Por Claudomir Tavares | claudomir@infonet.com.br
I – O município de Pirambu:
Território limita-se com os municípios Pacatuba, Japaratuba, Carmópolis, Santo Amaro, Barra dos Coqueiros e o Oceano Atlântico, sendo uma das maiores bancas camaroneiras do Nordeste.
1. Localização:
O município de Pirambu está localizado no litoral sergipano, em sua porção centro-oeste, e insere-se na micro-região geográfica do Japaratuba, juntamente com os municípios de São Francisco, Japoatã, Pacatuba e Japaratuba. Possui uma área territorial de 218 Km2, sendo 71 Km2 de área urbano e 147 Km2 de área rural. A sede do município está localizada há 28 Km de distância da Capital, Aracaju via Rodovia SE-100 e 76 Km pela BR-101. Pirambu encontra-se a 2 metros de altitude, sendo seu modelado representado pela planície litorânea ao Sul.
2. Limites e Povoados:
O município de Pirambu tem os seguintes limites: ao Norte – Pacatuba, ao Sul – Santo Amaro das Brotas e Barra dos coqueiros, a Leste – Oceano Atlântico e a Oeste – Japaratuba e Carmópolis. O município de Pirambu é composto por 9 (nove) povoados, a saber: Aguilhadas, Aningas. Lagoa Redonda, Maribondo, Baixa Grande, Pau Seco (Água Boa), Bebedouro, Santa Isabel (Lagoa Grande) e Alagamar.
3. População:
O município de Pirambu possui uma população de 7.143 habitantes (1), sendo 3.572 home4ns e 3.571 mulheres. 3.030 habitantes é a população da zona rural e 4.113 da zona urbana, sendo 32,7 habitantes por Km2, conforme dados do IBGE, através do Censo Demográfico de 2000.
4. História:
O nome Pirambu vem de um peixe bastante comum na região, e originou-se de uma pequena colônia de pescadores que viviam basicamente da cultura da mandioca, do milho, do feijão e da batata-doce, bem como da pesca nos rios, lagoas e da beira da praia. “Segundo a ictiologia, Pirambu é um peixe teleóstico, percomorfo, das famílias dos pamadasídeos, h. plumiere (lac) de cor bronzeada, com listas azuis apenas na cabeça e parte anterior do corpo. Há quem afirme que Pirambu era o nome do cacique de uma tribo que habitou a antiga povoação” (MENDONÇA, 2002: 339).
A população fixou-se inicialmente próximo ao litoral, em casas feitas de pau-a-pique e cobertas de palha. Posteriormente, foram penetrando para o interior, dando origem a aglomerações rurais que, atualmente, são os povoados do município.
Povoado de Japaratuba de 1934 até 1965, Pirambu foi elevado a condição de Município através da Lei Estadual nº 1.234 de 26 de novembro de 1963, más só em 08 de agosto de 1965 passou a constar de direito como mais um dos municípios sergipanos, quando elege seu primeiro Prefeito (João Dória do Nascimento) e os cinco primeiros vereadores. Contribuiu para que Pirambu passasse a condição de cidade a sua produção de coco e a forte vocação para a pesca o turismo.
Atualmente o município de Pirambu é um dos mais proeminentes do Estado, contribuindo para isso suas praias paradisíacas, a Reserva Biológica de Santa Isabel e as transformações ocorridas a partir da administração da segunda metade da década passada.
II – Aspectos Físicos
Praias, coqueirais, rios, dunas como as de Lagoa Redonda: assim está caracterizado Pirambu – Um paraíso ecológico em Sergipe
1. Relevo:
Pirambu não possui grandes altitudes, sendo um relevo baixo, dominado por terras planas ou ligeiramente onduladas. Seu modelado está representado pela planície litorânea ao sul. Dentro dessa4 planície litorânea, na porção norte, centro-oeste e sudeste do município, há ocorrência do terraço fluvial. Acompanhando a linha da praia, penetrando para o interior, ao norte, ocorre a planície fluvio-marinha. Sua topografia apresenta poucas elevações, estando suas altitudes oscilando entre 0 e 100 metros, destacando-se a presença de dunas móveis e fixas. São 30 Km de praias virgens.
2. Hidrografia:
O município de Pirambu é integrante das bacias hidrográfica dos rios Japaratuba, a menor do estado e a única genuinamente sergipana e a do rio São Francisco. O Rio Japaratuba nasce na Serra da Boa Vista, entre Feira Nova e Graccho Cardoso, desaguando no oceano Atlântico entre os municípios de Pirambu e Barra dos Coqueiros. O Rio São Francisco está presente em nosso município através dos seus afluentes, os rios Poxim, Papagaio e Britto, que banha o povoado Alagamar, no seu extremo norte. As demais áreas do município são banhadas pela bacia do Japaratuba. É o caso da porção sudoeste s sul do município, onde se destacam os rios Siriri e Pomonga, afluentes da margem direita. Outros rios de menor porte dessa mesma bacia atravessam o município indo desaguar no Oceano Atlântico. Destes, é o rio Sapucaia o de maior extensão. Além da presença de rios e riachos, temos em nosso município uma grande quantidade de lagoas, como a de Pirambu, Catu, Camurupim, Titaras, Redonda, Grande, Seca, Santa Isabel e a do Sangradouro, a maior de Sergipe, desaguando no Oceano Atlântico, no povoado Lagoa Redonda. São todas lagoas margeadas por vegetação de restinga. Juntamente aos rios e riachos, as lagoas dão ao município uma rede de drenagem vasta, o que permite a prática constante de atividade pesqueira, principalmente pela população dos povoados.
3. Clima:
Pirambu possui um clima quente, com temperatura média anual de 28º C. apresenta um período chuvoso, que vai de março a agosto.Com altitude de 2 m, sua latitude é de 10º, 15’ 24" oeste. Em Pirambu, o sol brilha o ano todo, propiciando um incentivo impecável a atividade turística.
4. Vegetação:
O município é composto de uma vegetação litorânea muito variada, nas praias predominam os coqueiros e uma vegetação rasteira, com campos de dunas, matas de restinga e manguezais. Temos no município uma pequena reserva florestal, remanescente de mata atlântica.A vegetação é herbácea e ocorre ao longo de todo litoral. Entre os vegetais estão a salsa-da-praia, o capim gengibre, o feijão-de-praia, etc.As matas de restinga (conhecida na região como caatinga, pela semelhança de alguns aspectos) têm uma vegetação baixa, com ananases, embaíbas-de-praia, cajueiros, oitizeiros, pitombeiras, mangabeiras, etc.Os manguezais, mais conhecidos como mangues, são vegetações que se desenvolvem no litoral, em solos lamacentos, por quase toda a extensão dos rios Japaratuba e Siriri. São neles que apanhamos os caranguejos e onde os camarões se desenvolvem. Nos últimos anos, os mangues vem sendo arrasados, fruto da ação do homem, com aterramentos e corte da madeira para lenha e construções de casas.
5. Fauna:
A fauna de Pirambu é bastante diversificada, destacando-se a presença de diversos tipos de mamíferos, aves, répteis, além de ser o maior sítio de desova do Atlântico Sul da espécie Lepidochelys Olivacea, a menor tartaruga do mundo.
6. Solo:
O solo é Arenoquartzoso profundo, Areia Quartzosa Marinha, Hidromórfico, Podsol, Podzóico, Vermelho Amarelo. (MENDONÇA, 2001: 340).
III – Pirambu e seus recursos naturais
As riquezas minerais estão representadas por: petróleo, sais de potássio, sal-gema, sais de magnésio e turfa. (MENDONÇA, 2001: 340). A exploração de petróleo em Pirambu data-se dos anos 70 e desta atividade vem as maiores fontes de recursos para os cofres municipais desde 2002, em função do petróleo extraído em águas profundas. Recursos naturais é tudo o que existe na natureza. Quando são usados para proveito do homem, são chamados de riquezas. A extração de recursos vegetais, animais ou minerais é chamada de extrativismo. Em Pirambu o único recurso natural extraído do subsolo em caráter regular é o petróleo, na região da “Fresca”, no povoado Bebedouro, em Lagoa Redonda e, principalmente no campo petrolífero do “Robalo”, além das plataformas marítimas, nas costas de Lagoa Redonda e Robalo. Recentemente foi desativada a extração do petróleo no “Simão”, próximo a cidade de Pirambu. Na “Fervura”, próximo do povoado Aguilhadas, extrai-se o barro, bastante utilizado na construção civil em geral.
IV – Aspectos Econômicos
O rio Japaratuba, mais importante patrimônio natural do município, já não tem dado o sustento que fora fundamental no passado, quando era a principal fonte de alimentação da nossa comunidade. Desmatamento de sua mata ciliar, despejos provenientes das usinas, destilarias e da atividade petrolífera na região, derramamento de esgotos urbanos através de vários ramais na sede do município, pesca predatória, assoreamento, aterros, atividades como a carcinicultura tem contribuído sobremaneira para fazer o ecossistema agonizar, diminuindo sua balneabilidade, comprometendo a atividade pesqueira, levando a extinção várias espécies da nossa fauna,como guaxinim, preás, socós, entre outros.
1. Agricultura:
As pessoas que trabalham na agricultura são chamados de agricultores, lavradores ou camponeses. Em Pirambu há ainda o camponês-pescador, modalidade exercida por quem pratica a atividade pesqueira marítima (industrial ou artesanal), fluvial e lacustre (artesanal) e agrícola ao mesmo tempo.Pirambu é um município policultor, uma vez que cultiva diversos produtos, destacando-se as atividades de subsistência.Os produtos utilizados na indústria são o coco-da-baía, a mandioca e a mangaba. O oco cultivado em Pirambu é vendido para industrialização e distribuição no Sul e Sudeste do Brasil.Destaca-se ainda a produção de mangaba, aonde Pirambu vem a ser um dos maiores produtores em todo o Estado.A mandioca é cultivada em todo o município e destina-se ao fabrico de farinha, tapioca, puba e amido.
2. Pesca:
Mas o grande “motor” da economia é, fundamentalmente a pesca, praticada desde o final do século XIX, quando aqui chegaram os primeiros habitantes, tendo ganhado impulso a partir de 1976 com o advento da Pirambu Pesca. A partir de 1981 é construída a primeira fábrica de gelo, estabelecendo assim as bases para o surgimento e consolidação da pesca industrial.O município de Pirambu é um dos maiores centros pesqueiros de Sergipe, juntamente com a Capital, Aracaju e o Povoado Crastro, em Santa Luzia do Itanhy. O camarão de Pirambu é exportado e vendido em Aracaju, Recife, Salvador, Maceió, Fortaleza, natal e nas várias feiras livres espalhadas nas mais distintas cidades de Sergipe e suas respectivas feiras livres, sendo os maiores exportados para os grandes centros do Nordeste.Temos também a pesca fluvial, nos rios Japaratuba, Pomonga, siriri, Poxim, Papagaio, Brito e Sapucaia e a pesca lacustre nas diversas lagoas do município.A entidade que representa os pescadores é a Colônia de Pescadores, fundada em 30 de novembro de 1911, enquanto os donos de barcos são representados pelo CONDEPI, criado em 1986 através de iniciativa do FUNDEC/BANCO DO BRASIL.
3. Pecuária:
No que diz respeito à pecuária, Pirambu não possui grandes rebanhos: encontramos pequenas criações de bovinos, ovinos, suínos, eqüinos, nuares, asininos, caprinos e galináceos.
4. Comércio:
O comércio de Pirambu tem crescido ao longo da última década, com a abertura de várias lojas de material de construção, de gêneros alimentícios, serviços, acompanhando o próprio desenvolvimento que o município passa desde 1997.
5. Indústria:
Já a indústria de Pirambu é ainda incipiente, mas com elevados índices de crescimento visualizados nos últimos anos, destacando-se as fábricas de Gelo do Condepi e Timoneiros, a de confecção de tecidos do Centro Comunitário Prefeito André Moura do Povoado Maribondo, da Confecção Tamar que exporta produtos para as bases do projeto em todo o país, as casas de farinha da cidade e dos povoados e, mais recentemente a fábrica de polpa de frutas, localizada no Conjunto Habitacional Reinaldo Moura, onde são beneficiada a mangaba, goiana e outras frutas cultivadas em Pirambu.
6. Turismo:
O turismo em Pirambu tem se constituído ao longo dos últimos anos uma referência em Sergipe. Esta atividade que mais cresce no mundo tem encontrado ressonância em nosso município,graças às políticas de incentivos patrocinadas pela prefeitura municipal, por empresas especializadas e pela ampla divulgação nos meios de comunicação como rádio, tv, jornais, revistas, sites, guias informativos, feiras nacionais e internacionais.
Apesar de consolidada, a atividade precisa ser melhor planejada para associa-la a preservação do ecossistema local, cada vez mais carente de cuidados dos que dizem gestores das políticas de turismo e ambientais em nossa cidade.
Notas:
(1) Atualmente ela é de 8.277 habitantes.
Referências bibliográficas:
BRASIL. Censo Demográfico. Brasília: IBGE, 2002.
MENDONÇA, Jouberto Uchoa de e SILVA, Maria Lúcia Marques da Cruz e. Sergipe Panorâmico. Aracaju: UNIT, 2002.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRAMBU. Plano Municipal de Assistência Social. Pirambu, 2000
SANTOS, Aldeci Figueiredo & ANDRADE, José Augusto. Nova Geografia de Sergipe. 1º Grau. Aracaju: SEED/UFS, 1998.
SANTOS, José Joaquim da Silva. Folder de Excursão a Pirambu. Aracaju: Colégio Adventista, 1997.
SANTOS, Lenalda Andrade & OLIVA, Terezinha Alves de. Para compreender a História de Sergipe. Aracaju: Opção Gráfica, 1998.
SANTOS, Maria Gorete da Rocha. Sergipe: História e Geografia. São Paulo: Ática, 1994.
SILVA, Claudomir Tavares da. Anotações sobre a Geografia de Pirambu. 2. ed. Pirambu: Semec/EMMTC, 2001.
........... Pirambu: Trajetória Histórica. Pirambu, 1998 (Apostila).
........... Pequena História de Pirambu. Pirambu: Semec/EMMTC, 2001.
SILVA, Gicélia Mendes. O Camponês Pescador. In: SANTOS, Lourival Santana et alli. Camponeses em Sergipe: Estratégias de Reprodução. Aracaju: NPGEO/UFS, 1996. pp. 145-159.
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