17 de fev. de 2010

CLAUDOMIR TAVARES: Verdes mantém projeto de candidatura própria

Ninguém que não seja o presidente está autorizado a conversar em nome do partido

O presidente municipal do PV, Claudomir Tavares, secretário estadual de assuntos parlamentares afirmou na manhã de ontem ao Blog ‘Olhar 43’ (Informativo do PV/Pirambu) que “o projeto de candidatura própria ao governo de Sergipe está mantido e que agora, com a saída do professor Anderson Góis da disputa, numa opção pessoal dele, a indicação da vaga de pré-candidatura ao Governo, que nunca esteve fechada em seu nome, mas que era o nome em potencial, agora está mais aberta ainda”. Segundo ele, “a Executiva Estadual deverá se reunir nos próximos dias para dar um direcionamento que deve ser seguido pelo partido nesta fase em que se discutem as articulações para as composições dos times que irão a campo em busca dos votos dos sergipanos em 03 de outubro de 2010”, acrescenta. Claudomir afirmou que, “ninguém, que não seja o presidente estadual do partido, Carlos Pinna Júnior ou o dirigente nacional Reinaldo Nunes, estão autorizados a estabelecer toda e qualquer conversa com este ou aquele segmento político em nome do PV”, completa. Confira na íntegra a entrevista que reproduziremos baixo:

OLHAR 43 – Dizem que no Brasil, o ano só começa depois do Carnaval. E para o Partido Verde, quando ele começou?
CLAUDOMIR TAVARES – Esta questão de fim e início de ano é um rito de passagem. Para mim, pessoalmente, a vida continua, pois com o dizia Cazuza, “o tempo não para”. Ainda segundo Renato Russo, “não temos mais o tempo que passou, mas temos todo o tempo, do Mundo, por isso, não temos tempo a perder”. É pautado nos ensinamentos destes dois poetas da década de 80, época em que nasceu o Partido Verde, que acreditamos piamente que um partido político não deve pautar sua existência apenas e exclusivamente em disputas eleitorais, como, aliás, fazem a maioria dos partidos políticos brasileiros, provavelmente no mundo. No nosso caso, passamos o chamado Ciclo Natalino, que vai das celebrações natalinas, passando pelas festas de Santos Reis e procissões do Bom Jesus dos Navegantes e chegamos ao Ciclo Carnavalesco, que se encerra hoje, discutindo política, ainda que em carater informalmente, sem deliberação.

OLHAR 43 – E qual o teor destas conversas informais?
CLAUDOMIR – Ah, foram as mais diversas políticas. Nos mantivemos em permanente contato com a militância do PV local, com a direção estadual através do presidente Pinna (Carlos Pinna de Assis Júnior) e com a direção nacional através de Reynaldo (Nunes de Morais, tesoureiro da Executiva Nacional). A temática girava em torno do posicionamento que tomaremos a respeito das eleições 2010 e da organização partidária em Sergipe. Temos um entendimento preliminar, em função do que vínhamos discutindo em 2009, que o projeto de candidatura própria ao governo de Sergipe está mantido e que agora, com a saída do professor Anderson Góis da disputa, numa opção pessoal dele, a indicação da vaga de pré-candidatura ao Governo, que nunca esteve fechada em seu nome, mas que era o nome em potencial, agora está mais aberta ainda. A Executiva Estadual deverá se reunir nos próximos dias para dar um direcionamento que deve ser seguido pelo partido nesta fase em que se discutem as articulações para as composições dos times que irão a campo em busca dos votos dos sergipanos em 03 de outubro de 2010. Ninguém, que não seja o presidente estadual do partido, Carlos Pinna Júnior ou o dirigente nacional Reinaldo Nunes, estão autorizados a estabelecer toda e qualquer conversa com este ou aquele segmento político em nome do PV. Mesmo assim, as conversas estabelecidas por estes dirigentes, legitimadas pela condição de que ocupam nas respectivas executivas estadual e nacional, devem ser socializadas com o conjunto dos dirigentes e estes, com o conjunto da militância. Defendemos que nossas posições sejam tomadas em carater coletivas e com a aquiescência dos que constroem o Partido Verde em Sergipe.

OLHAR 43 – Recentemente o governador Marcelo Déda afirmou que estaria aberto para conversar com o Partido Verde no sentido deste vir a integrar o leque de alianças em apoio ao seu projeto de reeleição. Há esta possibilidade?
CLAUDOMIR – De conversar com Déda, sim, mas para dizer a ele que esta aliança só pode acontecer se o governador despir de sua vaidade, arrogância, corrigir as incontáveis disparidades e distorções do seu governo e vir a apoiar a pré-candidatura de Marina Silva, que tem uma história irretocável, e não de Dilma, para presidência e daquele que for escolhido pré-candidato do PV ao governo de Sergipe e ninguém em sã consciência, conhecendo Déda como conhecemos, acredita que ele o fará. Déda tem compreensão da dimensão política que se avizinha e que aliança política e eleitoral se faz com os companheiros que governam, que lhes dão sustentação, e nós nunca fomos chamados para opinar sobre seu governo. Ele sabe que seu governo é uma tragédia, e que ele é o maior desastre político que aconteceu em quase 190 anos de emancipação política de Sergipe, em 121 anos de República.

OLHAR 43 – Recentemente o professor Anderson Góis surpreendeu a todos anunciando sua retirada do processo eleitoral, e que em função de uma intervenção cirúrgica que faria na tireóide, não disputaria mais a provável indicação de seu nome ao governo de Sergipe, só devendo fazê-lo em 2012, quando ocorrem as eleições municipais. Qual a avaliação que você faz deste cenário sem o professor Anderson na disputa?
CLAUDOMIR – Quando do ingresso de Anderson ao PV no mês de maio de 2009, encarei com desconfiança a sua pré-candidatura ao governo de Sergipe, pois não via com bons olhos alguém entrar em um partido para ser candidato de imediato, algo que deve ser fruto de uma construção política e que deveria ser feita a partir de convivência. Entendo que candidaturas a quaisquer cargos devem ser resultado de convivência. Aos poucos, passei a ser um dos maiores defensores de seu nome como nosso pré-candidato a governador, inclusive o acompanhei a Propriá (agosto/2009) e o trouxe a Pirambu (setembro/2009). De repente fomos surpreendido com a sua saída, alegando questões de saúde. Acho que o mesmo se precipitou e não precisava antecipar qualquer posição sem saber o resultado da sua intervenção cirúrgica. Hoje o vejo fora do processo, pelo menos para uma candidatura majoritária, e assim me posicionarei dentro da Executiva Estadual, mas acredito que, se o mesmo sentir-se recuperado em seu pleno estado de saúde, como parece que está, defendemos sua presença na chapa proporcional, disputando um mandado de deputado federal ou estadual, como queira.

OLHAR 43 – Você foi citado como um dos prováveis pré-candidatos a deputado federal em 2010. Mantém ou recua com este projeto?
CLAUDOMIR – Nunca tive este projeto. Em 2006 coloquei meu nome a disposição para ajudar no processo de alcançar a cláusula de barreira, até o partido ser atropelado e ser levado em carater oportunista e de forma monocrática pelo ex-presidente de triste memória Armando Batalha para os braços do então governador João Alves Filho. Nosso nome foi citado em julho, salvo engano, pelo professor Anderson Góis, como um companheiro com inserção na região dos Vales do Japaratuba e Cotinguiba, alguém que poderia ter um bom desempenho nesta região, inclusive no Baixo São Francisco. São regiões onde atuamos não só politicamente, mas em defesa das questões ambientais e fazemos um trabalho de comunicação alternativa. Confesso que este convite e defesa de Anderson foram não só um reconhecimento, mas me colocou uma responsabilidade enquanto militante histórico do partido. Pensei, refleti, comuniquei aos companheiros de Pirambu, Japaratuba, Malhada dos Bois, Propriá, entre outras cidades, encontrei ecos, mas comuniquei em novembro ao presidente Pinna que havia feito opção por não entrar na disputa e faria este anúncio publicamente depois do Carnaval. Nesse caso, o ano começou depois do Carnaval (risos) e estou anunciando com exclusividade ao partido através do Blog.

OLHAR 43 – Você milita politicamente em Pirambu, Japaratuba e Propriá. Qual o posicionamento do PV em relação às administrações municipais dos prefeitos Paulo Britto (PT), Lara Moura (PR) e José Nilton (PMDB)?
CLAUDOMIR – São situações diferentes, e que merecem avaliações distintas. Não milito politicamente em Japaratuba e Propriá, apesar da relação que mantemos com os companheiros de ambas as cidades. Milito politicamente em Pirambu, onde disputamos em 2008 as eleições para vice-prefeito. Mas posso avaliar que o partido participa das administrações municipais de Japaratuba, ainda que de forma inferior a sua importância, com Mauricio de Marita na secretaria adjunta de obras e nossa principal referência no município, Silvestre Ferreira, como Diretor e não Secretário de Meio Ambiente, e isto precisa ser avaliado a partir das reuniões que teremos no mês de março, quando será discutida, inclusive, a permanência, ou não dos verdes no governo da prefeita Lara Moura. O certo é que o partido orientará seus filiados e aqueles que estiveram em nosso raio de influência a votar nos candidatos do partido e não nos candidatos da prefeita, e isso a família Moura tem consciência, como imoral seria se fosse o contrário, em que nós cobrássemos que estes apoiassem os candidatos verdes, embora aceitássemos seus apoios, eles seriam bem vindos. Com relação à Propriá, não participei da composição que levou o partido a apoiar a reeleição do prefeito Paulo Britto. O acordo deu-se via direção estadual, sendo informado depois do mesmo ter sido sacramentado. Por isso, não tenho e não quero influenciar os companheiros de Propriá em suas decisões. Mas há um entendimento que o vereador Marcos Oliveira, líder do prefeito na Câmara Municipal, deva apoiar os candidatos do partido e não os candidatos do prefeito. E isso vale tanto para a chapa majoritária quanto proporcional. Acreditamos que a relação entre o PV e o prefeito não é uma relação promiscua e conhecendo Paulinho como conhecemos, ele não será empecilho para entender que temos caminhos diferentes a nível estadual e municipal e que nossa aliança é tão somente municipal, e que isso deva ser respeitada de forma bilateralmente, assim como esperamos que seja em Japaratuba. Aqui em Pirambu nossas posições são muito claras. O partido tem defendido publicamente sua condição de oposição ao prefeito José Nilton, ainda que não a fazendo de forma sistemática, mas sim propositiva, de forma responsável, sem rancores, estando claro que nossos objetivos e projetos são diametralmente opostos. A militância verde sabe que o nosso projeto é de candidatura própria em 2010 e 2012 e que a sociedade pirambeuse vai ficar conhecendo com mais clareza a partir de 06 de março quando estaremos apresentando o Projeto ‘Caravana da Esperança’ em reunião que realizaremos no bar da Amendoeira.

OLHAR 43 – Em que consiste o Projeto ‘Caravana da Esperança’?
CLAUDOMIR – Sabemos das nossas limitações, de recursos, de quadros, e de outros componentes fundamentais no exercício da atividade política. Além disso, não somos políticos profissionais de só pensarmos na próxima eleição. A ‘Caravana da Esperança’ consiste em levar o PV mensalmente aos povoados e bairros de Pirambu, reunindo-se e dialogando com a comunidade, apresentando as propostas do partido, discutindo seus problemas e propondo soluções a curto, médio e longo prazo, de quem está fora do poder, mas que almeja alcançá-lo nas próximas eleições 2010 e 2012. Não estamos fazendo campanha política, até porque estamos em um momento pré-eleitoral, em que apresentamos o nome de Marina Silva e, no entendimento de alguns companheiros, do nosso pré-candidato a prefeito em 2012.

OLHAR 43 – Pré-candidato a prefeito?
CLAUROMIR – Em 2012, com o final das coligações proporcionais, teremos que forçosamente, lançar chapa completa de candidatos a vereadores. Assim, as filiações que forem feitas neste período, e nós já as estamos efetuando, terão este indicativo. A discussão de que teremos candidato a prefeito já é uma discussão superada, não se discute mais. Em 2008 a discussão passava pela presença do PV na chapa majoritária. Hoje ela passa pelo nome do PV como cabeça da chapa, estando aberta, e temos tempo para isso, a composição para vice-prefeito. Partidos aliados serão chamados no tempo e na agenda certa. Este ano teremos eleições nacional e estadual e esta discussão fica para mais adiante. No partido há quem defenda a indicação já em 06 de março do nome que irá disputar em 2012, enquanto outros defendem que primeiro passamos a construir o projeto. Os que defendem o lançamento imediato, pó fazem por entender que não temos tempo a perder, e os que defendem a construção do projeto, acreditam que temos todo tempo do mundo.

OLHAR 43 – Para finalizar, o que teria a acrescentar?
CLAUDOMIR – Apenas dar as boas vindas aos nossos filiados e dizer que o PV está aberto a todos que acreditam que, como dizia Eduardo Galeano, “a linha do horizonte não é um objetivo a ser alcançado, mas para nos ensinar a caminhar”. Uma Feliz Páscoa a todos e a todas!

Fonte: OLHAR 43 – pvpirambu.blogspot.com – Em: 16/02/2010

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