina do quarto poder, o poder moderador”.
Por esta razão, “o segundo imperador dos brasileiros reapropriava-se das fórmulas tradicionais da realeza européia. Essa limitação não era uma falsa cópia. Ao contrário, fundava-se inteiramente no direito. Prolongada na América graças a esse príncipe, a monarquia reproduziu em sua dimensão mágico-simbólica os mesmos esquemas da Europa. A idéia da realeza como sustentáculo da autoridade e da ordem era muito forte. Por outro lado, a centralização política do Estado imperial favorecia essa imagem centrada na pessoa do monarca representando a nação, ou seja, a nação era vista e sentida através de seu soberano, que focalizava sobre si todos os olhares, atualizando atitudes mentais bem-definidas” (RIBEIRO, 1995:103)
Assim, as viagens do Imperador em qualquer dos quadrantes do país, faziam parte da formação da imagem da monarquia. Quem viajava não era o homem, mas o símbolo do Império. E, por esta razão, elas eram cercadas durante todo o tempo (antes, durante e depois) por cerimônias.
Na véspera da partida para o norte, Dom Pedro II e D. Teresa Cristina receberam os cumprimentos das altas autoridades do governo, de funcionários públicos e pessoas gradas da Corte, seguidos – no dia seguinte – com as despedidas do corpo diplomático, no Arsenal de Marinha. Embarcados os soberanos no vapor “Apa”, este deixou a baía da Guanabara, comboiado pelos navios de guerra “Amazonas”, “Paraense” e “Belmonte”, seguido – até fora da barra – pelo “Paraíba”, “D. Pedro” e o “Concórdia”, da marinha espanhola, com a marujada nas vergas.
Ao “espetáculo se juntavam as salvas das fortalezas, as continências militares e o agitar dos lenços da assistência popular nas amuradas dos cais e alto dos morros” (SODRÉ, AMI: 22)
Na chegada às cidades e vilas visitadas, outras cerimônias tinham lugar: recebimento pelas autoridades locais, entrega da chave da cidade, beijo ao Crucificado, ida à igreja matriz sob o pálio, Te Deum, alocuções, beija-mão, etc. A Guarda Nacional, em alas, as irmandades mais importantes com os seus representantes trazendo a opa correspondente formavam o décor para o cerimonial.
O próprio traje de Dom Pedro era cuidadosamente escolhido e ligava-se à formação da idéia do símbolo da nação. Ao desembarcar em Penedo, ele usava a segunda farda de almirante, constituída de uma “casaca preta com dragonas douradas, calça branca de listras também a ouro, faixa azul sobre o colete branco, contrastando admiravelmente. O peito cintilava de medalhas” (DUARTE, 1975: 43)
Na capital das províncias o traje era o primeiro uniforme de almirante.
Todos estes “cerimoniais” obedeciam a regras estabelecidas, por instrução do Ministério do Império, em cada uma das províncias visitadas, baixadas pelos seus presidentes.
As partidas eram solenizadas e, na chegada à Corte, novas cerimônias repetiam-se.
Isto porque “com d. Pedro II viajavam também os rituais monárquicos e alguns cerimoniais: disposições para a partida do imperador e seu séquito, os programas municipais para a chegada do soberano a diferentes cidades, as recepções grandiloquentes em seu retorno à corte; nestas, os moradores eram instruídos a iluminar a frente de suas casas e orná-las com tapeçarias, ao mesmo tempo em que as ruas, pelas quais passasse o cortejo imperial deveriam ser areadas e juncadas de folhas e flores. Se o cenário variava: o script era o mesmo: precisão e pompa” (SCHWARZ, 1998: 358)
Ao chegar ao Rio de Janeiro, em fevereiro de 1860, Dom Pedro II e D. Teresa Cristina foram recebidos com recepção entusiástica que “nunca mais poderá riscar-se da memória dos Fluminenses”. Navios engalanados, salvas das fortalezas, desembarque no Arsenal de Marinha, na companhia das filhas, que os foram encontrar, cumprimentos do corpo diplomático, cortejo, sob o pálio, até a Capela Imperial, entre alas de soldados, arcos de triunfo, foguetório, recebimento, na entrada do templo, pelo Bispo Capelão-Mor e pelo cabido, Te Deum e iluminação da cidade à noite.
1. DUARTE, Abelardo. Dom Pedro II e D. Teresa Cristina nas Alagoas, Maceió, 1975
2. RIBEIRO, Maria Eurydice de Barros. Os símbolos do poder: cerimônias e imagem do Estado Monárquico no Brasil, Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1995
3. SCHWARZ, Lilia Moritz. As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos, São Paulo: Companhia das Letras, 1998
4. SPEERS, Nelson. Cerimonial para Relações Públicas, São Paulo; Hexágono, 1984
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15/11/2009 - Dom Pedro II no Baixo São Francisco (Sesquicentenário de uma visita - I)
21 de nov. de 2009
O QUILOMBO DE PATIOBA EXISTE E RESISTE...
Plantando raízes para colher gerações, o 6º Quilombofest tem como objetivo elaborar uma proposta para o desenvolvimento sócio-cultural da comunidade
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br
A comunidade quilombola do povoado Patioba, distante 7 quilômetros da sede do município, Japaratuba está celebrando desde ontem, estendendo-se até amanhã, 22, o 6º Quilombofest, movimento de resistência e de mobilização para o crescimento da cultura do povoado. O evento tem como objetivo principal envolver a comunidade nas discussões em torno de uma proposta para desenvolvimento sócio-cultural de Patioba, promovendo a expansão e divulgação do povoado e de sua cultura, buscando caminhos para melhorar as condições de vida de nosso povo.
O 6º Quilombofest teve início na tarde de ontem 20, a partir das 16 horas, quando foram expostas pinturas feitas pelos alunos daquela comunidade. Às 19h30min tivemos a Abertura Oficial, com o Cine Patioba, quando foram exibidos vídeos sobre a temática relacionada à história de resistência dos afro-brasileiros. Na manhã de hoje, a organização do 6º Quilombofest recepcionou as outras comunidades, seguido da apresentação do tema do evento pela comunidade quilombola de Patioba. Às 10 horas tivemos a apresentação do Candomblé Nagô, daquele povoado, seguido de intervenções dos professores e historiadores Claudomir Tavares (Pirambu/Propriá) e Robson Anselmo (Aracaju).
Hoje a tarde teremos às 14 horas o início das Oficinas Temáticas: música e dança afro, folclórica de maculelê e de capoeira (teórica e prática) e a partir das 15h30min uma Mesa Redonda “a importância do negro para o desenvolvimento do Vale do Cotinguiba” (historiadores Claudomir Tavares, Geane Corrêa e José Antônio). As 16h30min teremos a apresentação de uma Peça Teatral, apresentando o espetáculo “O Quilombo da Patioba resiste...”. A programação terá continuidade a noite a partir das 20 horas com o desfile da Garota Quilombola, seguido de shows musicais, com destaque para a apresentação de Décio Nunes e banda.
O 6º Quilombofest terá culminância no domingo, 22, com alvorada festiva logo às 05h30min, seguido de caminhada pelas ruas do povoado, com manifestação de direitos da comunidade quilombola que não foram ainda adquiridos. Participam desta manifestação artistas, estudantes, professores, convidados e comunidades. Um café da manhã marca o encerramento desta manifestação a partir das 08 horas. Às 09 horas teremos um torneio de futebol, disputado por equipes locais e convidadas. A tarde teremos uma roda de capoeira, a partir das 14h30min, seguido de apresentação de resultados das oficinas de música e dança afro, folclórica de maculelê e de capoeira. Às 15h30min teremos a leitura da carta “O Quilombo de Patioba existe e resiste...”. O evento será encerrado às 16 horas com apresentação dos Timbaleiros ou Cultura Reggae.
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br
A comunidade quilombola do povoado Patioba, distante 7 quilômetros da sede do município, Japaratuba está celebrando desde ontem, estendendo-se até amanhã, 22, o 6º Quilombofest, movimento de resistência e de mobilização para o crescimento da cultura do povoado. O evento tem como objetivo principal envolver a comunidade nas discussões em torno de uma proposta para desenvolvimento sócio-cultural de Patioba, promovendo a expansão e divulgação do povoado e de sua cultura, buscando caminhos para melhorar as condições de vida de nosso povo.
O 6º Quilombofest teve início na tarde de ontem 20, a partir das 16 horas, quando foram expostas pinturas feitas pelos alunos daquela comunidade. Às 19h30min tivemos a Abertura Oficial, com o Cine Patioba, quando foram exibidos vídeos sobre a temática relacionada à história de resistência dos afro-brasileiros. Na manhã de hoje, a organização do 6º Quilombofest recepcionou as outras comunidades, seguido da apresentação do tema do evento pela comunidade quilombola de Patioba. Às 10 horas tivemos a apresentação do Candomblé Nagô, daquele povoado, seguido de intervenções dos professores e historiadores Claudomir Tavares (Pirambu/Propriá) e Robson Anselmo (Aracaju).
Hoje a tarde teremos às 14 horas o início das Oficinas Temáticas: música e dança afro, folclórica de maculelê e de capoeira (teórica e prática) e a partir das 15h30min uma Mesa Redonda “a importância do negro para o desenvolvimento do Vale do Cotinguiba” (historiadores Claudomir Tavares, Geane Corrêa e José Antônio). As 16h30min teremos a apresentação de uma Peça Teatral, apresentando o espetáculo “O Quilombo da Patioba resiste...”. A programação terá continuidade a noite a partir das 20 horas com o desfile da Garota Quilombola, seguido de shows musicais, com destaque para a apresentação de Décio Nunes e banda.
O 6º Quilombofest terá culminância no domingo, 22, com alvorada festiva logo às 05h30min, seguido de caminhada pelas ruas do povoado, com manifestação de direitos da comunidade quilombola que não foram ainda adquiridos. Participam desta manifestação artistas, estudantes, professores, convidados e comunidades. Um café da manhã marca o encerramento desta manifestação a partir das 08 horas. Às 09 horas teremos um torneio de futebol, disputado por equipes locais e convidadas. A tarde teremos uma roda de capoeira, a partir das 14h30min, seguido de apresentação de resultados das oficinas de música e dança afro, folclórica de maculelê e de capoeira. Às 15h30min teremos a leitura da carta “O Quilombo de Patioba existe e resiste...”. O evento será encerrado às 16 horas com apresentação dos Timbaleiros ou Cultura Reggae.
19 de nov. de 2009
Claudomir encerra mandato no CBHJ
Ambientalista irá reestruturar ONG SOS Rio Japaratuba
Membro do Comitê da Bacia Hidrográfica e seu presidente desde 15 de outubro de 2008, o professor Claudomir Tavares encerra seu mandato a frente do Parlamento das Águas no dia 17 de Dezembro de 2009, quando serão empossados os novos membros e eleita nova diretoria (Presidente e Secretário Geral), além do município que sediará a Secretaria Executiva do comitê nos próximos anos. Lançado candidato a reeleição pelo presidente da Associação de Jovens e Adultos do Povoado Porteiras, Silvestre Ferreira, Claudomir Tavares, que de imediato aceitou a indicação, recuou e informa que só será candidato num amplo entendimento dos membros do CBHJ. “Pessoalmente não advogo a tese da reeleição e por isso, só aceitarei ser candidato se for o entendimento do conjunto, até porque eu fui eleito Secretário Geral em 13 de Junho de 2007 e estou Presidente desde 15 de Outubro de 2008”, informou.
“Inicialmente defendi o nome de Gilberto Santana (Nossa Senhora das Dores) para presidir o CBHJ, mas este alega dificuldades. O outro candidato, o senhor Lucival Vieira de Moura, que nos parece teria o apoio dos demais pares, lançado por ocasião da Plenária Eleitoral realizada em Capela, dia 04 de Novembro, pela sua condição de Presidente da Comissão Eleitoral, não poderá concorrer a Diretoria do Comitê, conforme deliberação da última Reunião Plenária realizada em 26 de Agosto de 2009”, completou. Neste sentido, “iremos propor o nome da professora Rosa Cecília, representante da Associação Ecológica de Capela, para presidir o Comitê, que tem uma larga trajetória em defesa do Rio Japaratuba, sendo uma estudiosa das questões ambientais, graduada em Biologia pela UFS, tendo especializado-se em Gestão Ambiental pela FANESE, estando nos caminho do Mestrado em Meio Ambiente pelo Prodema/UFS.
Claudomir fará parte do comitê apenas como membro, indicado na manhã de ontem pela Colônia de Pescadores, instituição que fora reeleita para permanecer integrando o CBHJ, no seguimento Usuários de Água. Assim, disse ele, “teremos mais tempo de reorganizar a ONG SOS Rio Japaratuba, entidade que é o resultado da Sociedade de Cultura e Arte de Pirambu (SCAP), fundada em 08 de Agosto de 1998, transformada em Comitê Popular do Rio Japaratuba no dia 15 de abril de 2005, passando a chamar-se Sociedade Sócio-Ambiental Vale do Japaratuba (SOS Rio Japaratuba) em 28 de Julho de 2006, que unificou-se com a Sociedade Ambientalista do Vale do Japaratuba (SALVAJ) depois de duas reuniões, realizadas em 03 de fevereiro de 2007 em Pirambu e 02 de março de 2007 em Japaratuba”, revelou.
A ONG está desativada desde aquela data, carecendo de uma re-construção, a partir de uma Assembléia Geral Extraordinária a realizar-se no início de 2010, em local e data a ser informado posteriormente.
Membro do Comitê da Bacia Hidrográfica e seu presidente desde 15 de outubro de 2008, o professor Claudomir Tavares encerra seu mandato a frente do Parlamento das Águas no dia 17 de Dezembro de 2009, quando serão empossados os novos membros e eleita nova diretoria (Presidente e Secretário Geral), além do município que sediará a Secretaria Executiva do comitê nos próximos anos. Lançado candidato a reeleição pelo presidente da Associação de Jovens e Adultos do Povoado Porteiras, Silvestre Ferreira, Claudomir Tavares, que de imediato aceitou a indicação, recuou e informa que só será candidato num amplo entendimento dos membros do CBHJ. “Pessoalmente não advogo a tese da reeleição e por isso, só aceitarei ser candidato se for o entendimento do conjunto, até porque eu fui eleito Secretário Geral em 13 de Junho de 2007 e estou Presidente desde 15 de Outubro de 2008”, informou.
“Inicialmente defendi o nome de Gilberto Santana (Nossa Senhora das Dores) para presidir o CBHJ, mas este alega dificuldades. O outro candidato, o senhor Lucival Vieira de Moura, que nos parece teria o apoio dos demais pares, lançado por ocasião da Plenária Eleitoral realizada em Capela, dia 04 de Novembro, pela sua condição de Presidente da Comissão Eleitoral, não poderá concorrer a Diretoria do Comitê, conforme deliberação da última Reunião Plenária realizada em 26 de Agosto de 2009”, completou. Neste sentido, “iremos propor o nome da professora Rosa Cecília, representante da Associação Ecológica de Capela, para presidir o Comitê, que tem uma larga trajetória em defesa do Rio Japaratuba, sendo uma estudiosa das questões ambientais, graduada em Biologia pela UFS, tendo especializado-se em Gestão Ambiental pela FANESE, estando nos caminho do Mestrado em Meio Ambiente pelo Prodema/UFS.
Claudomir fará parte do comitê apenas como membro, indicado na manhã de ontem pela Colônia de Pescadores, instituição que fora reeleita para permanecer integrando o CBHJ, no seguimento Usuários de Água. Assim, disse ele, “teremos mais tempo de reorganizar a ONG SOS Rio Japaratuba, entidade que é o resultado da Sociedade de Cultura e Arte de Pirambu (SCAP), fundada em 08 de Agosto de 1998, transformada em Comitê Popular do Rio Japaratuba no dia 15 de abril de 2005, passando a chamar-se Sociedade Sócio-Ambiental Vale do Japaratuba (SOS Rio Japaratuba) em 28 de Julho de 2006, que unificou-se com a Sociedade Ambientalista do Vale do Japaratuba (SALVAJ) depois de duas reuniões, realizadas em 03 de fevereiro de 2007 em Pirambu e 02 de março de 2007 em Japaratuba”, revelou.
A ONG está desativada desde aquela data, carecendo de uma re-construção, a partir de uma Assembléia Geral Extraordinária a realizar-se no início de 2010, em local e data a ser informado posteriormente.
Claudomir encerra mandato no CBHJ
Ambientalista irá reestruturar ONG SOS Rio Japaratuba
Membro do Comitê da Bacia Hidrográfica e seu presidente desde 15 de outubro de 2008, o professor Claudomir Tavares encerra seu mandato a frente do Parlamento das Águas no dia 17 de Dezembro de 2009, quando serão empossados os novos membros e eleita nova diretoria (Presidente e Secretário Geral), além do município que sediará a Secretaria Executiva do comitê nos próximos anos. Lançado candidato a reeleição pelo presidente da Associação de Jovens e Adultos do Povoado Porteiras, Silvestre Ferreira, Claudomir Tavares, que de imediato aceitou a indicação, recuou e informa que só será candidato num amplo entendimento dos membros do CBHJ. “Pessoalmente não advogo a tese da reeleição e por isso, só aceitarei ser candidato se for o entendimento do conjunto, até porque eu fui eleito Secretário Geral em 13 de Junho de 2007 e estou Presidente desde 15 de Outubro de 2008”, informou.
“Inicialmente defendi o nome de Gilberto Santana (Nossa Senhora das Dores) para presidir o CBHJ, mas este alega dificuldades. O outro candidato, o senhor Lucival Vieira de Moura, que nos parece teria o apoio dos demais pares, lançado por ocasião da Plenária Eleitoral realizada em Capela, dia 04 de Novembro, pela sua condição de Presidente da Comissão Eleitoral, não poderá concorrer a Diretoria do Comitê, conforme deliberação da última Reunião Plenária realizada em 26 de Agosto de 2009”, completou. Neste sentido, “iremos propor o nome da professora Rosa Cecília, representante da Associação Ecológica de Capela, para presidir o Comitê, que tem uma larga trajetória em defesa do Rio Japaratuba, sendo uma estudiosa das questões ambientais, graduada em Biologia pela UFS, tendo especializado-se em Gestão Ambiental pela FANESE, estando nos caminho do Mestrado em Meio Ambiente pelo Prodema/UFS.
Claudomir fará parte do comitê apenas como membro, indicado na manhã de ontem pela Colônia de Pescadores, instituição que fora reeleita para permanecer integrando o CBHJ, no seguimento Usuários de Água. Assim, disse ele, “teremos mais tempo de reorganizar a ONG SOS Rio Japaratuba, entidade que é o resultado da Sociedade de Cultura e Arte de Pirambu (SCAP), fundada em 08 de Agosto de 1998, transformada em Comitê Popular do Rio Japaratuba no dia 15 de abril de 2005, passando a chamar-se Sociedade Sócio-Ambiental Vale do Japaratuba (SOS Rio Japaratuba) em 28 de Julho de 2006, que unificou-se com a Sociedade Ambientalista do Vale do Japaratuba (SALVAJ) depois de duas reuniões, realizadas em 03 de fevereiro de 2007 em Pirambu e 02 de março de 2007 em Japaratuba”, revelou.
A ONG está desativada desde aquela data, carecendo de uma re-construção, a partir de uma Assembléia Geral Extraordinária a realizar-se no início de 2010, em local e data a ser informado posteriormente.
Fonte: www.tribunadapraia.com - Em: 19/11/2009
Membro do Comitê da Bacia Hidrográfica e seu presidente desde 15 de outubro de 2008, o professor Claudomir Tavares encerra seu mandato a frente do Parlamento das Águas no dia 17 de Dezembro de 2009, quando serão empossados os novos membros e eleita nova diretoria (Presidente e Secretário Geral), além do município que sediará a Secretaria Executiva do comitê nos próximos anos. Lançado candidato a reeleição pelo presidente da Associação de Jovens e Adultos do Povoado Porteiras, Silvestre Ferreira, Claudomir Tavares, que de imediato aceitou a indicação, recuou e informa que só será candidato num amplo entendimento dos membros do CBHJ. “Pessoalmente não advogo a tese da reeleição e por isso, só aceitarei ser candidato se for o entendimento do conjunto, até porque eu fui eleito Secretário Geral em 13 de Junho de 2007 e estou Presidente desde 15 de Outubro de 2008”, informou.
“Inicialmente defendi o nome de Gilberto Santana (Nossa Senhora das Dores) para presidir o CBHJ, mas este alega dificuldades. O outro candidato, o senhor Lucival Vieira de Moura, que nos parece teria o apoio dos demais pares, lançado por ocasião da Plenária Eleitoral realizada em Capela, dia 04 de Novembro, pela sua condição de Presidente da Comissão Eleitoral, não poderá concorrer a Diretoria do Comitê, conforme deliberação da última Reunião Plenária realizada em 26 de Agosto de 2009”, completou. Neste sentido, “iremos propor o nome da professora Rosa Cecília, representante da Associação Ecológica de Capela, para presidir o Comitê, que tem uma larga trajetória em defesa do Rio Japaratuba, sendo uma estudiosa das questões ambientais, graduada em Biologia pela UFS, tendo especializado-se em Gestão Ambiental pela FANESE, estando nos caminho do Mestrado em Meio Ambiente pelo Prodema/UFS.
Claudomir fará parte do comitê apenas como membro, indicado na manhã de ontem pela Colônia de Pescadores, instituição que fora reeleita para permanecer integrando o CBHJ, no seguimento Usuários de Água. Assim, disse ele, “teremos mais tempo de reorganizar a ONG SOS Rio Japaratuba, entidade que é o resultado da Sociedade de Cultura e Arte de Pirambu (SCAP), fundada em 08 de Agosto de 1998, transformada em Comitê Popular do Rio Japaratuba no dia 15 de abril de 2005, passando a chamar-se Sociedade Sócio-Ambiental Vale do Japaratuba (SOS Rio Japaratuba) em 28 de Julho de 2006, que unificou-se com a Sociedade Ambientalista do Vale do Japaratuba (SALVAJ) depois de duas reuniões, realizadas em 03 de fevereiro de 2007 em Pirambu e 02 de março de 2007 em Japaratuba”, revelou.
A ONG está desativada desde aquela data, carecendo de uma re-construção, a partir de uma Assembléia Geral Extraordinária a realizar-se no início de 2010, em local e data a ser informado posteriormente.
Fonte: www.tribunadapraia.com - Em: 19/11/2009
17 de nov. de 2009
Hoje é dia do Mário Trindade Cruz
Maior escola da rede municipal de Pirambu comemora 30 anos com missa em ação de graças e estende comemoração com 1º Festival Zumbi dos Palmares
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br
Fundada em 17 de Novembro de 1979, através da Lei Municipal Nº 52, na gestão do prefeito Daniel Luiz dos Santos (ARENA/PDS), A Escola Municipal Mário Trindade Cruz está comemorando hoje 30 anos de uma das mais belas páginas da História da Educação em Pirambu. Para lembras esta que é mais importante data no Calendário Escolar, a escola promove na manhã de hoje, uma Missa em Ação de Graças a ser celebrada pelo Pe Natale Brambila, a partir dàs 09 horas, no pátio da instituição.
Festival Zumbi dos Palmares - A escola está convidando professores, estudantes, pais de aluno e a comunidade em geral para se fazer presente a este ato que marca o início das comemorações que terá prosseguimento quarta-feira, 18/11, com a abertura, a partir das 08 horas, do 1º Festival Zumbi dos Palmares, evento que marca as comemorações alusivas a Semana da Consciência Negra, que culminará na próxima sexta-feira, 20, dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
Jogos Internos - As comemorações prosseguem na próxima semana com a realização dos 7º Jogos Internos do Mário Trindade Cruz, a realizar-se no período de 25 a 27, emendando com o 1º Festival de Futsal. “É um momento de reencontro da comunidade escolar com a própria escola e nada como estes eventos para reafirmação do Mário enquanto uma instituição que é um patrimônio da educação em nosso município”, descreve a professora Sônia Santos, diretora da escola.
História – A Escola Municipal Mário Trindade Cruz é a maior e mais representativa da rede municipal de ensino. Nela estão matriculados cerca de 1500 estudantes (cerca de 60% do total de toda rede municipal) de todos os estudantes da rede, e lotados mais de 60 professores (algo em torno de 50%) e mais 2o funcionários (também algo em torno de 50% dos funcionários da educação na rede municipal). Desde 2002 incorporou a Escola Estadual Leonor Barreto Franco, prédio pertencente à rede estadual, mas cedido ao município em regime de comodato, onde funciona a Educação Infantil. Ali, estão matriculadas mais de 250 crianças, cujas aulas são ministradas por cerce de 15 professores.
Uma metamorfose na educação pública de Pirambu, a Escola Municipal Mário Trindade Cruz iniciou suas atividades oferecendo as primeiras séries primárias, sendo ampliada para até a 4ª Série a partir de 1984. Em 1994, passou a funcionar na escola o Sistema Organizacional Modular do Ensino Médio – SOMEM, da Secretaria de Estado da Educação. O SOMEM funcionou até o ano 2000, passando a incorporar o Ensino Médio já vinculado ao Colégio Estadual José Amaral Lemos em 2001. Antes, em 1999 teve início a segunda etapa do Ensino Fundamental, oferecendo até a 8ª Série, formando a primeira turma em 2002. A partir de 2003 a escola passou a oferecer o Ensino Médio, formando as primeiras turmas em 2005 (Regular) e 2007 (Magistério).
Diretores – Ao longo de sua trajetória, a escola foi marcada pela sua parcial (ou total) dependência administrativa da Secretaria Municipal de Educação - SEMED, o que está sendo rompido naturalmente pela tomada de atitude dos atores sociais que a constroem. Para efeito de registro, consta da Galeria de Diretores os seguintes professores:
• Profº. Natanael dos Santos – 1979/1984
• Profª Mirian Ferreira de Matos Cruz – 1984/1990
• Profª Genilza Ferreira Lisboa Alexandre – 1990/2001
• Profº Claudomir Tavares da Silva – 2001/2002
• Profª Maria dos Santos Morais – 2002/2007
• Profº Antônio Edvaldo Dantas de Oliveira – 2007
• Profª Cláudia Tavares da Silva – 2007/2008
• Profª Acácia Dias da Cruz – 2009
• Profª Sônia Maria Santos – Dese 2009
Em nossos registros, consta a relação das nossas primeiras professoras, as quais estarão para sempre em nossos corações, a saber:
• Maria Júlia Cruz Daltro (in memorian)
• Joselita da Silva Almeida
• Acidália da Silva Ferreira
• Luciene Ferreira Nunes
O Patrono – Mário Trindade Cruz foi ex-prefeito do município de Japaratuba, a época em que o território de Pirambu estava a ele integrado e exerceu forte influência na vida sócio-político do Vale do Japaratuba como um dos mais influentes políticos da região. Seus filhos Juarez Lopes Cruz e Marcos Lopes Cruz foram prefeitos de Pirambu, após sua emancipação em 1963.
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br
Festival Zumbi dos Palmares - A escola está convidando professores, estudantes, pais de aluno e a comunidade em geral para se fazer presente a este ato que marca o início das comemorações que terá prosseguimento quarta-feira, 18/11, com a abertura, a partir das 08 horas, do 1º Festival Zumbi dos Palmares, evento que marca as comemorações alusivas a Semana da Consciência Negra, que culminará na próxima sexta-feira, 20, dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
Jogos Internos - As comemorações prosseguem na próxima semana com a realização dos 7º Jogos Internos do Mário Trindade Cruz, a realizar-se no período de 25 a 27, emendando com o 1º Festival de Futsal. “É um momento de reencontro da comunidade escolar com a própria escola e nada como estes eventos para reafirmação do Mário enquanto uma instituição que é um patrimônio da educação em nosso município”, descreve a professora Sônia Santos, diretora da escola.
História – A Escola Municipal Mário Trindade Cruz é a maior e mais representativa da rede municipal de ensino. Nela estão matriculados cerca de 1500 estudantes (cerca de 60% do total de toda rede municipal) de todos os estudantes da rede, e lotados mais de 60 professores (algo em torno de 50%) e mais 2o funcionários (também algo em torno de 50% dos funcionários da educação na rede municipal). Desde 2002 incorporou a Escola Estadual Leonor Barreto Franco, prédio pertencente à rede estadual, mas cedido ao município em regime de comodato, onde funciona a Educação Infantil. Ali, estão matriculadas mais de 250 crianças, cujas aulas são ministradas por cerce de 15 professores.
Uma metamorfose na educação pública de Pirambu, a Escola Municipal Mário Trindade Cruz iniciou suas atividades oferecendo as primeiras séries primárias, sendo ampliada para até a 4ª Série a partir de 1984. Em 1994, passou a funcionar na escola o Sistema Organizacional Modular do Ensino Médio – SOMEM, da Secretaria de Estado da Educação. O SOMEM funcionou até o ano 2000, passando a incorporar o Ensino Médio já vinculado ao Colégio Estadual José Amaral Lemos em 2001. Antes, em 1999 teve início a segunda etapa do Ensino Fundamental, oferecendo até a 8ª Série, formando a primeira turma em 2002. A partir de 2003 a escola passou a oferecer o Ensino Médio, formando as primeiras turmas em 2005 (Regular) e 2007 (Magistério).
Diretores – Ao longo de sua trajetória, a escola foi marcada pela sua parcial (ou total) dependência administrativa da Secretaria Municipal de Educação - SEMED, o que está sendo rompido naturalmente pela tomada de atitude dos atores sociais que a constroem. Para efeito de registro, consta da Galeria de Diretores os seguintes professores:
• Profº. Natanael dos Santos – 1979/1984
• Profª Mirian Ferreira de Matos Cruz – 1984/1990
• Profª Genilza Ferreira Lisboa Alexandre – 1990/2001
• Profº Claudomir Tavares da Silva – 2001/2002
• Profª Maria dos Santos Morais – 2002/2007
• Profº Antônio Edvaldo Dantas de Oliveira – 2007
• Profª Cláudia Tavares da Silva – 2007/2008
• Profª Acácia Dias da Cruz – 2009
• Profª Sônia Maria Santos – Dese 2009
Em nossos registros, consta a relação das nossas primeiras professoras, as quais estarão para sempre em nossos corações, a saber:
• Maria Júlia Cruz Daltro (in memorian)
• Joselita da Silva Almeida
• Acidália da Silva Ferreira
• Luciene Ferreira Nunes
O Patrono – Mário Trindade Cruz foi ex-prefeito do município de Japaratuba, a época em que o território de Pirambu estava a ele integrado e exerceu forte influência na vida sócio-político do Vale do Japaratuba como um dos mais influentes políticos da região. Seus filhos Juarez Lopes Cruz e Marcos Lopes Cruz foram prefeitos de Pirambu, após sua emancipação em 1963.
16 de nov. de 2009
30 anos da Escola Mário Trindade Cruz
Maior escola da rede municipal de Pirambu comemora 30 anos
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br
Fundada em 17 de Novembro de 1979, através da Lei Municipal Nº 52, na gestão do prefeito Daniel Luiz dos Santos (ARENA/PDS), A Escola Municipal Mário Trindade Cruz está comemorando 30 anos de uma das mais belas páginas da História da Educação em Pirambu. Para comemorar a escola promove amanhã, 17/11, uma Missa Solene em Ação de Graças a ser celebrada pelo Pe Natale Brambila, a partir dàs 09 horas, no pátio da instituição.
A escola está convidando professores, estudantes, pais de aluno e a comunidade em geral para se fazer presente a este ato que marca o início das comemorações que terá prosseguimento amanhã, 18/11, com a abertura, a partir das 08 horas, do 1º Festival Zumbi dos Palmares, evento que marca as comemorações alusivas a Semana da Consciência Negra, que culminará na próxima sexta-feira, 20, dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
História – A Escola Municipal Mário Trindade Cruz é a maior e mais representativa da rede municipal de ensino. Nela estão matriculados cerca de 1500 estudantes (cerca de 60% do total de toda rede municipal) de todos os estudantes da rede, e lotados mais de 60 professores (algo em torno de 50%) e mais 2o funcionários (também algo em torno de 50% dos funcionários da educação na rede municipal). Desde 2002 incorporou a Escola Estadual Leonor Barreto Franco, prédio pertencente à rede estadual, mas cedido ao município em regime de comodato, onde funciona a Educação Infantil. Ali, estão matriculadas mais de 250 crianças, cujas aulas são ministradas por cerce de 15 professores.
Uma metamorfose na educação pública de Pirambu, a Escola Municipal Mário Trindade Cruz iniciou suas atividades oferecendo as primeiras séries primárias, sendo ampliada para até a 4ª Série a partir de 1984. Em 1994, passou a funcionar na escola o Sistema Organizacional Modular do Ensino Médio – SOMEM, da Secretaria de Estado da Educação. O SOMEM funcionou até o ano 2000, passando a incorporar o Ensino Médio já vinculado ao Colégio Estadual José Amaral Lemos em 2001. Antes, em 1999 teve início a segunda etapa do Ensino Fundamental, oferecendo até a 8ª Série, formando a primeira turma em 2002. A partir de 2003 a escola passou a oferecer o Ensino Médio, formando as primeiras turmas em 2005 (Regular) e 2007 (Magistério).
Diretores – Ao longo de sua trajetória, a escola foi marcada pela sua parcial (ou total) dependência administrativa da Secretaria Municipal de Educação - SEMED, o que está sendo rompido naturalmente pela tomada de atitude dos atores sociais que a constroem. Para efeito de registro, consta da Galeria de Diretores os seguintes professores:
• Profº. Natanael dos Santos – 1979/1984
• Profª Mirian Ferreira de Matos Cruz – 1984/1990
• Profª Genilza Ferreira Lisboa Alexandre – 1990/2001
• Profº Claudomir Tavares da Silva – 2001/2002
• Profª Maria dos Santos Morais – 2002/2007
• Profº Antônio Edvaldo Dantas de Oliveira – 2007
• Profª Cláudia Tavares da Silva – 2007/2008
• Profª Acácia Dias da Cruz – 2009
• Profª Sônia Maria Santos – Dese 2009
Em nossos registros, consta a relação das nossas primeiras professoras, as quais estarão para sempre em nossos corações, a saber:
• Maria Júlia Cruz Daltro (in memorian)
• Joselita da Silva Almeida
• Acidália da Silva Ferreira
• Luciene Ferreira Nunes
O Patrono – Mário Trindade Cruz foi ex-prefeito do município de Japaratuba, a época em que o território de Pirambu estava a ele integrado e exerceu forte influência na vida sócio-político do Vale do Japaratuba como um dos mais influentes políticos da região. Seus filhos Juarez Lopes Cruz e Marcos Lopes Cruz foram prefeitos de Pirambu, após sua emancipação em 1963.
Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br
Fundada em 17 de Novembro de 1979, através da Lei Municipal Nº 52, na gestão do prefeito Daniel Luiz dos Santos (ARENA/PDS), A Escola Municipal Mário Trindade Cruz está comemorando 30 anos de uma das mais belas páginas da História da Educação em Pirambu. Para comemorar a escola promove amanhã, 17/11, uma Missa Solene em Ação de Graças a ser celebrada pelo Pe Natale Brambila, a partir dàs 09 horas, no pátio da instituição.
A escola está convidando professores, estudantes, pais de aluno e a comunidade em geral para se fazer presente a este ato que marca o início das comemorações que terá prosseguimento amanhã, 18/11, com a abertura, a partir das 08 horas, do 1º Festival Zumbi dos Palmares, evento que marca as comemorações alusivas a Semana da Consciência Negra, que culminará na próxima sexta-feira, 20, dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
História – A Escola Municipal Mário Trindade Cruz é a maior e mais representativa da rede municipal de ensino. Nela estão matriculados cerca de 1500 estudantes (cerca de 60% do total de toda rede municipal) de todos os estudantes da rede, e lotados mais de 60 professores (algo em torno de 50%) e mais 2o funcionários (também algo em torno de 50% dos funcionários da educação na rede municipal). Desde 2002 incorporou a Escola Estadual Leonor Barreto Franco, prédio pertencente à rede estadual, mas cedido ao município em regime de comodato, onde funciona a Educação Infantil. Ali, estão matriculadas mais de 250 crianças, cujas aulas são ministradas por cerce de 15 professores.
Uma metamorfose na educação pública de Pirambu, a Escola Municipal Mário Trindade Cruz iniciou suas atividades oferecendo as primeiras séries primárias, sendo ampliada para até a 4ª Série a partir de 1984. Em 1994, passou a funcionar na escola o Sistema Organizacional Modular do Ensino Médio – SOMEM, da Secretaria de Estado da Educação. O SOMEM funcionou até o ano 2000, passando a incorporar o Ensino Médio já vinculado ao Colégio Estadual José Amaral Lemos em 2001. Antes, em 1999 teve início a segunda etapa do Ensino Fundamental, oferecendo até a 8ª Série, formando a primeira turma em 2002. A partir de 2003 a escola passou a oferecer o Ensino Médio, formando as primeiras turmas em 2005 (Regular) e 2007 (Magistério).
Diretores – Ao longo de sua trajetória, a escola foi marcada pela sua parcial (ou total) dependência administrativa da Secretaria Municipal de Educação - SEMED, o que está sendo rompido naturalmente pela tomada de atitude dos atores sociais que a constroem. Para efeito de registro, consta da Galeria de Diretores os seguintes professores:
• Profº. Natanael dos Santos – 1979/1984
• Profª Mirian Ferreira de Matos Cruz – 1984/1990
• Profª Genilza Ferreira Lisboa Alexandre – 1990/2001
• Profº Claudomir Tavares da Silva – 2001/2002
• Profª Maria dos Santos Morais – 2002/2007
• Profº Antônio Edvaldo Dantas de Oliveira – 2007
• Profª Cláudia Tavares da Silva – 2007/2008
• Profª Acácia Dias da Cruz – 2009
• Profª Sônia Maria Santos – Dese 2009
Em nossos registros, consta a relação das nossas primeiras professoras, as quais estarão para sempre em nossos corações, a saber:
• Maria Júlia Cruz Daltro (in memorian)
• Joselita da Silva Almeida
• Acidália da Silva Ferreira
• Luciene Ferreira Nunes
O Patrono – Mário Trindade Cruz foi ex-prefeito do município de Japaratuba, a época em que o território de Pirambu estava a ele integrado e exerceu forte influência na vida sócio-político do Vale do Japaratuba como um dos mais influentes políticos da região. Seus filhos Juarez Lopes Cruz e Marcos Lopes Cruz foram prefeitos de Pirambu, após sua emancipação em 1963.
Propriá: A princesinha do São Francisco
I – História:
No princípio do século XVII, os Jesuítas fundaram um missão para catequese dos índios chefiados por Pacatuba, que viviam às margens das lagoas aquém e a montante da fundação situada no moro que denominaram "Urubu ." O núcleo populacional surgido, algum tempo depois, em um relevo pouco adiante da missão , passou a ser chamado Urubu de Baixo , nome primitivo da cidade de Propriá .
A primeira penetração no território precedeu , sem dúvida ,à incursão dos padres da Companhia de Jesus . Te-la-iam feito os primeiros exploradores do Baixo São Francisco ou os franceses para comércio com os silvícolas existentes na sua faixa marginal .
As terras que vieram a ser chamadas de Urubu, também por influência da fundação local dos Jesuítas, estavam contidas no território situado entre rios Sergipe e São Francisco , que Cristóvão de Barros havia dado de sesmaria, a 9 de abril de 1590, a seu filho Antônio Cardoso de Barros , os quais foram doados pela viúva deste ao seu genro, Pedro de Abreu Lima, antes da metade do século XVII.
Propriá era uma pequena povoação, quando em 1646, no mês de dezembro, o capitão Samuel Lambert (La Montagne) bate às suas portas, à frente de quase oitocentos homens para punir 200 fugitivos da vila de São Francisco.(Penedo -Alagoas), que congregados, haviam atacado uma sentinela avançada de 20 homens, da expedição de reconquista holandesa, chefiada pelo coronel Henderson, e após, galgaram a margem sul do rio, encontrado-se sob o comando do comando do capitão Francisco Rabelo, encarregado pelo governador-geral de guardar e defender o território sergipano.
Aconteceu que fugiram aqueles combatentes que deviam resistir a La Montagne, mas, quando o capitão já pensava em uma vitória, perde a ação na emboscada de que foi alvo. Neste feito militar, morreram, além de 114 soldados, 9 oficiais inclusive o bravo Almirante Lieththardt, ficando preso o valente capitão Gisseling, que em companhia de Schopp, tinha buscado em 1637, pelo território de Sergipe, o conde Bagnuolo (Felisbelo Freire - Hist. de Sergipe).
Graças à sua privilegiada situação às margens do grande rio São Francisco e nas proximidades das várzeas férteis, a povoação alcançava rápido progresso , tanto que aos 18 de outubro de 1718, o Arcebispo Primaz da Bahia, D. Sebastião Monteiro da Vide, resolveu erigi-la em sede de freguesia com a denominação de Santo Antônio do Urubu do Baixo, desmembrada da Vila Nova D'EI Rei, com o território de mais de 40 léguas de extensão, partindo da foz do riacho Pindoba , rio São Francisco acima , em busca do poente, até os limites da freguesia de Pambu (Antigo Curral dos Bois, Glória- Bahia), defronte ao riacho Xingó, a pouca distância da Cacheira de Paulo Afonso ou até a barra do rio do Sal como disseram outros historiadores.
Em 1800, a freguesia de Santo Antônio do Urubu de Haixo, segundo levantamento da época, possuía em seu território 875 fogos e 4000 almas cuja sede expandi-se como aglomeração urbana e centro comercial que transacionava como vila de Penedo situada sete léguas abaixo do rio, então mercado de todo comércio do interior do São Francisco. Por êsse tempo, seguiam o seu curso as diligências junto à côrte para criação do município .
Um ano depois, pela Carta Régia de sua Alteza o Príncipe D. João, Regente do Reino de Portugal, datada de 5 de setembro de 1801, ao General de Estado D. João de Lencastro, governador-geral da Bahia , foi mandado erigir em vila, esta freguesia com seus limites de 40 léguas de extensão, sendo instalada solene e festivamente pelo ouvidor-geral e corregedor da comarca, Dr. Antônio Pereira Passos, em 7 de fevereiro de 1802.
Quase 20 anos depois, em 1821, a freguesia de Santo Antônio de Propriá é desfalcada da maior parte de sua área territorial com a criação da freguesia de São Pedro do Pôrto da Folha, com sede na Ilha de São Pedro, no rio São Francisco, cujo território começava na serra Tabanga, daí seguindo até limitar com a Bahia, ficando a de Propriá com cerca de 14 léguas de extensão na margem do rio, da foz do riacho Pindoba à ponta da referida serra Tabanga; território que veio a ser desanexado do município, com a elevação da freguesia a vila, tendo a designação de Nossa Senhora da Conceição do Porto da Folha, pela Lei provincial de 19 de fevereiro de 1841.
Pela Resolução n.0 755, de 21 de fevereiro de 1866, Propriá recebe a categoria de cidade, antes, porém, pela Resolução n.0 379, de 9 de maio de 1854, tornava-se cabeça da comarca de Vila Nova, conservando-se, dessa forma, a mesma designação de comarca de Vila Nova, vindo a Resolução n.0 461, de 20 de fevereiro de 1857, transferir o nome da comarca de Vila Nova para comarca de Propriá que ficou compreendendo além de seu termo os termos de Vila Nova e Porto da Folha.
A partir desta data, Propriá marchou mais acelerada, sofrendo as mutações político-sociais que vieram com a República e por imperativos da civilização do século XX.
Com a República, inicialmente é dissolvida a sua Câmara Municipal e nomeado um Conselho de Intendência por Ato de 2 de janeiro de1890, do Governo do Estado, composto dos membros seguintes: Dr. Davino Nomísio de Machado, cabendo a presidência ao primeiro.
Em 1908, surgia seu hospital de caridade; em 1914 fábrica de tecidos e a sua primeira usina de beneficiar arroz.
Em 1920, a sede da comarca se achava em Vila Nova, mas, o seu florescimento de Propriá aumenta com a inauguração do último trecho da Viação Férrea Federal Leste Brasileiro que veio ligar a localidade com as capitais : Aracaju e Salvador-Bahia, e com outras sedes de municípios marginais da referida estrada. Neste ano foi instalado o seu serviço de energia elétrica para iluminação pública e particular.
Pela Lei estadual n.0 820, de novembro de 1921, Propriá passa a ser a sede da comarca de Aquidabã, situação que só veio a ser modificada com a restauração de sua comarca pelo Decreto-lei estadual n.0 150, dezembro de 1938.
Com a nova ordem implantada pela Resolução de 1930, operaram-se as transformações de ordem política; no mais o município continuou a sua marcha de construção da grandeza que desfruta no presente.
Em 1931, instalava-se a sua primeira agência bancária, filial do Banco Mercantil Sergipense S.A. Posteriormente, na Interventoria do então major Augusto Maynard, era inaugurada a rodovia Aracaju- Propriá, que constituiu mais um fator de progresso para o município.
Em 1949,Propriá atingia a liderança no comércio atacadista do Baixo São Francisco, com 57% das vendas totais de tôda zona, colocando-se em segundo lugar no Estado, imediatamente depois de Aracaju. Pela Lei Estadual n.0 554, de 5 de fevereiro de 1954, que fixa a divisão administrativa e judiciária para o qüinqüênio 1954-1958, é desanexada do município a faixa de terra para construir a área territorial do município de Amparo de São Francisco, criado pela Lei n.0 525-A, de 25 de novembro de 1953. Pela dita Lei n.0 554, Propriá se compõe de um único distrito de paz e a sua comarca, de seu termo e dos termos judiciários de Amparo de São Francisco, Aquidabã, Cedro de São João e Tamanduá.
II – Geografia:
Localização:
Situado na zona Fisiográfica Baixo São Francisco, limita ¹ com os municípios de Amparo de São Francisco, Aquidabã, Cedro de São João, Japoatã, Neópolis e, pelo rio São Francisco, com os de Porto Real do Colégio, São Braz e Igreja Nova, do Estado de Alagoas. A cidade se ergue em um relevo que se alteia aqui de maneira disfarçada para depois de uma depressão onde existiu uma lagoa, continuar em comedida ascensão que lhe dá aspecto majestoso e a torna encantadora principalmente vista do rio que corre aos pés. Suas coordenadas geográficas são 10 12'31'' de latitude Sul e 36 52'08'' de longitude W. Gr. Distante 81 quilômetros em linha reta da Capital do Estado, em relação à qual está situada no rumo N.E.
Altitude:
Todo o município localiza-se em terrenos relativamente baixos, estimando-se para sede municipal uma atitude de 20 metros.
Clima
O clima do município é pouco variável, não sofrendo oscilações fortes. A sua temperatura, em 1999, apresentou os seguintes resultados expressos na escala centígrada: média das máximas - 29,4; média das mínimas - 17,1. Chove regularmente no período abril-agôsto.
Área
A área territorial do município, conforme estimativa recente da Inspetora Regional de Estatística Municipal de Sergipe, é de 110 quilômetros quadrados.
Limites
Norte; Porto Real do Colégio/AL, São Braz/AL.
Sul; Cedro de São João, São Francisco.
Leste; Neópolis, Japoatã.
Oeste; Telha.
Acidentes Geográficos
Os principais são: rio São Francisco, que entra no município a oeste, nos limites com Amparo de São Francisco e corre em direção ao leste deixando-o nos limites de Neópolis, na foz do riacho Pindoba; rio Propriá, que serve de sangradouro à lagoa do Cedro; e rio Pindoba, que limita este com o município de Neópolis. Ilhas: Jundiaí, Formosinha e Coração de Jesus, todas elas situadas no rio São Francisco e aplicadas na agricultura, principalmente, na cultura de arroz. Lagoas : as principais são Cedro, com área aproximada de 1800 000 metros quadrados, Cotinguiba, também muito grande, e mais 5 pequenas, todas elas utilizadas na cultura do arroz. Morros do Chave e do Urubu.
Riquezas Naturais
De origem mineral conta o município entre os seus recursos: barro ou argila, utilizado na construção civil e no fabrico de telhas e tijolos. De origem vegetal, extraem-se madeiras para cêrcas e lenha de fogão e ainda castanha de caju. Mel e cêra de abelhas e pescados são os produtos de origem animal que contribuem para a economia. A produção das riquezas naturais exploradas, destacando-se entre os produtos, o pescado.
III – Vultos Ilustres de Propriá
Dr. José Rodrigues da Costa Dória – o Nasceu a 25 de Junho de 1859, Doutor em Medicina, professor catedrático de Medicina Legal, posteriormente catedrático da cadeira de Botânica Zoologia Médicas. Conselheiro Municipal da Capital baiana. Deputado federal por Sergipe em quatro legislaturas. Presidente do Estado de Sergipe de 1908 a 1911. Membro correspondente da Academia Nacional de Medicina, mais uma vez deputado federal de 1918 a 1920. Faleceu há poucos anos em Salvador - Bahia, deixando avultada bagagem literária.
D. Antônio dos Santos Cabral – Nasceu a 8 de outubro de 1884, ordenou-se sacerdote no Seminário da Bahia, foi vigário de sua terra natal, Bispo de Natal- Rio Grande do Norte e foi Arcebispo de Belo Horizonte.
Bacharel Luiz José da Costa Filho – Nasceu a 3 de outubro d 1886, bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, jornalista e poeta, foi deputado estadual. Possui alentada bagagem literária.
Monsenhor Marcolino Pacheco do Amaral – Nasceu a 2 de outubro de1845 e faleceu no Recife a 25 de Julho de 1913. Figura eminente e culta do clero brasileiro. Foi professor e reitor do Seminário de Olinda, jornalista que fundou e dirigiu "Tribuna Religiosa", órgão oficial da Diocese de Olinda. Como Vigário Capitular exerceu algumas vezes o governo da Diocese. Além de outros trabalhos, publicou "Compêndio de Teologia Moral", contendo 552 páginas, reeditado em 1889 e 1890.
Seixas Dória – Outro filho ilustre de Propriá que chegou ao Governo do Estado na década de 60.
João Fernandes de Britto (Doutor Britinho) – Jurista, historiador e poeta.
Pedro Chaves – Nascido em junho de 1900. Foi Prefeito de Propriá e Deputado, ergueu o obelisco em comemoração ao 150 de emancipação política da cidade. Foi o primeiro a dedicar uma praça no Brasil com o nome de Luiz Gonzaga que compôs uma música que fala sobre Propriá.
IV – Hino de Propriá
Letra e Música: Otávio Menezes
Propriá oh estrela formosa
Alcândor de lascivos madrigais
De Sergipe, é filha formosa
No cultivo de seus arrozais
O teu céu de manhãs cor de rosa
Faz de ti um eterno fanal
Te adoramos princesa famosa
Do amor e da paz catedral
Teu futuro feliz haverá de ser
Do passado ostenta a glória
Teu ela e trabalho, cultura e saber ------- (bis)
De lauréis, cobrirá tua história
Se do sol, tens calor permanente
Do luar, tens beleza e poesia
Tuas noites confundem agente
Quando é hora da Ave Maria
Se o teu São Francisco murmura
Sinfonia de sons magistrais
Teus barqueiros com alma e doçura
Vão cantando canções tropicais
Teu futuro feliz haverá de ser
Do passado ostenta a glória
Teu ela e trabalho, cultura e saber - - - ---(bis)
De lauréis, cobrirá tua história
Nota:
¹ Divisão geográfica que já não corresponde mais
Fonte: Portal Própria.com.br – Em: 17/07/2006
No princípio do século XVII, os Jesuítas fundaram um missão para catequese dos índios chefiados por Pacatuba, que viviam às margens das lagoas aquém e a montante da fundação situada no moro que denominaram "Urubu ." O núcleo populacional surgido, algum tempo depois, em um relevo pouco adiante da missão , passou a ser chamado Urubu de Baixo , nome primitivo da cidade de Propriá .
A primeira penetração no território precedeu , sem dúvida ,à incursão dos padres da Companhia de Jesus . Te-la-iam feito os primeiros exploradores do Baixo São Francisco ou os franceses para comércio com os silvícolas existentes na sua faixa marginal .
As terras que vieram a ser chamadas de Urubu, também por influência da fundação local dos Jesuítas, estavam contidas no território situado entre rios Sergipe e São Francisco , que Cristóvão de Barros havia dado de sesmaria, a 9 de abril de 1590, a seu filho Antônio Cardoso de Barros , os quais foram doados pela viúva deste ao seu genro, Pedro de Abreu Lima, antes da metade do século XVII.
Propriá era uma pequena povoação, quando em 1646, no mês de dezembro, o capitão Samuel Lambert (La Montagne) bate às suas portas, à frente de quase oitocentos homens para punir 200 fugitivos da vila de São Francisco.(Penedo -Alagoas), que congregados, haviam atacado uma sentinela avançada de 20 homens, da expedição de reconquista holandesa, chefiada pelo coronel Henderson, e após, galgaram a margem sul do rio, encontrado-se sob o comando do comando do capitão Francisco Rabelo, encarregado pelo governador-geral de guardar e defender o território sergipano.
Aconteceu que fugiram aqueles combatentes que deviam resistir a La Montagne, mas, quando o capitão já pensava em uma vitória, perde a ação na emboscada de que foi alvo. Neste feito militar, morreram, além de 114 soldados, 9 oficiais inclusive o bravo Almirante Lieththardt, ficando preso o valente capitão Gisseling, que em companhia de Schopp, tinha buscado em 1637, pelo território de Sergipe, o conde Bagnuolo (Felisbelo Freire - Hist. de Sergipe).
Graças à sua privilegiada situação às margens do grande rio São Francisco e nas proximidades das várzeas férteis, a povoação alcançava rápido progresso , tanto que aos 18 de outubro de 1718, o Arcebispo Primaz da Bahia, D. Sebastião Monteiro da Vide, resolveu erigi-la em sede de freguesia com a denominação de Santo Antônio do Urubu do Baixo, desmembrada da Vila Nova D'EI Rei, com o território de mais de 40 léguas de extensão, partindo da foz do riacho Pindoba , rio São Francisco acima , em busca do poente, até os limites da freguesia de Pambu (Antigo Curral dos Bois, Glória- Bahia), defronte ao riacho Xingó, a pouca distância da Cacheira de Paulo Afonso ou até a barra do rio do Sal como disseram outros historiadores.
Em 1800, a freguesia de Santo Antônio do Urubu de Haixo, segundo levantamento da época, possuía em seu território 875 fogos e 4000 almas cuja sede expandi-se como aglomeração urbana e centro comercial que transacionava como vila de Penedo situada sete léguas abaixo do rio, então mercado de todo comércio do interior do São Francisco. Por êsse tempo, seguiam o seu curso as diligências junto à côrte para criação do município .
Um ano depois, pela Carta Régia de sua Alteza o Príncipe D. João, Regente do Reino de Portugal, datada de 5 de setembro de 1801, ao General de Estado D. João de Lencastro, governador-geral da Bahia , foi mandado erigir em vila, esta freguesia com seus limites de 40 léguas de extensão, sendo instalada solene e festivamente pelo ouvidor-geral e corregedor da comarca, Dr. Antônio Pereira Passos, em 7 de fevereiro de 1802.
Quase 20 anos depois, em 1821, a freguesia de Santo Antônio de Propriá é desfalcada da maior parte de sua área territorial com a criação da freguesia de São Pedro do Pôrto da Folha, com sede na Ilha de São Pedro, no rio São Francisco, cujo território começava na serra Tabanga, daí seguindo até limitar com a Bahia, ficando a de Propriá com cerca de 14 léguas de extensão na margem do rio, da foz do riacho Pindoba à ponta da referida serra Tabanga; território que veio a ser desanexado do município, com a elevação da freguesia a vila, tendo a designação de Nossa Senhora da Conceição do Porto da Folha, pela Lei provincial de 19 de fevereiro de 1841.
Pela Resolução n.0 755, de 21 de fevereiro de 1866, Propriá recebe a categoria de cidade, antes, porém, pela Resolução n.0 379, de 9 de maio de 1854, tornava-se cabeça da comarca de Vila Nova, conservando-se, dessa forma, a mesma designação de comarca de Vila Nova, vindo a Resolução n.0 461, de 20 de fevereiro de 1857, transferir o nome da comarca de Vila Nova para comarca de Propriá que ficou compreendendo além de seu termo os termos de Vila Nova e Porto da Folha.
A partir desta data, Propriá marchou mais acelerada, sofrendo as mutações político-sociais que vieram com a República e por imperativos da civilização do século XX.
Com a República, inicialmente é dissolvida a sua Câmara Municipal e nomeado um Conselho de Intendência por Ato de 2 de janeiro de1890, do Governo do Estado, composto dos membros seguintes: Dr. Davino Nomísio de Machado, cabendo a presidência ao primeiro.
Em 1908, surgia seu hospital de caridade; em 1914 fábrica de tecidos e a sua primeira usina de beneficiar arroz.
Em 1920, a sede da comarca se achava em Vila Nova, mas, o seu florescimento de Propriá aumenta com a inauguração do último trecho da Viação Férrea Federal Leste Brasileiro que veio ligar a localidade com as capitais : Aracaju e Salvador-Bahia, e com outras sedes de municípios marginais da referida estrada. Neste ano foi instalado o seu serviço de energia elétrica para iluminação pública e particular.
Pela Lei estadual n.0 820, de novembro de 1921, Propriá passa a ser a sede da comarca de Aquidabã, situação que só veio a ser modificada com a restauração de sua comarca pelo Decreto-lei estadual n.0 150, dezembro de 1938.
Com a nova ordem implantada pela Resolução de 1930, operaram-se as transformações de ordem política; no mais o município continuou a sua marcha de construção da grandeza que desfruta no presente.
Em 1931, instalava-se a sua primeira agência bancária, filial do Banco Mercantil Sergipense S.A. Posteriormente, na Interventoria do então major Augusto Maynard, era inaugurada a rodovia Aracaju- Propriá, que constituiu mais um fator de progresso para o município.
Em 1949,Propriá atingia a liderança no comércio atacadista do Baixo São Francisco, com 57% das vendas totais de tôda zona, colocando-se em segundo lugar no Estado, imediatamente depois de Aracaju. Pela Lei Estadual n.0 554, de 5 de fevereiro de 1954, que fixa a divisão administrativa e judiciária para o qüinqüênio 1954-1958, é desanexada do município a faixa de terra para construir a área territorial do município de Amparo de São Francisco, criado pela Lei n.0 525-A, de 25 de novembro de 1953. Pela dita Lei n.0 554, Propriá se compõe de um único distrito de paz e a sua comarca, de seu termo e dos termos judiciários de Amparo de São Francisco, Aquidabã, Cedro de São João e Tamanduá.
II – Geografia:
Localização:
Situado na zona Fisiográfica Baixo São Francisco, limita ¹ com os municípios de Amparo de São Francisco, Aquidabã, Cedro de São João, Japoatã, Neópolis e, pelo rio São Francisco, com os de Porto Real do Colégio, São Braz e Igreja Nova, do Estado de Alagoas. A cidade se ergue em um relevo que se alteia aqui de maneira disfarçada para depois de uma depressão onde existiu uma lagoa, continuar em comedida ascensão que lhe dá aspecto majestoso e a torna encantadora principalmente vista do rio que corre aos pés. Suas coordenadas geográficas são 10 12'31'' de latitude Sul e 36 52'08'' de longitude W. Gr. Distante 81 quilômetros em linha reta da Capital do Estado, em relação à qual está situada no rumo N.E.
Altitude:
Todo o município localiza-se em terrenos relativamente baixos, estimando-se para sede municipal uma atitude de 20 metros.
Clima
O clima do município é pouco variável, não sofrendo oscilações fortes. A sua temperatura, em 1999, apresentou os seguintes resultados expressos na escala centígrada: média das máximas - 29,4; média das mínimas - 17,1. Chove regularmente no período abril-agôsto.
Área
A área territorial do município, conforme estimativa recente da Inspetora Regional de Estatística Municipal de Sergipe, é de 110 quilômetros quadrados.
Limites
Norte; Porto Real do Colégio/AL, São Braz/AL.
Sul; Cedro de São João, São Francisco.
Leste; Neópolis, Japoatã.
Oeste; Telha.
Acidentes Geográficos
Os principais são: rio São Francisco, que entra no município a oeste, nos limites com Amparo de São Francisco e corre em direção ao leste deixando-o nos limites de Neópolis, na foz do riacho Pindoba; rio Propriá, que serve de sangradouro à lagoa do Cedro; e rio Pindoba, que limita este com o município de Neópolis. Ilhas: Jundiaí, Formosinha e Coração de Jesus, todas elas situadas no rio São Francisco e aplicadas na agricultura, principalmente, na cultura de arroz. Lagoas : as principais são Cedro, com área aproximada de 1800 000 metros quadrados, Cotinguiba, também muito grande, e mais 5 pequenas, todas elas utilizadas na cultura do arroz. Morros do Chave e do Urubu.
Riquezas Naturais
De origem mineral conta o município entre os seus recursos: barro ou argila, utilizado na construção civil e no fabrico de telhas e tijolos. De origem vegetal, extraem-se madeiras para cêrcas e lenha de fogão e ainda castanha de caju. Mel e cêra de abelhas e pescados são os produtos de origem animal que contribuem para a economia. A produção das riquezas naturais exploradas, destacando-se entre os produtos, o pescado.
III – Vultos Ilustres de Propriá
Dr. José Rodrigues da Costa Dória – o Nasceu a 25 de Junho de 1859, Doutor em Medicina, professor catedrático de Medicina Legal, posteriormente catedrático da cadeira de Botânica Zoologia Médicas. Conselheiro Municipal da Capital baiana. Deputado federal por Sergipe em quatro legislaturas. Presidente do Estado de Sergipe de 1908 a 1911. Membro correspondente da Academia Nacional de Medicina, mais uma vez deputado federal de 1918 a 1920. Faleceu há poucos anos em Salvador - Bahia, deixando avultada bagagem literária.
D. Antônio dos Santos Cabral – Nasceu a 8 de outubro de 1884, ordenou-se sacerdote no Seminário da Bahia, foi vigário de sua terra natal, Bispo de Natal- Rio Grande do Norte e foi Arcebispo de Belo Horizonte.
Bacharel Luiz José da Costa Filho – Nasceu a 3 de outubro d 1886, bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, jornalista e poeta, foi deputado estadual. Possui alentada bagagem literária.
Monsenhor Marcolino Pacheco do Amaral – Nasceu a 2 de outubro de1845 e faleceu no Recife a 25 de Julho de 1913. Figura eminente e culta do clero brasileiro. Foi professor e reitor do Seminário de Olinda, jornalista que fundou e dirigiu "Tribuna Religiosa", órgão oficial da Diocese de Olinda. Como Vigário Capitular exerceu algumas vezes o governo da Diocese. Além de outros trabalhos, publicou "Compêndio de Teologia Moral", contendo 552 páginas, reeditado em 1889 e 1890.
Seixas Dória – Outro filho ilustre de Propriá que chegou ao Governo do Estado na década de 60.
João Fernandes de Britto (Doutor Britinho) – Jurista, historiador e poeta.
Pedro Chaves – Nascido em junho de 1900. Foi Prefeito de Propriá e Deputado, ergueu o obelisco em comemoração ao 150 de emancipação política da cidade. Foi o primeiro a dedicar uma praça no Brasil com o nome de Luiz Gonzaga que compôs uma música que fala sobre Propriá.
IV – Hino de Propriá
Letra e Música: Otávio Menezes
Propriá oh estrela formosa
Alcândor de lascivos madrigais
De Sergipe, é filha formosa
No cultivo de seus arrozais
O teu céu de manhãs cor de rosa
Faz de ti um eterno fanal
Te adoramos princesa famosa
Do amor e da paz catedral
Teu futuro feliz haverá de ser
Do passado ostenta a glória
Teu ela e trabalho, cultura e saber ------- (bis)
De lauréis, cobrirá tua história
Se do sol, tens calor permanente
Do luar, tens beleza e poesia
Tuas noites confundem agente
Quando é hora da Ave Maria
Se o teu São Francisco murmura
Sinfonia de sons magistrais
Teus barqueiros com alma e doçura
Vão cantando canções tropicais
Teu futuro feliz haverá de ser
Do passado ostenta a glória
Teu ela e trabalho, cultura e saber - - - ---(bis)
De lauréis, cobrirá tua história
Nota:
¹ Divisão geográfica que já não corresponde mais
Fonte: Portal Própria.com.br – Em: 17/07/2006
15 de nov. de 2009
Dom Pedro II no Baixo São Francisco (sesquicentenário de uma visita - I)
Por Luiz Fernando Ribeiro Soutelo *
A viagem e o seu sentido - Neste mês de outubro o calendário histórico de Sergipe assinala o transcurso dos cento e cinquenta anos da visita que o Imperador Dom Pedro II fez ao baixo São Francisco, desde a sua foz até a cachoeira de Paulo Afonso. Esta visita se enquadra numa viagem mais ampla que o Imperador enfrentou entre outubro de 1859 e fevereiro do ano seguinte, indo às províncias da Bahia, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe e do Espírito Santo.
Desde a década anterior, pessoas ligadas à Família Imperial, como o diplomata Visconde de Porto Seguro e a Princesa de Joinville, irmã do monarca, advogavam a idéia de que era preciso o Imperador viajar, mostrar-se aos súditos. Era uma forma de reforçar os laços que ligavam a sociedade e a monarquia, evitando que o prestígio, ainda reinante, devido à causa do trono, fosse perdido.
Aliás, o próprio Porto Seguro sugeria a Dom Pedro II transferir o parlamento e o governo para Pernambuco por um ano, como uma forma de superar as possíveis diferenças que remanesceram entre os pernambucanos e o governo central em decorrência da Revolução Praieira (1849).
A Dom Pedro II não devia ser desconhecida a importância de sua presença junto aos súditos. Já em 1845, ele colhera pela primeira vez os resultados de viajar pelas províncias do sul: Rio Grande do Sul, logo após a vitória das tropas imperiais em face dos Farroupilhas, Santa Catarina e São Paulo, e mais tarde a algumas cidades e vilas da província do Rio de Janeiro (1847).
E os ganhos não foram apenas no plano político, mas também no campo pessoal. No retorno à Corte, em abril de 1846, o ministro Rechberg, da Áustria, evidenciava a boa impressão causada pelo jovem Imperador de 21 anos incompletos, pois ele “cresceu consideravelmente e ganhou aplomb que parece indicar um caráter firme e decidido” (LYRA, 1977: 147).
Obviamente as viagens imperiais tinham um objetivo político, como vimos, diante da necessidade de que ele “fosse visto por todo canto, prestigiando assim as localidades mais distantes. A presença de d. Pedro II em outras cidades e províncias era mesmo necessária até para que a monarquia se fortalecesse e preservasse a unidade nacional” (SCHWARZ, 1998: 357).
O reforço das ligações entre o monarca e a sociedade local dá-se também com a concessão de títulos nobiliárquicos, condecorações e outras honrarias.
Finda a viagem imperial, em 1860, Dom Pedro II faria em Sergipe três barões – Itaporanga, Japaratuba e Propriá, trinta e seis comendadores das Ordens de Cristo e da Rosa, trinta oficiais da Ordem da Rosa e quarenta e três cavaleiros da mesma Ordem, além de dois cônegos horários da Capela Imperial.
As observações do Imperador em sua “longa” viagem, de cinco meses, estão nos diários que escreveu.
Estes, de viagem ou não, encontram-se entre os documentos do Arquivo da Casa Imperial. Levados para a França, após o 15 de novembro de 1889, foram organizados no Castelo d´Eu pelo historiador Alberto Rangel. Nos anos trinta, toda a documentação foi doada ao Museu Imperial (exceto algumas cartas de família) pelo Príncipe do Grão Pará, primogênito da Princesa Isabel, embora somente chegasse ao Brasil após a Segunda Guerra Mundial.
O diário de Sergipe foi publicado pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico (no. 26), a Revista de Sergipe (nº 7) e em Sergipe e seus monumentos, de José Anderson do Nascimento, além de estar no original e transcrito num cd editado pelo Museu Imperial. Não constitui na realidade um diário propriamente dito, pois Dom Pedro II nunca o escreveu. São simples notas para futuro aproveitamento.
A viagem à cachoeira de Paulo Afonso, que inclui a passagem pelas cidades e vilas ribeirinhas do São Francisco, está no diário da visita à província da Bahia, esta desenvolvida em três etapas distintas.
Na preparação da viagem, expediram-se ordens para as províncias a serem visitas, dentre elas uma era expressa: não deviam ser realizadas despesas extraordinárias à custa dos governos locais. Dizia o documento “(...) e que como seus habitantes podem querer fazer gastos extraordinários para solenizar tão honrosa visita, S. Exa. previne que conquanto S. M. o Imperador aprecie decididamente todas estas demonstrações, será muito do Imperial agrado, que os donativos com que conjurem concorrer para este fim possam ser aplicados em benefício das localidades que o mesmo Augusto Senhor visitar” (APES G1235 – Ofício do Ministro do Império ao Presidente da Província de Sergipe, datado de 15 de setembro de 1859).
Por sua vez, instado a opinar sobre o roteiro da viagem, o Presidente Manuel da Cunha Galvão opinava que o Imperador podia ir de Salvador a Penedo, de Penedo a Propriá, de Propriá a Traipu, de Traipu a Piranhas, viajando embarcado, e de Piranhas a Paulo Afonso, a cavalo, pelo território alagoano. E colocava que, na volta, o monarca podia pousar em Vila Nova (atual Neópolis), na casa de Bento de Melo Pereira, Barão da Cotinguiba (APES – G1235 – Ofício anteriormente citado).
O Imperador Dom Pedro II que visitaria os seus domínios do norte não é mais o rapazinho de vinte anos que estivera, em 1845, na província de São Pedro do Rio Grande do Sul. É um homem de trinta e quatro anos, em pleno vigor físico, casado há dezesseis anos, pai de duas filhas, pois os dois herdeiros varões – os Príncipes Dom Afonso e Dom Pedro Afonso, morreram pequenos. Nesta altura da vida, encontrara aquela de quem se pode dizer que foi o amor de sua vida: D. Luísa Margarida Portugal de Barros, futura Condessa de Barral.
Estava à frente do governo há exatos dezenove anos. Enfrentara as revoltas internas no Rio Grande do Sul, em São Paulo, em Minas Gerais e em Pernambuco, além de uma guerra externa, contra Rosas, ditador argentino. Agora o Império, não obstante as suas contradições internas, estava sob a égide da paz. Libertando-se do círculo áulico, do qual Aureliano Coutinho e Paulo Barbosa da Silva eram as mais expressivas figuras, firmara a sua autoridade, exercendo um controle mais estrito sobre o governo, o chamado “poder pessoal”, tão criticado pelos opositores do regime, e a política nacional.
______________________________
* Escritor e Historiador
Bibliografia
1.LYRA, Heitor. História de Dom Pedro II, São Paulo/Belo Horizonte: Editora da Universidade de São Paulo/Editora Itatiaia, 1977.
2.SCHWARZ, Lilia. As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos, São Paulo: Companhia das Letras, 1998
Fonte: www.tribunadapraia.com - Em: 15/11/2009
A viagem e o seu sentido - Neste mês de outubro o calendário histórico de Sergipe assinala o transcurso dos cento e cinquenta anos da visita que o Imperador Dom Pedro II fez ao baixo São Francisco, desde a sua foz até a cachoeira de Paulo Afonso. Esta visita se enquadra numa viagem mais ampla que o Imperador enfrentou entre outubro de 1859 e fevereiro do ano seguinte, indo às províncias da Bahia, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe e do Espírito Santo.
Desde a década anterior, pessoas ligadas à Família Imperial, como o diplomata Visconde de Porto Seguro e a Princesa de Joinville, irmã do monarca, advogavam a idéia de que era preciso o Imperador viajar, mostrar-se aos súditos. Era uma forma de reforçar os laços que ligavam a sociedade e a monarquia, evitando que o prestígio, ainda reinante, devido à causa do trono, fosse perdido.
Aliás, o próprio Porto Seguro sugeria a Dom Pedro II transferir o parlamento e o governo para Pernambuco por um ano, como uma forma de superar as possíveis diferenças que remanesceram entre os pernambucanos e o governo central em decorrência da Revolução Praieira (1849).
A Dom Pedro II não devia ser desconhecida a importância de sua presença junto aos súditos. Já em 1845, ele colhera pela primeira vez os resultados de viajar pelas províncias do sul: Rio Grande do Sul, logo após a vitória das tropas imperiais em face dos Farroupilhas, Santa Catarina e São Paulo, e mais tarde a algumas cidades e vilas da província do Rio de Janeiro (1847).
E os ganhos não foram apenas no plano político, mas também no campo pessoal. No retorno à Corte, em abril de 1846, o ministro Rechberg, da Áustria, evidenciava a boa impressão causada pelo jovem Imperador de 21 anos incompletos, pois ele “cresceu consideravelmente e ganhou aplomb que parece indicar um caráter firme e decidido” (LYRA, 1977: 147).
Obviamente as viagens imperiais tinham um objetivo político, como vimos, diante da necessidade de que ele “fosse visto por todo canto, prestigiando assim as localidades mais distantes. A presença de d. Pedro II em outras cidades e províncias era mesmo necessária até para que a monarquia se fortalecesse e preservasse a unidade nacional” (SCHWARZ, 1998: 357).
O reforço das ligações entre o monarca e a sociedade local dá-se também com a concessão de títulos nobiliárquicos, condecorações e outras honrarias.
Finda a viagem imperial, em 1860, Dom Pedro II faria em Sergipe três barões – Itaporanga, Japaratuba e Propriá, trinta e seis comendadores das Ordens de Cristo e da Rosa, trinta oficiais da Ordem da Rosa e quarenta e três cavaleiros da mesma Ordem, além de dois cônegos horários da Capela Imperial.
As observações do Imperador em sua “longa” viagem, de cinco meses, estão nos diários que escreveu.
Estes, de viagem ou não, encontram-se entre os documentos do Arquivo da Casa Imperial. Levados para a França, após o 15 de novembro de 1889, foram organizados no Castelo d´Eu pelo historiador Alberto Rangel. Nos anos trinta, toda a documentação foi doada ao Museu Imperial (exceto algumas cartas de família) pelo Príncipe do Grão Pará, primogênito da Princesa Isabel, embora somente chegasse ao Brasil após a Segunda Guerra Mundial.
O diário de Sergipe foi publicado pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico (no. 26), a Revista de Sergipe (nº 7) e em Sergipe e seus monumentos, de José Anderson do Nascimento, além de estar no original e transcrito num cd editado pelo Museu Imperial. Não constitui na realidade um diário propriamente dito, pois Dom Pedro II nunca o escreveu. São simples notas para futuro aproveitamento.
A viagem à cachoeira de Paulo Afonso, que inclui a passagem pelas cidades e vilas ribeirinhas do São Francisco, está no diário da visita à província da Bahia, esta desenvolvida em três etapas distintas.
Na preparação da viagem, expediram-se ordens para as províncias a serem visitas, dentre elas uma era expressa: não deviam ser realizadas despesas extraordinárias à custa dos governos locais. Dizia o documento “(...) e que como seus habitantes podem querer fazer gastos extraordinários para solenizar tão honrosa visita, S. Exa. previne que conquanto S. M. o Imperador aprecie decididamente todas estas demonstrações, será muito do Imperial agrado, que os donativos com que conjurem concorrer para este fim possam ser aplicados em benefício das localidades que o mesmo Augusto Senhor visitar” (APES G1235 – Ofício do Ministro do Império ao Presidente da Província de Sergipe, datado de 15 de setembro de 1859).
Por sua vez, instado a opinar sobre o roteiro da viagem, o Presidente Manuel da Cunha Galvão opinava que o Imperador podia ir de Salvador a Penedo, de Penedo a Propriá, de Propriá a Traipu, de Traipu a Piranhas, viajando embarcado, e de Piranhas a Paulo Afonso, a cavalo, pelo território alagoano. E colocava que, na volta, o monarca podia pousar em Vila Nova (atual Neópolis), na casa de Bento de Melo Pereira, Barão da Cotinguiba (APES – G1235 – Ofício anteriormente citado).
O Imperador Dom Pedro II que visitaria os seus domínios do norte não é mais o rapazinho de vinte anos que estivera, em 1845, na província de São Pedro do Rio Grande do Sul. É um homem de trinta e quatro anos, em pleno vigor físico, casado há dezesseis anos, pai de duas filhas, pois os dois herdeiros varões – os Príncipes Dom Afonso e Dom Pedro Afonso, morreram pequenos. Nesta altura da vida, encontrara aquela de quem se pode dizer que foi o amor de sua vida: D. Luísa Margarida Portugal de Barros, futura Condessa de Barral.
Estava à frente do governo há exatos dezenove anos. Enfrentara as revoltas internas no Rio Grande do Sul, em São Paulo, em Minas Gerais e em Pernambuco, além de uma guerra externa, contra Rosas, ditador argentino. Agora o Império, não obstante as suas contradições internas, estava sob a égide da paz. Libertando-se do círculo áulico, do qual Aureliano Coutinho e Paulo Barbosa da Silva eram as mais expressivas figuras, firmara a sua autoridade, exercendo um controle mais estrito sobre o governo, o chamado “poder pessoal”, tão criticado pelos opositores do regime, e a política nacional.
______________________________
* Escritor e Historiador
Bibliografia
1.LYRA, Heitor. História de Dom Pedro II, São Paulo/Belo Horizonte: Editora da Universidade de São Paulo/Editora Itatiaia, 1977.
2.SCHWARZ, Lilia. As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos, São Paulo: Companhia das Letras, 1998
Fonte: www.tribunadapraia.com - Em: 15/11/2009
Dom Pedro II no Baixo São Francisco (Sesquicentenário de uma visita - I)
Texto: Luiz aFernando Ribeiro Soutelo *
A viagem e o seu sentido - Neste mês de outubro o calendário histórico de Sergipe assinala o transcurso dos cento e cinquenta anos da visita que o Imperador Dom Pedro II fez ao baixo São Francisco, desde a sua foz até a cachoeira de Paulo Afonso. Esta visita se enquadra numa viagem mais ampla que o Imperador enfrentou entre outubro de 1859 e fevereiro do ano seguinte, indo às províncias da Bahia, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe e do Espírito Santo.
Desde a década anterior, pessoas ligadas à Família Imperial, como o diplomata Visconde de Porto Seguro e a Princesa de Joinville, irmã do monarca, advogavam a idéia de que era preciso o Imperador viajar, mostrar-se aos súditos. Era uma forma de reforçar os laços que ligavam a sociedade e a monarquia, evitando que o prestígio, ainda reinante, devido à causa do trono, fosse perdido.
Aliás, o próprio Porto Seguro sugeria a Dom Pedro II transferir o parlamento e o governo para Pernambuco por um ano, como uma forma de superar as possíveis diferenças que remanesceram entre os pernambucanos e o governo central em decorrência da Revolução Praieira (1849).
A Dom Pedro II não devia ser desconhecida a importância de sua presença junto aos súditos. Já em 1845, ele colhera pela primeira vez os resultados de viajar pelas províncias do sul: Rio Grande do Sul, logo após a vitória das tropas imperiais em face dos Farroupilhas, Santa Catarina e São Paulo, e mais tarde a algumas cidades e vilas da província do Rio de Janeiro (1847).
E os ganhos não foram apenas no plano político, mas também no campo pessoal. No retorno à Corte, em abril de 1846, o ministro Rechberg, da Áustria, evidenciava a boa impressão causada pelo jovem Imperador de 21 anos incompletos, pois ele “cresceu consideravelmente e ganhou aplomb que parece indicar um caráter firme e decidido” (LYRA, 1977: 147).
Obviamente as viagens imperiais tinham um objetivo político, como vimos, diante da necessidade de que ele “fosse visto por todo canto, prestigiando assim as localidades mais distantes. A presença de d. Pedro II em outras cidades e províncias era mesmo necessária até para que a monarquia se fortalecesse e preservasse a unidade nacional” (SCHWARZ, 1998: 357).
O reforço das ligações entre o monarca e a sociedade local dá-se também com a concessão de
títulos nobiliárquicos, condecorações e outras honrarias.
Finda a viagem imperial, em 1860, Dom Pedro II faria em Sergipe três barões – Itaporanga, Japaratuba e Propriá, trinta e seis comendadores das Ordens de Cristo e da Rosa, trinta oficiais da Ordem da Rosa e quarenta e três cavaleiros da mesma Ordem, além de dois cônegos horários da Capela Imperial.
As observações do Imperador em sua “longa” viagem, de cinco meses, estão nos diários que escreveu.
Estes, de viagem ou não, encontram-se entre os documentos do Arquivo da Casa Imperial. Levados para a França, após o 15 de novembro de 1889, foram organizados no Castelo d´Eu pelo historiador Alberto Rangel. Nos anos trinta, toda a documentação foi doada ao Museu Imperial (exceto algumas cartas de família) pelo Príncipe do Grão Pará, primogênito da Princesa Isabel, embora somente chegasse ao Brasil após a Segunda Guerra Mundial.
O diário de Sergipe foi publicado pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico (no. 26), a Revista de Sergipe (nº 7) e em Sergipe e seus monumentos, de José Anderson do Nascimento, além de estar no original e transcrito num cd editado pelo Museu Imperial. Não constitui na realidade um diário propriamente dito, pois Dom Pedro II nunca o escreveu. São simples notas para futuro aproveitamento.
A viagem à cachoeira de Paulo Afonso, que inclui a passagem pelas cidades e vilas ribeirinhas do São Francisco, está no diário da visita à província da Bahia, esta desenvolvida em três etapas distintas.
Na preparação da viagem, expediram-se ordens para as províncias a serem visitas, dentre elas uma era expressa: não deviam ser realizadas despesas extraordinárias à custa dos governos locais. Dizia o documento “(...) e que como seus habitantes podem querer fazer gastos extraordinários para solenizar tão honrosa visita, S. Exa. previne que conquanto S. M. o Imperador aprecie decididamente todas estas demonstrações, será muito do Imperial agrado, que os donativos com que conjurem concorrer para este fim possam ser aplicados em benefício das localidades que o mesmo Augusto Senhor visitar” (APES G1235 – Ofício do Ministro do Império ao Presidente da Província de Sergipe, datado de 15 de setembro de 1859).
Por sua vez, instado a opinar sobre o roteiro da viagem, o Presidente Manuel da Cunha Galvão opinava que o Imperador podia ir de Salvador a Penedo, de Penedo a Propriá, de Propriá a Traipu, de Traipu a Piranhas, viajando embarcado, e de Piranhas a Paulo Afonso, a cavalo, pelo território alagoano. E colocava que, na volta, o monarca podia pousar em Vila Nova (atual Neópolis), na casa de Bento de Melo Pereira, Barão da Cotinguiba (APES – G1235 – Ofício anteriormente citado).
O Imperador Dom Pedro II que visitaria os seus domínios do norte não é mais o rapazinho de vinte anos que estivera, em 1845, na província de São Pedro do Rio Grande do Sul. É um homem de trinta e quatro anos, em pleno vigor físico, casado há dezesseis anos, pai de duas filhas, pois os dois herdeiros varões – os Príncipes Dom Afonso e Dom Pedro Afonso, morreram pequenos. Nesta altura da vida, encontrara aquela de quem se pode dizer que foi o amor de sua vida: D. Luísa Margarida Portugal de Barros, futura Condessa de Barral.
Estava à frente do governo há exatos dezenove anos. Enfrentara as revoltas internas no Rio Grande do Sul, em São Paulo, em Minas Gerais e em Pernambuco, além de uma guerra externa, contra Rosas, ditador argentino. Agora o Império, não obstante as suas contradições internas, estava sob a égide da paz. Libertando-se do círculo áulico, do qual Aureliano Coutinho e Paulo Barbosa da Silva eram as mais expressivas figuras, firmara a sua autoridade, exercendo um controle mais estrito sobre o governo, o chamado “poder pessoal”, tão criticado pelos opositores do regime, e a política nacional.
Bibliografia
1.LYRA, Heitor. História de Dom Pedro II, São Paulo/Belo Horizonte: Editora da Universidade de São Paulo/Editora Itatiaia, 1977.
2.SCHWARZ, Lilia. As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos, São Paulo: Companhia das Letras, 1998
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* Escritor e Historiador
A viagem e o seu sentido - Neste mês de outubro o calendário histórico de Sergipe assinala o transcurso dos cento e cinquenta anos da visita que o Imperador Dom Pedro II fez ao baixo São Francisco, desde a sua foz até a cachoeira de Paulo Afonso. Esta visita se enquadra numa viagem mais ampla que o Imperador enfrentou entre outubro de 1859 e fevereiro do ano seguinte, indo às províncias da Bahia, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe e do Espírito Santo.
Desde a década anterior, pessoas ligadas à Família Imperial, como o diplomata Visconde de Porto Seguro e a Princesa de Joinville, irmã do monarca, advogavam a idéia de que era preciso o Imperador viajar, mostrar-se aos súditos. Era uma forma de reforçar os laços que ligavam a sociedade e a monarquia, evitando que o prestígio, ainda reinante, devido à causa do trono, fosse perdido.
Aliás, o próprio Porto Seguro sugeria a Dom Pedro II transferir o parlamento e o governo para Pernambuco por um ano, como uma forma de superar as possíveis diferenças que remanesceram entre os pernambucanos e o governo central em decorrência da Revolução Praieira (1849).
A Dom Pedro II não devia ser desconhecida a importância de sua presença junto aos súditos. Já em 1845, ele colhera pela primeira vez os resultados de viajar pelas províncias do sul: Rio Grande do Sul, logo após a vitória das tropas imperiais em face dos Farroupilhas, Santa Catarina e São Paulo, e mais tarde a algumas cidades e vilas da província do Rio de Janeiro (1847).
E os ganhos não foram apenas no plano político, mas também no campo pessoal. No retorno à Corte, em abril de 1846, o ministro Rechberg, da Áustria, evidenciava a boa impressão causada pelo jovem Imperador de 21 anos incompletos, pois ele “cresceu consideravelmente e ganhou aplomb que parece indicar um caráter firme e decidido” (LYRA, 1977: 147).
Obviamente as viagens imperiais tinham um objetivo político, como vimos, diante da necessidade de que ele “fosse visto por todo canto, prestigiando assim as localidades mais distantes. A presença de d. Pedro II em outras cidades e províncias era mesmo necessária até para que a monarquia se fortalecesse e preservasse a unidade nacional” (SCHWARZ, 1998: 357).
O reforço das ligações entre o monarca e a sociedade local dá-se também com a concessão de
títulos nobiliárquicos, condecorações e outras honrarias.
Finda a viagem imperial, em 1860, Dom Pedro II faria em Sergipe três barões – Itaporanga, Japaratuba e Propriá, trinta e seis comendadores das Ordens de Cristo e da Rosa, trinta oficiais da Ordem da Rosa e quarenta e três cavaleiros da mesma Ordem, além de dois cônegos horários da Capela Imperial.
As observações do Imperador em sua “longa” viagem, de cinco meses, estão nos diários que escreveu.
Estes, de viagem ou não, encontram-se entre os documentos do Arquivo da Casa Imperial. Levados para a França, após o 15 de novembro de 1889, foram organizados no Castelo d´Eu pelo historiador Alberto Rangel. Nos anos trinta, toda a documentação foi doada ao Museu Imperial (exceto algumas cartas de família) pelo Príncipe do Grão Pará, primogênito da Princesa Isabel, embora somente chegasse ao Brasil após a Segunda Guerra Mundial.
O diário de Sergipe foi publicado pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico (no. 26), a Revista de Sergipe (nº 7) e em Sergipe e seus monumentos, de José Anderson do Nascimento, além de estar no original e transcrito num cd editado pelo Museu Imperial. Não constitui na realidade um diário propriamente dito, pois Dom Pedro II nunca o escreveu. São simples notas para futuro aproveitamento.
A viagem à cachoeira de Paulo Afonso, que inclui a passagem pelas cidades e vilas ribeirinhas do São Francisco, está no diário da visita à província da Bahia, esta desenvolvida em três etapas distintas.
Na preparação da viagem, expediram-se ordens para as províncias a serem visitas, dentre elas uma era expressa: não deviam ser realizadas despesas extraordinárias à custa dos governos locais. Dizia o documento “(...) e que como seus habitantes podem querer fazer gastos extraordinários para solenizar tão honrosa visita, S. Exa. previne que conquanto S. M. o Imperador aprecie decididamente todas estas demonstrações, será muito do Imperial agrado, que os donativos com que conjurem concorrer para este fim possam ser aplicados em benefício das localidades que o mesmo Augusto Senhor visitar” (APES G1235 – Ofício do Ministro do Império ao Presidente da Província de Sergipe, datado de 15 de setembro de 1859).
Por sua vez, instado a opinar sobre o roteiro da viagem, o Presidente Manuel da Cunha Galvão opinava que o Imperador podia ir de Salvador a Penedo, de Penedo a Propriá, de Propriá a Traipu, de Traipu a Piranhas, viajando embarcado, e de Piranhas a Paulo Afonso, a cavalo, pelo território alagoano. E colocava que, na volta, o monarca podia pousar em Vila Nova (atual Neópolis), na casa de Bento de Melo Pereira, Barão da Cotinguiba (APES – G1235 – Ofício anteriormente citado).
O Imperador Dom Pedro II que visitaria os seus domínios do norte não é mais o rapazinho de vinte anos que estivera, em 1845, na província de São Pedro do Rio Grande do Sul. É um homem de trinta e quatro anos, em pleno vigor físico, casado há dezesseis anos, pai de duas filhas, pois os dois herdeiros varões – os Príncipes Dom Afonso e Dom Pedro Afonso, morreram pequenos. Nesta altura da vida, encontrara aquela de quem se pode dizer que foi o amor de sua vida: D. Luísa Margarida Portugal de Barros, futura Condessa de Barral.
Estava à frente do governo há exatos dezenove anos. Enfrentara as revoltas internas no Rio Grande do Sul, em São Paulo, em Minas Gerais e em Pernambuco, além de uma guerra externa, contra Rosas, ditador argentino. Agora o Império, não obstante as suas contradições internas, estava sob a égide da paz. Libertando-se do círculo áulico, do qual Aureliano Coutinho e Paulo Barbosa da Silva eram as mais expressivas figuras, firmara a sua autoridade, exercendo um controle mais estrito sobre o governo, o chamado “poder pessoal”, tão criticado pelos opositores do regime, e a política nacional.
Bibliografia
1.LYRA, Heitor. História de Dom Pedro II, São Paulo/Belo Horizonte: Editora da Universidade de São Paulo/Editora Itatiaia, 1977.
2.SCHWARZ, Lilia. As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos, São Paulo: Companhia das Letras, 1998
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* Escritor e Historiador
30 anos de proteção às tartarugas
Foto: Jorge Henrique
O Projeto Tamar completará 30 anos com grandes resultados para comemorar. A cada nova temporada cerca de um milhão de filhotes são protegidos e, até março, o Tamar alcançará a meta de 10 milhões de filhotes de tartarugas soltos no mar. “Atualmente podemos constatar que a população de tartarugas marinhas está se recuperando no Brasil. Esse é o principal resultado do nosso trabalho”, afirma o fundador e coordenador nacional do Tamar, Guy Marcovaldi. O Tamar, patrocinado pela Petrobras há 28 anos, é coordenado pelo ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade em cooperação com a Fundação Pró-Tamar.
Os números mostram o sucesso do projeto e explicam porque o Tamar se tornou reconhecido internacionalmente como uma das mais bem sucedidas experiências de conservação marinha.
No seu primeiro ano de atividade, em 1980, o Tamar acompanhou 55 desovas em 50 quilômetros de praias e ajudou a salvar 2 mil tartarugas. Hoje, 30 anos depois, o Tamar conta com 23 bases em nove Estados brasileiros e monitora anualmente cerca de 18 mil desovas em mais de mil quilômetros do litoral brasileiro.
Além dos resultados já conquistados, o aniversário do projeto é marcante porque 30 anos é a idade em que a tartaruga chega à fase adulta e os filhotes soltos pelo Tamar estão voltando para desovar. “Nós já estamos recebendo as tartarugas que sob os nossos cuidados ficaram adultas e estão voltando”, conta Guy Marcovaldi.
Com a missão de proteger as tartarugas marinhas no Brasil, o Tamar desenvolve atividades de pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas encontradas em águas brasileiras - todas ameaçadas de extinção: cabeçuda (Caretta caretta), de pente (Eretmochelys imbricata), verde (Chelonia mydas), oliva (Lepidochelys olivacea) e de couro (Dermochelys coriacea). O projeto também passou a desenvolver alternativas econômicas sustentáveis e de educação ambiental para as comunidades costeiras. O objetivo é conscientizar as populações locais e reduzir as atividades predatórias de tartarugas marinhas.
A Petrobras acreditou no projeto desde o início e, em 1982, a Companhia tornou-se parceira da iniciativa. Atualmente, o Tamar, junto com os demais projetos de biodiversidade marinha patrocinados, é um símbolo da atuação da Companhia na preservação marinha no Brasil.
”O compromisso com o desenvolvimento sustentável faz parte da missão da Petrobras. Por isso, incorporamos a sustentabilidade no nosso dia a dia, buscando associar a excelência de nossas operações a uma atuação ética e sustentável junto ao meio ambiente e à sociedade”, explica o gerente executivo de Comunicação Institucional da Petrobras, Wilson Santarosa.
:: Programa Petrobras Ambiental
O Tamar e os demais projetos de biodiversidade marinha, que têm como objetivo principal evitar a extinção de espécies ameaçadas, integram o Programa Petrobras Ambiental.
Com o tema "Água e Clima: contribuições para o desenvolvimento sustentável", o programa investe em iniciativas que visam à proteção ambiental e à difusão da consciência ecológica. Serão investidos, até 2012, R$ 500 milhões em três ações estratégicas: investimentos em patrocínios a projetos ambientais; fortalecimento de organizações ambientais e de suas redes; e disseminação de informações para o desenvolvimento sustentável.
Desde que foi criado, o Programa Petrobras Ambiental já alcançou dezenas de bacias e ecossistemas em cinco biomas brasileiros. As ações já envolveram diretamente 3,6 milhões de pessoas, além de mais de 820 parcerias estabelecidas, 240 publicações, 2.200 cursos e palestras e mais de 5 mil espécies nativas estudadas. Em 2008, foram investidos R$ 53,8 milhões em patrocínios a projetos ambientais.
:: Tamar: exemplo de conservação ambiental
O período de desova das tartarugas marinhas ocorre de setembro a março, no continente, e de dezembro a junho, nas ilhas oceânicas. Nas praias de desova, o Tamar realiza patrulhamento noturno para observar o comportamento dos animais durante a desova, registrar dados e medidas dos animais, além de coletar material para posterior análise genética. Os pesquisadores monitoram os ninhos nos próprios locais de postura ou transferem alguns, encontrados em áreas de risco, para locais mais seguros na mesma praia ou para cercados de incubação.
Nas áreas de alimentação, onde a captura acidental por pescarias costeiras é grande, o Tamar registra as tartarugas capturadas incidentalmente e ensina os pescadores a reabilitá-las. Nas ilhas oceânicas, como em Fernando de Noronha e Atol das Rocas, são realizadas ações de captura, marcação e recaptura, através de mergulho livre ou autônomo.
:: Convênios e parcerias pelo mundo
Além das atividades de conservação dos ecossistemas marinhos, o Tamar se destaca pelo trabalho de pesquisa, aumentando o nível de conhecimento sobre as populações de tartarugas marinhas. O Sitamar – Sistema de Informação sobre Tartarugas Marinhas – é uma importante ferramenta para estudo dos dados contidos no banco nacional sobre as tartarugas marinhas no Brasil.
Por meio de convênios e protocolos de cooperação técnico-científico com universidades brasileiras e estrangeiras, o Tamar realiza programas de estudos prioritários para conhecer melhor o ciclo de vida das tartarugas marinhas. Entre eles destacam-se o monitoramento por satélite das tartarugas e padrões genéticos em áreas de desova (praias) e áreas não reprodutivas (áreas marinhas), além de pesquisa de medidas para diminuir a captura incidental na pesca.
:: Interação com a pesca
O Programa Interação Tartarugas Marinhas e Pesca foi criado pelo Tamar em 2001 para diminuir a incidência de tartarugas capturadas e mortas pela atividade pesqueira. Entre as ações do programa estão a coleta de informações e a pesquisa sobre as técnicas de pesca com o objetivo de propor alternativas, como a substituição de determinados métodos e equipamentos por outros que diminuam a incidência e mortalidade nas capturas.
Além de realizar cruzeiros de pesquisa, profissionais da área são treinados para monitorar viagens de pesca, registrando os dados sobre a interação entre as tartarugas e a pesca em alto mar. A equipe técnica do projeto instala, em algumas tartarugas capturadas incidentalmente, transmissores de satélite com o objetivo de acompanhar o deslocamento e avaliar a taxa de sobrevivência desses animais após a soltura.
:: Comunidades aliadas
O trabalho desenvolvido pelo Tamar, em grande parte, tornou-se possível graças ao envolvimento das comunidades costeiras situadas nas áreas onde mantém suas bases. O Projeto conta com cerca de 1.300 colaboradores – a maioria é de moradores dessas comunidades que são atendidas em várias ações de inserção social. Aliado às campanhas educativas de conscientização ambiental, o Tamar promove a busca de alternativas de subsistência não predatórias para os pescadores e suas famílias.
O projeto apoia creches e escolas; oferece possibilidade de trabalho e profissionalização para mulheres e jovens nas confecções dos produtos comercializados pelo Tamar, oficinas produtivas e outras iniciativas. As tradições regionais, o artesanato e a cultura local são valorizados e incentivados.
:: Centros de visitantes
Nas regiões litorâneas com potencial turístico, o Tamar mantém Centros de Visitantes que funcionam como núcleos de pesquisa e divulgação da vida marinha e de educação ambiental, além de oferecer lazer e serviços. Há também programas de visitas orientadas para escolas do ensino fundamental, médio e universidades. Os Centros de Visitantes têm tanques e aquários; painéis informativos e réplicas de tartaruga marinha em tamanho natural; espaços para exposições, palestras e exibição de vídeos; restaurantes, bares e lojas para venda de produtos Tamar e do artesanato local.
No site da Agência Petrobras de Notícias www.agenciapetrobrasdenoticias.com.br também estão disponíveis fotos do projeto, a entrevista completa com o fundador e coordenador do Tamar, Guy Marcovaldi, e mais informações sobre o Programa Petrobras Ambiental.
Os números mostram o sucesso do projeto e explicam porque o Tamar se tornou reconhecido internacionalmente como uma das mais bem sucedidas experiências de conservação marinha.
No seu primeiro ano de atividade, em 1980, o Tamar acompanhou 55 desovas em 50 quilômetros de praias e ajudou a salvar 2 mil tartarugas. Hoje, 30 anos depois, o Tamar conta com 23 bases em nove Estados brasileiros e monitora anualmente cerca de 18 mil desovas em mais de mil quilômetros do litoral brasileiro.
Além dos resultados já conquistados, o aniversário do projeto é marcante porque 30 anos é a idade em que a tartaruga chega à fase adulta e os filhotes soltos pelo Tamar estão voltando para desovar. “Nós já estamos recebendo as tartarugas que sob os nossos cuidados ficaram adultas e estão voltando”, conta Guy Marcovaldi.
Com a missão de proteger as tartarugas marinhas no Brasil, o Tamar desenvolve atividades de pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas encontradas em águas brasileiras - todas ameaçadas de extinção: cabeçuda (Caretta caretta), de pente (Eretmochelys imbricata), verde (Chelonia mydas), oliva (Lepidochelys olivacea) e de couro (Dermochelys coriacea). O projeto também passou a desenvolver alternativas econômicas sustentáveis e de educação ambiental para as comunidades costeiras. O objetivo é conscientizar as populações locais e reduzir as atividades predatórias de tartarugas marinhas.
A Petrobras acreditou no projeto desde o início e, em 1982, a Companhia tornou-se parceira da iniciativa. Atualmente, o Tamar, junto com os demais projetos de biodiversidade marinha patrocinados, é um símbolo da atuação da Companhia na preservação marinha no Brasil.
”O compromisso com o desenvolvimento sustentável faz parte da missão da Petrobras. Por isso, incorporamos a sustentabilidade no nosso dia a dia, buscando associar a excelência de nossas operações a uma atuação ética e sustentável junto ao meio ambiente e à sociedade”, explica o gerente executivo de Comunicação Institucional da Petrobras, Wilson Santarosa.
:: Programa Petrobras Ambiental
O Tamar e os demais projetos de biodiversidade marinha, que têm como objetivo principal evitar a extinção de espécies ameaçadas, integram o Programa Petrobras Ambiental.
Com o tema "Água e Clima: contribuições para o desenvolvimento sustentável", o programa investe em iniciativas que visam à proteção ambiental e à difusão da consciência ecológica. Serão investidos, até 2012, R$ 500 milhões em três ações estratégicas: investimentos em patrocínios a projetos ambientais; fortalecimento de organizações ambientais e de suas redes; e disseminação de informações para o desenvolvimento sustentável.
Desde que foi criado, o Programa Petrobras Ambiental já alcançou dezenas de bacias e ecossistemas em cinco biomas brasileiros. As ações já envolveram diretamente 3,6 milhões de pessoas, além de mais de 820 parcerias estabelecidas, 240 publicações, 2.200 cursos e palestras e mais de 5 mil espécies nativas estudadas. Em 2008, foram investidos R$ 53,8 milhões em patrocínios a projetos ambientais.
:: Tamar: exemplo de conservação ambiental
O período de desova das tartarugas marinhas ocorre de setembro a março, no continente, e de dezembro a junho, nas ilhas oceânicas. Nas praias de desova, o Tamar realiza patrulhamento noturno para observar o comportamento dos animais durante a desova, registrar dados e medidas dos animais, além de coletar material para posterior análise genética. Os pesquisadores monitoram os ninhos nos próprios locais de postura ou transferem alguns, encontrados em áreas de risco, para locais mais seguros na mesma praia ou para cercados de incubação.
Nas áreas de alimentação, onde a captura acidental por pescarias costeiras é grande, o Tamar registra as tartarugas capturadas incidentalmente e ensina os pescadores a reabilitá-las. Nas ilhas oceânicas, como em Fernando de Noronha e Atol das Rocas, são realizadas ações de captura, marcação e recaptura, através de mergulho livre ou autônomo.
:: Convênios e parcerias pelo mundo
Além das atividades de conservação dos ecossistemas marinhos, o Tamar se destaca pelo trabalho de pesquisa, aumentando o nível de conhecimento sobre as populações de tartarugas marinhas. O Sitamar – Sistema de Informação sobre Tartarugas Marinhas – é uma importante ferramenta para estudo dos dados contidos no banco nacional sobre as tartarugas marinhas no Brasil.
Por meio de convênios e protocolos de cooperação técnico-científico com universidades brasileiras e estrangeiras, o Tamar realiza programas de estudos prioritários para conhecer melhor o ciclo de vida das tartarugas marinhas. Entre eles destacam-se o monitoramento por satélite das tartarugas e padrões genéticos em áreas de desova (praias) e áreas não reprodutivas (áreas marinhas), além de pesquisa de medidas para diminuir a captura incidental na pesca.
:: Interação com a pesca
O Programa Interação Tartarugas Marinhas e Pesca foi criado pelo Tamar em 2001 para diminuir a incidência de tartarugas capturadas e mortas pela atividade pesqueira. Entre as ações do programa estão a coleta de informações e a pesquisa sobre as técnicas de pesca com o objetivo de propor alternativas, como a substituição de determinados métodos e equipamentos por outros que diminuam a incidência e mortalidade nas capturas.
Além de realizar cruzeiros de pesquisa, profissionais da área são treinados para monitorar viagens de pesca, registrando os dados sobre a interação entre as tartarugas e a pesca em alto mar. A equipe técnica do projeto instala, em algumas tartarugas capturadas incidentalmente, transmissores de satélite com o objetivo de acompanhar o deslocamento e avaliar a taxa de sobrevivência desses animais após a soltura.
:: Comunidades aliadas
O trabalho desenvolvido pelo Tamar, em grande parte, tornou-se possível graças ao envolvimento das comunidades costeiras situadas nas áreas onde mantém suas bases. O Projeto conta com cerca de 1.300 colaboradores – a maioria é de moradores dessas comunidades que são atendidas em várias ações de inserção social. Aliado às campanhas educativas de conscientização ambiental, o Tamar promove a busca de alternativas de subsistência não predatórias para os pescadores e suas famílias.
O projeto apoia creches e escolas; oferece possibilidade de trabalho e profissionalização para mulheres e jovens nas confecções dos produtos comercializados pelo Tamar, oficinas produtivas e outras iniciativas. As tradições regionais, o artesanato e a cultura local são valorizados e incentivados.
:: Centros de visitantes
Nas regiões litorâneas com potencial turístico, o Tamar mantém Centros de Visitantes que funcionam como núcleos de pesquisa e divulgação da vida marinha e de educação ambiental, além de oferecer lazer e serviços. Há também programas de visitas orientadas para escolas do ensino fundamental, médio e universidades. Os Centros de Visitantes têm tanques e aquários; painéis informativos e réplicas de tartaruga marinha em tamanho natural; espaços para exposições, palestras e exibição de vídeos; restaurantes, bares e lojas para venda de produtos Tamar e do artesanato local.
No site da Agência Petrobras de Notícias www.agenciapetrobrasdenoticias.com.br também estão disponíveis fotos do projeto, a entrevista completa com o fundador e coordenador do Tamar, Guy Marcovaldi, e mais informações sobre o Programa Petrobras Ambiental.
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