6 de jan. de 2010

Elementos para montagem de um Projeto de Pesquisa

Prof. Eduardo Ubirajara (FANESE)

1. Título:

Exemplo: Evasão dos alunos em classes conjugadas versos alunos em classes independentes da zona rural e urbana.

2. Justificativa:

Colocar o porque da realização deste projeto:

a) como exigência de alguma instituição ou iniciativa própria, para algum fim ou curiosidade;
b) como se originou o problema – antecedentes do problema. Dois a seis parágrafos.

3. Objetivo (s):

Analisar..., comparar..., detectar (conhecer, identificar...), refletir sobre a influência..., aplicar..., avaliar... etc. (usar verbos operacionais no início dos objetivos, de preferência, para melhor sinalizar o eu deseja fazer, alcançar. O objetivo geral é final, terminal, principal, por vezes abstrato: melhorar, promover, permitir, propor... etc. Os específicos ou intermediários são mais concretos: identificar, comparar, analisar, aplicar, avaliar, etc.

4. Problema:

Até que ponto...? Como...? Por que...? (Ex. de colocação do problema de forma estatística: Será estatisticamente significante a diferença (05 nível de confiança) de evasão escolar entre os alunos da 3ª. e 4ª. Séries das classes conjugadas e independentes?). Assim, o problema deve ser formulado em forma de uma indagação (interrogação) para a qual se busca alguma ou diversas respostas, podendo referir-se a “como deveria ser”, “como é”, “como deve ser desenvolvido”, “o que aconteceu quando”, “qual é causa de”, “qual o modo mais eficaz para”. Isto quer dizer que o problema deve refletir ou estabelecer a relação entre duas ou mais vaiáveis.

5. Hipóteses (não obrigatórias em algumas pesquisas):

Para analisar ou solucionar problemas levantados, levantam-se hipóteses que podem mostrar as possíveis respostas, inclusive hipóteses nulas, como HO: “Não há diferença estatisticamente significante na evasão dos alunos que atendem classes independentes e alunos de classes conjugadas ... (no 2º. Semestre letivo de 2001)”. No caso das hipóteses de trabalho (H1, H2...Hn), muitas vezes as hipóteses repetem os enunciados das questões-problemas, sem as interrogações, é claro.

6. Definição dos termos:

Explicar (esclarecer) o significado das palavras-termos das hipóteses, como: classes-conjugadas, classes independentes, custo-aluno, evasão escolar, atitude, semântica diferencial SS, etc. É possível, também definir alguns termos de forma operacional, isto é, mostrando como se opera o objeto para provar o efeito que se produz (ex: “ser mais resistente que”, aplica-se um instrumento de mensuração da resistência dos objetos comparados e mostra-se o resultado). Outra forma de definir é mostrando-se a “coisa”, o objeto questionado no problema ou anexando-se um exemplar do objeto.

7. Revisão bibliográfica:

Lembre-se que a revisão de literatura pertinente (ao assunto que se está tentando resolver ou explicar) baseia-se em três fontes de informações: resultados de pesquisas, memória oral via autoridades na área e experiências práticas. As fontes de informação devem ser referenciadas, de acordo com as normas técnicas de apresentação de trabalhos adotados pela instituição promotora da pesquisa, bem como via Normas Técnicas da ABNT em vigor.

8. Metodologia:

Alguns autores e instituições colocam os mínimos detalhes dos ingredientes e acessórios da pesquisa neste item. Tipo de método, quanto a abordagem, quanto a natureza, quanto aos procedimentos. Idem, quanto ao tipo de pesquisa (quanto ao objeto, ao objetivo, à natureza, aos procedimentos), descritos do universo (perfil do que for pesquisado), plano e instrumentos para a coleta de dados, para o experimento, bem como para a testagem das hipóteses, para a tabulação (para outros autores aqui é que se localiza o como, a metodologia), a determinação da amostra – probabilística ou não-probabilística. Observação: a amostra probabilística pode ser simples, estratificada e por agrupamento. Já a não-probabilística abarca a amostra por conveniência, julgamento especializado e por cotas. Atenção! Há autores que classificam a amostragem como: randômica, estratificada, de área, de estágios múltiplos, sistemática, de julgamento especializado e por cotas.

9. Análise dos dados (pós-coleta):

Não há normas rígidas, adequadas com infabilidade para esta tarefa. Trata-se de extrair conclusões, exigindo, sim, familiaridade com o assunto pesquisado, assim como um processo seguido na investigação. A análise pode ser feita tanto pelo procedimento estatístico como pelo processo racional. O desenho da pesquisa, através do número das variáveis, número de grupos, nível dos dados, é que vai determinar a técnica estatística a ser empregada na análise. Já a análise racional está baseada mais na lógica, na evidência e na argumentação coerente, bem fundamentada.

10. Cronograma e Orçamento:

O cronograma constitui-se uma tabela bi-dimensional, contendo as ações, atividades, etapas ou fases (coluna y) e os prazos – dias, semanas, meses (na linha x). O orçamento traça o custos (recursos materiais, humanos, despesas diversas, etc.), para a execução do projeto.

Fonte:

BATISTA, Eduardo Ubirajara Rodrigues. Elementos para montagem de um projeto de pesquisa. Aracaju: Fanese, 2003. (Apostila).

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