15 de nov. de 2009

30 anos de proteção às tartarugas

Foto: Jorge Henrique


O Projeto Tamar completará 30 anos com grandes resultados para comemorar. A cada nova temporada cerca de um milhão de filhotes são protegidos e, até março, o Tamar alcançará a meta de 10 milhões de filhotes de tartarugas soltos no mar. “Atualmente podemos constatar que a população de tartarugas marinhas está se recuperando no Brasil. Esse é o principal resultado do nosso trabalho”, afirma o fundador e coordenador nacional do Tamar, Guy Marcovaldi. O Tamar, patrocinado pela Petrobras há 28 anos, é coordenado pelo ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade em cooperação com a Fundação Pró-Tamar.

Os números mostram o sucesso do projeto e explicam porque o Tamar se tornou reconhecido internacionalmente como uma das mais bem sucedidas experiências de conservação marinha.

No seu primeiro ano de atividade, em 1980, o Tamar acompanhou 55 desovas em 50 quilômetros de praias e ajudou a salvar 2 mil tartarugas. Hoje, 30 anos depois, o Tamar conta com 23 bases em nove Estados brasileiros e monitora anualmente cerca de 18 mil desovas em mais de mil quilômetros do litoral brasileiro.

Além dos resultados já conquistados, o aniversário do projeto é marcante porque 30 anos é a idade em que a tartaruga chega à fase adulta e os filhotes soltos pelo Tamar estão voltando para desovar. “Nós já estamos recebendo as tartarugas que sob os nossos cuidados ficaram adultas e estão voltando”, conta Guy Marcovaldi.

Com a missão de proteger as tartarugas marinhas no Brasil, o Tamar desenvolve atividades de pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas encontradas em águas brasileiras - todas ameaçadas de extinção: cabeçuda (Caretta caretta), de pente (Eretmochelys imbricata), verde (Chelonia mydas), oliva (Lepidochelys olivacea) e de couro (Dermochelys coriacea). O projeto também passou a desenvolver alternativas econômicas sustentáveis e de educação ambiental para as comunidades costeiras. O objetivo é conscientizar as populações locais e reduzir as atividades predatórias de tartarugas marinhas.

A Petrobras acreditou no projeto desde o início e, em 1982, a Companhia tornou-se parceira da iniciativa. Atualmente, o Tamar, junto com os demais projetos de biodiversidade marinha patrocinados, é um símbolo da atuação da Companhia na preservação marinha no Brasil.

”O compromisso com o desenvolvimento sustentável faz parte da missão da Petrobras. Por isso, incorporamos a sustentabilidade no nosso dia a dia, buscando associar a excelência de nossas operações a uma atuação ética e sustentável junto ao meio ambiente e à sociedade”, explica o gerente executivo de Comunicação Institucional da Petrobras, Wilson Santarosa.

:: Programa Petrobras Ambiental

O Tamar e os demais projetos de biodiversidade marinha, que têm como objetivo principal evitar a extinção de espécies ameaçadas, integram o Programa Petrobras Ambiental.

Com o tema "Água e Clima: contribuições para o desenvolvimento sustentável", o programa investe em iniciativas que visam à proteção ambiental e à difusão da consciência ecológica. Serão investidos, até 2012, R$ 500 milhões em três ações estratégicas: investimentos em patrocínios a projetos ambientais; fortalecimento de organizações ambientais e de suas redes; e disseminação de informações para o desenvolvimento sustentável.

Desde que foi criado, o Programa Petrobras Ambiental já alcançou dezenas de bacias e ecossistemas em cinco biomas brasileiros. As ações já envolveram diretamente 3,6 milhões de pessoas, além de mais de 820 parcerias estabelecidas, 240 publicações, 2.200 cursos e palestras e mais de 5 mil espécies nativas estudadas. Em 2008, foram investidos R$ 53,8 milhões em patrocínios a projetos ambientais.

:: Tamar: exemplo de conservação ambiental

O período de desova das tartarugas marinhas ocorre de setembro a março, no continente, e de dezembro a junho, nas ilhas oceânicas. Nas praias de desova, o Tamar realiza patrulhamento noturno para observar o comportamento dos animais durante a desova, registrar dados e medidas dos animais, além de coletar material para posterior análise genética. Os pesquisadores monitoram os ninhos nos próprios locais de postura ou transferem alguns, encontrados em áreas de risco, para locais mais seguros na mesma praia ou para cercados de incubação.

Nas áreas de alimentação, onde a captura acidental por pescarias costeiras é grande, o Tamar registra as tartarugas capturadas incidentalmente e ensina os pescadores a reabilitá-las. Nas ilhas oceânicas, como em Fernando de Noronha e Atol das Rocas, são realizadas ações de captura, marcação e recaptura, através de mergulho livre ou autônomo.

:: Convênios e parcerias pelo mundo

Além das atividades de conservação dos ecossistemas marinhos, o Tamar se destaca pelo trabalho de pesquisa, aumentando o nível de conhecimento sobre as populações de tartarugas marinhas. O Sitamar – Sistema de Informação sobre Tartarugas Marinhas – é uma importante ferramenta para estudo dos dados contidos no banco nacional sobre as tartarugas marinhas no Brasil.

Por meio de convênios e protocolos de cooperação técnico-científico com universidades brasileiras e estrangeiras, o Tamar realiza programas de estudos prioritários para conhecer melhor o ciclo de vida das tartarugas marinhas. Entre eles destacam-se o monitoramento por satélite das tartarugas e padrões genéticos em áreas de desova (praias) e áreas não reprodutivas (áreas marinhas), além de pesquisa de medidas para diminuir a captura incidental na pesca.

:: Interação com a pesca

O Programa Interação Tartarugas Marinhas e Pesca foi criado pelo Tamar em 2001 para diminuir a incidência de tartarugas capturadas e mortas pela atividade pesqueira. Entre as ações do programa estão a coleta de informações e a pesquisa sobre as técnicas de pesca com o objetivo de propor alternativas, como a substituição de determinados métodos e equipamentos por outros que diminuam a incidência e mortalidade nas capturas.

Além de realizar cruzeiros de pesquisa, profissionais da área são treinados para monitorar viagens de pesca, registrando os dados sobre a interação entre as tartarugas e a pesca em alto mar. A equipe técnica do projeto instala, em algumas tartarugas capturadas incidentalmente, transmissores de satélite com o objetivo de acompanhar o deslocamento e avaliar a taxa de sobrevivência desses animais após a soltura.

:: Comunidades aliadas

O trabalho desenvolvido pelo Tamar, em grande parte, tornou-se possível graças ao envolvimento das comunidades costeiras situadas nas áreas onde mantém suas bases. O Projeto conta com cerca de 1.300 colaboradores – a maioria é de moradores dessas comunidades que são atendidas em várias ações de inserção social. Aliado às campanhas educativas de conscientização ambiental, o Tamar promove a busca de alternativas de subsistência não predatórias para os pescadores e suas famílias.

O projeto apoia creches e escolas; oferece possibilidade de trabalho e profissionalização para mulheres e jovens nas confecções dos produtos comercializados pelo Tamar, oficinas produtivas e outras iniciativas. As tradições regionais, o artesanato e a cultura local são valorizados e incentivados.

:: Centros de visitantes

Nas regiões litorâneas com potencial turístico, o Tamar mantém Centros de Visitantes que funcionam como núcleos de pesquisa e divulgação da vida marinha e de educação ambiental, além de oferecer lazer e serviços. Há também programas de visitas orientadas para escolas do ensino fundamental, médio e universidades. Os Centros de Visitantes têm tanques e aquários; painéis informativos e réplicas de tartaruga marinha em tamanho natural; espaços para exposições, palestras e exibição de vídeos; restaurantes, bares e lojas para venda de produtos Tamar e do artesanato local.

No site da Agência Petrobras de Notícias www.agenciapetrobrasdenoticias.com.br também estão disponíveis fotos do projeto, a entrevista completa com o fundador e coordenador do Tamar, Guy Marcovaldi, e mais informações sobre o Programa Petrobras Ambiental.

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