31 de mai. de 2010

Cultura Popular no Brasil Colonial

I. Cultura Popular

• A realidade cultural de cada povo, seus hábitos e costumes, suas condições materiais, resultam de sua própria história; a cultura é algo global, que está presente em todos os aspectos da vida.
•Não existe cultura única em um país e, em termos de classes sociais, cada qual produz a sua cultura, de acordo com as condições de cada uma.
•Da desigualdade entre as classes sociais e, portanto, da desigualdade entre as respectivas culturas, deriva a classificação da cultura, em Cultura de Elite e Cultura Popular.
• A Cultura Popular é a que é vivida pelas camadas populares.
• A Cultura Popular é geralmente anônima, produzida em qualquer lugar, podendo ser nas ruas, no trabalho, em casa.
• As manifestações culturais consideradas populares têm influência dos três elementos básicos étnicos fundamentais que formam o povo brasileiro.
• O folclore é uma manifestação artística popular que se situa entre a oralidade e a escrita.
• Não há uma manifestação em que exista apenas um elemento exclusivo, seja branco, negro ou indígena.
• Foi só a partir do século atual que os pesquisadores eruditos começaram a sistematizar o estudo das manifestações culturais da população iletrada.
• É enorme e rica a contribuição dada pelos povos índios e pelos negros escravizados, desde a nossa formação histórica, à cultura brasileira.
• O folclore mostra como as camadas populares, que não têm acesso aos meios letrados, preservam e transmitem (ou renovam) as tradições.
• Os caboclos e mulatos brasileiros, herdeiros das culturas dos índios e dos negros, com as influencias da tradição lusitana, mesclaram tudo isso nas festas de São João, nos reisados, nos maracatus, nas capoeiras, nos sambas, na macumba, na poesia popular de cordel.
• Os africanos nos trouxeram o ritmo e a força que sobrevivem nas danças e nas religiões populares.
• Os índios forjaram a tradição de lendas, costumes, superstições populares, danças, cantos e maneiras de fazer comidas.

II. Festas

• Desde a Antiguidade, as festas são conhecidas por seu caráter de inversão da ordem. Ou seja, enquanto duram, regras e obrigações cotidianas são abandonadas; é como colocar o mundo de ponta-cabeça. No Brasil Colonial, as festas também exerciam esse papel.
• As festas mais comuns do Brasil Colonial eram as relacionadas ao calendário religioso católico, freqüentemente iniciadas por procissões a fim de homenagear ou relembrar eventos cristãos.
• Não só as datas religiosas eram motivo para realização de festas públicas, também serviam de pretexto as aclamações de um soberano, os casamentos reais ou aristocráticos e outros acontecimentos de caráter político.
• Eram comuns nessas festas misturarem-se rituais das culturas negra e indígena.
• Nos dias de festa, ricos e pobres, brancos e negros, pareciam diminuir suas diferenças. Era a ocasião em que se ofereciam alimentos ao povo da rua. Ao contrario do que ocorria no cotidiano, a comida era farta e consumida por todos. Assim, a festa extrapolava o motivo oficial para transformar-se em um momento de negação das regras do dia-a-dia.
• As congadas ou festas do Rei Congo trata-se de um ritual que inclui a coroação de um rei e uma rainha negra; rememoravam-se tradições africanas e utilizavam-se vestimentas e danças tipicamente africanas.
• No entrudo, festa introduzida no Brasil pelos portugueses, fabricavam-se limões-de-cheiro - bolas de cera cheias de água perfumada - com os quais se organizavam batalhas entre os passantes das ruas das cidades. Os negros substituíam o limão-de-cheiro (mais caro) por polvilho e água. Era comum, nesse dia, os negros vestirem-se com roupas típicas européias, fato proibido em circunstâncias normais.
• O batuque retrata a dança de roda praticada pelos negros escravos. Ao som de instrumentos de percussão, durante a dança ocorriam as “umbigadas”, quando a pessoa que está no centro da roda vai ser trocada por outra, o substituto leva uma umbigada do solista.
• Outra forma popular de divertimento era dançar o lundu aos pares e acompanhado de violão. Os negros dançavam sem para noites inteiras, escolhendo por isso, de preferência, os sábados e as vésperas dos dias santos. Era também uma dança praticada pelos portugueses e assemelhava-se ao bolero dos espanhóis.
• As manifestações da cultura popular verificadas no Brasil Colonial não devem ser consideradas inferiores as da cultura erudita e, por isso, não devem ser relegadas ao esquecimento, ao descrédito e ao obscurantismo.

Cultura Popular em Sergipe

• Silvio Romero, autor sergipano, em um dos seus estudos sobre a cultura popular, apresenta várias festas realizadas no interior de Sergipe, destacando-se a congada e a folia de reis.

• Sincretismo Santológico
- Os africanos vindos ao Brasil na condição de escravos, não tiveram liberdade de culto. Assim é que, driblavam os brancos quando fingiam distraírem-se com atividades tidas como brincadeiras, também chamadas Oba, mas que na realidade era o ritual de louvação aos seus deuses.
- As Oba eram brincadeiras de largo nos quais os escravos fingindo distrair-se, profanamente cultuavam seus orixás. Estas brincadeiras tinham aspecto carnavalesco.
- Para escaparem da repressão senhorial, os negros passaram a identificaram seus deuses (orixás) com os da Igreja Católica, muito embora o culto fosse realizado na intenção dos orixás.
- Os escravos negros adotam os nomes dos santos da Igreja Católica, mas mantêm seus próprios cultos, demonstrando, assim, um grau de resistência muito grande.
- O Museu Afro-Brasileiro de Sergipe, na cidade de Laranjeiras, reúne peças que registram o sincretismo religioso em Sergipe.

• Estudiosos de nosso folclore:
- Sílvio Romero, Clodomir Silva e Jakcson da Silva Lima.
- O folclore é uma manifestação espontânea da alma do povo, por isso é algo vivo e dinâmico.

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