Insatisfação com o PV vem desde 2006 e aproximação com o PCB desde 1986
Por Antônio Madeira
O professor Claudomir Tavares, presidente municipal e secretário estadual de Formação Política do PV anuncia nesta terça-feira, 13, sua desfiliação do partido ao tempo em que oficializa seu ingresso no PCB, agremiação que passa a lhe abrigar junto com seus companheiros a partir desta data. Contribuiu para isso a aliança injustificável dos verdes com Albano Franco, o maior defensor da instalação da Usina Nuclear em Sergipe, bandeira histórica que o PV tem se posicionado contrário desde sua fundação em 1986, e que fora reafirmada em Encontro Estadual realizado em 17 de abril aqui na cidade de Pirambu, quando os verdes de Sergipe estiveram presentes no Bar Beira Rio.
Filiado ao PV desde 2003, Claudomir lembra que sua insatisfação com o partido data-se desde 2006, quando de forma individual o ex-presidente Armando Batalha levou o partido para os braços do então governador João Alves Filho, sem ouvir qualquer de seus companheiros. “Se fôssemos vencidos no debate, apoiaríamos com tranquilidade e sem nenhum constrangimento a decisão partidária, mas aquela foi de um homem que pensou apenas em si e na sua eleição para deputado estadual, o que se confirmou”. Claudomir permaneceu no PV, pois Armando Batalha trocou este pelo PSB antes de sua posse, ainda em janeiro de 2007.
Dois anos depois, outro imbróglio acontece com o Partido Verde, desta vez em Pirambu. Em Encontro Municipal, fórum máximo de deliberação do partido, fora aprovado uma política de alianças que descartava definitivamente aliança com o PMDB, por identificar nesta o mesmo DNA do PFL (atual DEM). Contrariando esta decisão, parte da direção (quatro membros) defenderam esta aliança contraditória, mesmo o PV estando contemplado em uma chapa majoritária, e dentro da previsão do arco de aliança estabelecido, que incluía o PT local. Após resistência e apelo ao cumprimento das resoluções do Encontro, a aliança com os petistas fora aprovada por unanimidade.
Há um ano, desde 29 de maio de 2009, os verdes tinham discutido internamente a intenção de lançamento de candidatura própria ao governo de Sergipe, crescendo a reprovação aos nomes mais bem posicionados nas pesquisas, o governador Marcelo Déda e o ex-governador João Alves Filho. Ingressaram no PV a senadora Marina Silva, vinda do PT e o professor Anderson Góis, vindo do PCB. “Este se credenciou como o nosso candidato a governador e a senadora como candidata a presidência da república, provocando uma resolução de fazer o palanque para a Marina em nosso estado”, lembra Claudomir.
“Com a decisão de Andersom em sair do páreo, o partido reafirmou em 15 de março a posição de candidatura própria através de reunião da Executiva Estadual, em 17 de abril, através do Encontro Estadual, em várias reuniões da Executiva Estadual e Plenárias de Militantes ocorridas entre esta data e o dia 30 de junho, quando mais uma vez fora preservada esta decisão e anunciada durante a Convenção Estadual, que homologou os nomes de Ricardo Melo para governador, o nosso nome para vice-governador, os do ator Antônio Leite e do advogado Evaldo Campos para o senado”, relata o professor.
O raio caiu no mesmo lutar – “Apesar de alertados de que no final, seriam Reynaldo Nunes (SE) e Luiz Penna (SP) quem dariam as últimas cartas, preferíamos acreditar que o raio não cairia duas vezes no mesmo lugar: caiu”, disse. “Foram estes dirigentes nacionais quem definiu a aliança com Albano Franco, contrariando decisão de 90% do partido, que preferia a candidatura própria, e apenas o vereador de Lagarto, Gustinho Ribeiro, defendendo a aliança, pensando apenas em si, para lhe facilitar a eleição para a Assembléia Legislativa”, acrescenta. “Condenado como ficha suja, Gustinho teve sua candidatura impugnada, mais uma vez mostrando que tínhamos razão”, completa.
Evitar desgaste – Claudomir Tavares disse que não suportaria mais um quarto desgaste nesta relação conflituosa que tem se repetido a cada dois anos e fez opção em abdicar de sua condição de filiado, de dirigente municipal e estadual e, principalmente de pré-candidato a prefeito pelo PV, sentimento já sacramentado em decisões internas. “Quem poderia me assegurar que em 2012 este filme não voltaria a se repetir”, questiona. “Além disso, bandeiras históricas do partido estavam sendo substituídas por interesses sociais e no nosso entendimento, princípios são irrenunciáveis”, emenda o professor, que pretende preservar as relações políticas e pessoais com os que permanecem no PV.
Gestos de agradecimentos – A saída de Claudomir do PV merece, segundo ele, alguns agradecimentos “pela condição permitida pelo partido em disputar a vice-prefeitura de Pirambu, de visibilidade em Sergipe proporcionada pelas participações nos programas de TV em 2008, 2009 e 2010, pela participação de eventos nacionais em Fortaleza e Brasília, pela confiança depositada em participar da Executiva Estadual desde 2007, quando fui secretário de Comunicação, de Formação (duas vezes) e de Assuntos Parlamentares”, elenca em forma de gratidão. “Sei que contribui para este reconhecimento, mas a gratidão é uma qualidade do cidadão”, pondera Claudomir.
Opção pelo PCB – “O nosso primeiro contato com o PCB deu-se ainda em 1986, quando recebemos os documentos Estatuto e Programa do partido. Já havia tomado esta decisão de filiar-me ao partido em 2008, mas decidimos permanecer no PV. Quando o raio caiu novamente no mesmo lugar, decidimos anunciar nosso apoio ao candidato a governador Leonardo Dias, ato que deu-se quarta-feira passada. Convidado pelos dirigentes estaduais, amadurecemos a idéia, ouvimos companheiros em Pirambu e outras cidades e resolvemos oficializar nosso ingresso nesta terça-feira, quando recepcionaremos o Ivan Pinheiro, candidato a Presidência, em Aracaju.
“Não irei sozinho, mas não promovemos o esvaziamento do PV, até porque torcemos pela continuidade de suas ações em Pirambu, possivelmente um dos poucos diretórios em que havia uma ação articulada com as bandeiras históricas que o partido defende não só no Brasil como no mundo, a exemplo da luta dos pescadores, das nossas praias, rios, só para citar aquelas lutas em que tem o PV como ator social desde 1997, quando este fora fundado no povoado Maribondo, e trazido para Pirambu em 2003”, justifica Claudomir ao dizer que pretende contribuir para que os verdes possam continuar na trilha por um Pirambu sutentável.
Faça um 21 – A primeira reunião do PCB em Pirambu já está marcada e acontece na noite de 21 de julho de 2010, possivelmente com a presença do professor Leonardo Dias, candidato a governador, quando será lançado o manifesto “Faça um 21: venha para o PCB”, campanha de filiação qualificada e não quantificada, preparar o partido para as eleições 2010 e escolher a primeira Comissão Municipal (secretários Político, de Organização e Finanças). “Não pretendemos inchar o PCB, mas promover o ingresso dos mais valorosos quadros da política municipal, como artistas, intelectuais, professores, juventude, trabalhadores, homens e mulheres de carater ilibado”, prevê.
Por Antônio Madeira
O professor Claudomir Tavares, presidente municipal e secretário estadual de Formação Política do PV anuncia nesta terça-feira, 13, sua desfiliação do partido ao tempo em que oficializa seu ingresso no PCB, agremiação que passa a lhe abrigar junto com seus companheiros a partir desta data. Contribuiu para isso a aliança injustificável dos verdes com Albano Franco, o maior defensor da instalação da Usina Nuclear em Sergipe, bandeira histórica que o PV tem se posicionado contrário desde sua fundação em 1986, e que fora reafirmada em Encontro Estadual realizado em 17 de abril aqui na cidade de Pirambu, quando os verdes de Sergipe estiveram presentes no Bar Beira Rio.
Filiado ao PV desde 2003, Claudomir lembra que sua insatisfação com o partido data-se desde 2006, quando de forma individual o ex-presidente Armando Batalha levou o partido para os braços do então governador João Alves Filho, sem ouvir qualquer de seus companheiros. “Se fôssemos vencidos no debate, apoiaríamos com tranquilidade e sem nenhum constrangimento a decisão partidária, mas aquela foi de um homem que pensou apenas em si e na sua eleição para deputado estadual, o que se confirmou”. Claudomir permaneceu no PV, pois Armando Batalha trocou este pelo PSB antes de sua posse, ainda em janeiro de 2007.
Dois anos depois, outro imbróglio acontece com o Partido Verde, desta vez em Pirambu. Em Encontro Municipal, fórum máximo de deliberação do partido, fora aprovado uma política de alianças que descartava definitivamente aliança com o PMDB, por identificar nesta o mesmo DNA do PFL (atual DEM). Contrariando esta decisão, parte da direção (quatro membros) defenderam esta aliança contraditória, mesmo o PV estando contemplado em uma chapa majoritária, e dentro da previsão do arco de aliança estabelecido, que incluía o PT local. Após resistência e apelo ao cumprimento das resoluções do Encontro, a aliança com os petistas fora aprovada por unanimidade.
Há um ano, desde 29 de maio de 2009, os verdes tinham discutido internamente a intenção de lançamento de candidatura própria ao governo de Sergipe, crescendo a reprovação aos nomes mais bem posicionados nas pesquisas, o governador Marcelo Déda e o ex-governador João Alves Filho. Ingressaram no PV a senadora Marina Silva, vinda do PT e o professor Anderson Góis, vindo do PCB. “Este se credenciou como o nosso candidato a governador e a senadora como candidata a presidência da república, provocando uma resolução de fazer o palanque para a Marina em nosso estado”, lembra Claudomir.
“Com a decisão de Andersom em sair do páreo, o partido reafirmou em 15 de março a posição de candidatura própria através de reunião da Executiva Estadual, em 17 de abril, através do Encontro Estadual, em várias reuniões da Executiva Estadual e Plenárias de Militantes ocorridas entre esta data e o dia 30 de junho, quando mais uma vez fora preservada esta decisão e anunciada durante a Convenção Estadual, que homologou os nomes de Ricardo Melo para governador, o nosso nome para vice-governador, os do ator Antônio Leite e do advogado Evaldo Campos para o senado”, relata o professor.
O raio caiu no mesmo lutar – “Apesar de alertados de que no final, seriam Reynaldo Nunes (SE) e Luiz Penna (SP) quem dariam as últimas cartas, preferíamos acreditar que o raio não cairia duas vezes no mesmo lugar: caiu”, disse. “Foram estes dirigentes nacionais quem definiu a aliança com Albano Franco, contrariando decisão de 90% do partido, que preferia a candidatura própria, e apenas o vereador de Lagarto, Gustinho Ribeiro, defendendo a aliança, pensando apenas em si, para lhe facilitar a eleição para a Assembléia Legislativa”, acrescenta. “Condenado como ficha suja, Gustinho teve sua candidatura impugnada, mais uma vez mostrando que tínhamos razão”, completa.
Evitar desgaste – Claudomir Tavares disse que não suportaria mais um quarto desgaste nesta relação conflituosa que tem se repetido a cada dois anos e fez opção em abdicar de sua condição de filiado, de dirigente municipal e estadual e, principalmente de pré-candidato a prefeito pelo PV, sentimento já sacramentado em decisões internas. “Quem poderia me assegurar que em 2012 este filme não voltaria a se repetir”, questiona. “Além disso, bandeiras históricas do partido estavam sendo substituídas por interesses sociais e no nosso entendimento, princípios são irrenunciáveis”, emenda o professor, que pretende preservar as relações políticas e pessoais com os que permanecem no PV.
Gestos de agradecimentos – A saída de Claudomir do PV merece, segundo ele, alguns agradecimentos “pela condição permitida pelo partido em disputar a vice-prefeitura de Pirambu, de visibilidade em Sergipe proporcionada pelas participações nos programas de TV em 2008, 2009 e 2010, pela participação de eventos nacionais em Fortaleza e Brasília, pela confiança depositada em participar da Executiva Estadual desde 2007, quando fui secretário de Comunicação, de Formação (duas vezes) e de Assuntos Parlamentares”, elenca em forma de gratidão. “Sei que contribui para este reconhecimento, mas a gratidão é uma qualidade do cidadão”, pondera Claudomir.
Opção pelo PCB – “O nosso primeiro contato com o PCB deu-se ainda em 1986, quando recebemos os documentos Estatuto e Programa do partido. Já havia tomado esta decisão de filiar-me ao partido em 2008, mas decidimos permanecer no PV. Quando o raio caiu novamente no mesmo lugar, decidimos anunciar nosso apoio ao candidato a governador Leonardo Dias, ato que deu-se quarta-feira passada. Convidado pelos dirigentes estaduais, amadurecemos a idéia, ouvimos companheiros em Pirambu e outras cidades e resolvemos oficializar nosso ingresso nesta terça-feira, quando recepcionaremos o Ivan Pinheiro, candidato a Presidência, em Aracaju.
“Não irei sozinho, mas não promovemos o esvaziamento do PV, até porque torcemos pela continuidade de suas ações em Pirambu, possivelmente um dos poucos diretórios em que havia uma ação articulada com as bandeiras históricas que o partido defende não só no Brasil como no mundo, a exemplo da luta dos pescadores, das nossas praias, rios, só para citar aquelas lutas em que tem o PV como ator social desde 1997, quando este fora fundado no povoado Maribondo, e trazido para Pirambu em 2003”, justifica Claudomir ao dizer que pretende contribuir para que os verdes possam continuar na trilha por um Pirambu sutentável.
Faça um 21 – A primeira reunião do PCB em Pirambu já está marcada e acontece na noite de 21 de julho de 2010, possivelmente com a presença do professor Leonardo Dias, candidato a governador, quando será lançado o manifesto “Faça um 21: venha para o PCB”, campanha de filiação qualificada e não quantificada, preparar o partido para as eleições 2010 e escolher a primeira Comissão Municipal (secretários Político, de Organização e Finanças). “Não pretendemos inchar o PCB, mas promover o ingresso dos mais valorosos quadros da política municipal, como artistas, intelectuais, professores, juventude, trabalhadores, homens e mulheres de carater ilibado”, prevê.
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