3 de jan. de 2010

Filosofia I - Plano de Ensino 2010 (preliminar)

I - APRESENTAÇÃO
Filosofia e Sociologia no Ensino Médio


Após quase 40 anos, as disciplinas de Filosofia e Sociologia foram novamente incorporadas ao currículo do ensino médio, em junho de 2008, com a entrada em vigor da Lei nº 11.684. A medida tornou obrigatório o ensino das duas disciplinas nas três séries do ensino médio. Elas haviam sido banidas do currículo em 1971 e substituídas por educação moral e cívica.

A nova legislação deu força de lei ao Parecer nº 38/2006, do Conselho Nacional de Educação (CNE), que tornava obrigatória a inclusão de filosofia e sociologia no ensino médio sem estabelecer, no entanto, em que série deveriam ser implantadas. Na época, as duas disciplinas já eram adotadas em instituições de ensino médio de 17 estados brasileiros.

De acordo com a presidente do Conselho Nacional de Educação, Clélia Brandão Alvarenga Craveiro, a escola brasileira, de um modo geral, carece muito de uma dimensão crítica e analítica. “Não dá para deixar esse trabalho para fazer depois, quando o estudante chegar à universidade”, diz. Em sua opinião, a escola precisa trabalhar com a metodologia investigativa desde o início e, no ensino médio, os conteúdos de filosofia e sociologia, temas que são extremamente importantes do ponto de vista da cultura escolar, também proporcionam uma metodologia muito mais intensiva em relação ao aspecto de refletir e tomar decisões a partir de uma análise da realidade.

Para Clélia Brandão, o conteúdo da Filosofia é extremamente importante, pois dá a visão de desenvolvimento, das relações entre as pessoas. “Para construir a cidadania, o cidadão precisa estar preparado para enfrentar a complexidade deste mundo. Uma das exigências é que ele tenha capacidade de selecionar informações e refletir sobre o que acontece no mundo”, justifica.

Formação – O Brasil tem carência de professores de Filosofia para o ensino médio, mas o problema não é isolado. Também faltam professores de outras disciplinas como física, química, matemática, biologia, português e artes. Segundo dados do último censo escolar, cerca de 350 mil professores em exercício não possuem formação em nível de graduação e aproximadamente 300 mil atuam em área diferente daquela em que se graduaram.

O Parecer nº 8/2008 do CNE criou a chamada segunda licenciatura, voltada especificamente para o atendimento de professores que estão lecionando disciplinas para as quais não têm a graduação específica. É o Programa Emergencial de Segunda Licenciatura para Professores em exercício na educação básica pública, a ser coordenado pelo MEC em regime de colaboração com os sistemas de ensino.

Além disso, decreto assinado em janeiro deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabeleceu a política nacional de formação de profissionais do magistério. A União deverá atuar em regime de colaboração com estados, municípios e o Distrito Federal para a formação inicial e continuada de professores para as redes públicas da educação básica estaduais e municipais. A formação para os professores faz parte das metas do Plano de Ações Articuladas (PAR).

Por Fátima Schenini (Portal MEC – Em: 20/02/2009)

II – APRENDENDO COM PAULO FREIRE

A ideologia fatalista, imobilizante, que anima o discurso neoliberal e que anda solta no mundo. Com ares de pós-modernidade, insiste em convencer-nos de que nada podemos contra a realidade social que, de histórica e cultural, passa a ser ou a virar “quase natural”. Frases como “a realidade é assim mesmo, que podemos fazer?” ou “o desemprego no mundo é uma fatalidade do fim do século” expressam bem o fatalismo desta ideologia e sua indiscutível vontade imobilizadora. Do ponto de vista de tal ideologia, só há uma saída para a prática educativa: adaptar o educando a esta realidade que não pode ser mudada. O de que se precisa, por isso mesmo, é o treino técnico indispensável à adaptação do educando à sua sobrevivência... essa ideologia nos nega e amesquinha como gente.

Paulo Freire (Pedagogia da Autonomia)

III – PLANO DE ENSINO

1. INSTITUIÇÃO:

COLÉGIO ESTADUAL ‘JOANA DE FREITAS BARBOSA
Área Curricular: CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
Componente Curricular: FILOSOFIA I
Código/Sigla: FIL1
Série: 1ª – ENSINO MÉDIO
Turmas: 1ª A e B (MATUTINO)
Professor: CLAUDOMIR TAVARES DA SILVA
Carga Horária Anual: 40 HORAS/AULA
Carga Horária Semanal: 1 HORA/AULA

"Você não pode ensinar nada a um homem;
você pode apenas ajudá-lo a encontrar
a resposta dentro dele mesmo."
(Galileu Galilei)

2. CONCEPÇÃO DA DISCIPLINA:

A disciplina Filosofia acumula experiências didático-pedagógica nesta unidade de ensino e até 2007 era ministrada no 1º Ano do Ensino Médio. Era o início de uma sequência de um estudo que iniciava no 1º Ano com Filosofia, seguia no 2º Ano com Sociologia e concluía no 3º Ano com Cultura Sergipano. Alterações na legislação educacional em 2009 ampliaram a sua oferta para o as demais séries.

Concebido como conhecimento que estará disponível nas três séries do Ensino Médio, o programa apresenta-se como Filosofia Temática nas 1ª. e 2ª. séries, concentrando a abordagem mais histórica para a última série, na qual haverá um contato mais sistemático com aspectos históricos/metodológicos das Ciências Sociais.

O programa segue uma organização e divisão didática que não é obrigatória nem necessária, sendo possíveis alterações, acréscimos, exclusões e inversões em suas unidades no decorrer do trabalho.

Como neste ano nos encontramos no segundo momento de implantação da disciplina, estando eu em particular retornando a condição de professor da disciplina e considerando o número de aulas (já foram duas semanais, hoje é apenas uma) no calendário letivo que estão destinadas à Filosofia, apresento um programa e cronograma de trabalho bem enxutos.

3. EMENTA/APRESENTAÇÃO

Estaremos, este ano, estudando o que leva o homem a se perceber como algo a mais no mundo, embora inserido nele, não é propriamente o ato de raciocinar, ou ter um sistema nervoso mais complexo, mas principalmente o fato de poder opor o polegar e ser capaz de manipular os objetos. Isto o conduz a uma série de conseqüências, inclusive ao ato de filosofar. A investigação filosófica toma como objeto de estudo o próprio ato de consciência das coisas, é uma busca do significado imutável das coisas em si. É uma atitude, um ato de reflexão e apreensão, metodicamente controlado. O discurso da filosofia, desde seu início, está no compromisso de ensinar e aprender. As “lições” propostas são gotas de filosofia e transmitem um certo saber. Mas o propósito primordial não é tanto saber e sim o cultivo do pensamento, a aprendizagem da arte de pensar. Os conteúdos foram distribuídos em quatro categorias ou temas: a Filosofia, o Conhecimento, a Existência e o Homem.

4. OBJETIVOS:

4.1. Geral:

Exercitar a inicialização ao estudo da Filosofia, importância, sua origem, e desenvolvimento, compreendendo os vários campos da abordagem filosófica, pretendendo-se despertar nos alunos a “percepção filosófica”, visando desenvolver neles um raciocínio e uma abordagem específicos no entendimento do conhecimento humano.

4.2. Específicos:

Despertar o jovem para a beleza e o encanto da Filosofia (mostrar ao jovem que a Filosofia é algo que tem sentido, que é algo gostoso de se praticar e estudar, que ela tem uma importância vital para todos nós.
Distinguir a Filosofia-a dentre as diferentes formas de saber, percebendo-se a sua especificidade e importância.
Conhecer as principais contribuições dos pensadores que se destacaram nos diferentes campos da Filosofia, analisando-se os pressupostos e implicações dessa investigação.
Compreender as várias formas de conhecimento a lua da Filosofia
Analisar os elementos que compõem a existência humana no mundo.

5. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS:

5.1 – 1ª Unidade Didática
         Tema: A Filosofia

5.1.1 – O ato de filosofar (TELES)
5.1.2 – Todos somos filósofos (BUZZI)
5.1.3 – A História da Filosofia (TELES)
5.1.4 – As disciplinas da Filosofia (BUZZI)

5.2 – 2ª Unidade Didática
         Tema: O Conhecimento

5.2.1 – O conhecimento e a reflexão lógica (TELES)
5.2.2 – A ironia, a dialética e a especulação (BUZZI)
5.2.3 – Ideologia e Alienação (TELES)
5.2.4 – O caminho ou método (BUZZI)

5.3 – 3ª Unidade Didática
         Tema: A Existência

5.3.1 – A existência (BUZZI)
5.3.2 – A consciência (BUZZI)
5.3.3 – O pensamento (BUZZI)
5.3.3 – O cultivo do pensamento (BUZZI)

5.4 – 4ª Unidade Didática
         Tema: O Homem

5.4.1 – Ter e Ser (TELES)
5.4.2 – O homem integral (TELES)
5.4.3 – A de-cadência humana (BUZZI)
5.4.4 – A crise contemporânea (TELES)

6. PROCEDIMENTOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS:

“A verdadeira Filosofia
é reaprender a ver o mundo"
(Merleau-Ponty)

Tendo em vista os objetivos propostos na Diretriz Curricular de Filosofia, as aulas de Filosofia serão no sentido de levar o aluno a questionar sua realidade, analisar, comparar, decidir, planejar e expor idéias, bem como ouvir e respeitar as de outrem configurando um sujeito crítico e criativo. Igualmente, as atividades nas aulas ocorrerão conforme o tema a ser tratado exigir: a sensibilização propriamente dita (através de um problema, questionamentos dos próprios alunos, uso de textos e/ou filmes, etc.), aulas expositivas (com abertura ao debate), estudo e reflexão de diferentes gêneros textuais de caráter filosófico - ou que possam dar margem à reflexão de cunho filosófico. Redação e apresentação de trabalhos, em que os alunos demonstrarão ou não a apreensão dos temas e problemas investigados através da criação de conceitos. Dessa forma, cremos estar caminhando em direção ao desenvolvimento de valores importantes para a formação do estudante do Ensino Médio: solidariedade, responsabilidade e compromisso pessoal. Atividades no Laboratório de Informática, pesquisa e produção textual e imagens utilizando a Internet na elaboração dos trabalhos apropriando-se da tecnologia para o desenvolvimento intelectual.

7. AVALIAÇÃO:

A proposta de avaliação deve ser definida em conjunto com a escola, submetendo-a discussão com os alunos. Minha sugestão é que esta ocorrerá no sentido de contribuir tanto para o professor, possibilitando avaliar a própria prática, como para o desenvolvimento do aluno; permitindo-lhe perceber seu próprio crescimento e sua contribuição para a coletividade. Será, portanto, de caráter diagnóstico (levada em conta a avaliação do desempenho, baseada em sua participação em sala de aula/intervenção nos debates, nas leituras solicitadas, na realização de atividades individuais e em grupos, apresentação de seminários e apresentação de um trabalho escrito) e som ativo (em caráter de zero a dez), conforme o desempenho individual e/ou coletivo. Serão adotados como instrumentos, além da auto-avaliação:

7.1 – Textos escritos produzidos pelos alunos;
7.2 – Participação em sala de aula/Intervenção nos debates;
7.3 – Atividades e exercícios realizados em classe ou extra-classe;
7.4 – Atividades de pesquisa através do laboratório de informática)
7.5 – Testes escritos (se necessário);
7.6 – Apresentação dos temas (oral ou escrita) em estudo.

8. RECUPERAÇÃO:

As atividades relacionadas a recuperações paralelas, serão desenvolvidas a partir roteiro de estudos (apresentação de resumos, resolução de exercícios e apresentação oral do tema), de leitura e fichamento (textos do livro de referência), apresentação de dissertação a partir de sugestão de temas. Deve ocorrer, como já diz o nome, paralelo as atividades didático-pedagógicas de sala de aula, em dias e horários a serem combinados pelo professor-aluno-coordenação.

9. BIBLIOGRAFIA SUGERIDA:

Em construção: alguns textos podem ser remanejados, redistribuídos quando fizermos a classificação dos mesmos junto a Coordenação Pedagógica e às turmas. É portanto, uma bibliografia que diz respeito à construção do Programa e sua aplicação inicial. Poderá ser ou não usada, no desenvolvimento das aulas, mas com certeza ela será acrescentada.

9.1 – Básica:

TELES, Maria Luiza Silveira. Filosofia para crianças e adolescentes. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
TELES, Maria Luiza Silveira. Filosofia para jovens: uma iniciação à filosofia. 11. ed. Petrópolis: Vozes, 1996.

9.2 – Complementar:

CHAUÍ, Marilena. Filosofia. São Paulo: Ática, 2002. (Série: “Novo Ensino Médio”
CHAUÍ, Marilena & OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Filosofia e Sociologia. 2ª Reimpressão. São Paulo: Ática, 2008.(Série “Novo Ensino Médio”).

9.3 – Apoio:

BUZZI, Arcângelo R. Filosofia para principiantes: a existência-humana no mundo. 14. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.
JAPIASSÚ, Hilton & MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 4. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
NUNES, Benedito. Introdução à Filosofia da Arte. São Paulo: Ática, 2008.
PRADO JÚNIOR, Caio. O que é Filosofia? São Paulo: Brasiliense, 2001. 29ª (Coleção “Primeiros Passos” 37).

9.4 – Vídeo:

1. O NOME DA ROSA (The Name of the Rose, Ale/Fra/Ita, 1986). Direção: Jean Jacques Annaud. Elenco: Sean Conery, F.Murray Abraham, Cristian Slater. 130 min. Sinopse: Mortes estranhas ocorrem num mosteiro, localizado na Itália, durante a Idade Média. A chegada de um monge franciscano, incumbido de investigar os casos, mostrará o verdadeiro motivo dos crimes, resultando na instalação do Tribunal da Santa Inquisição.

10. RÁPIDO CURRÍCULO:

Claudomir Tavares da Silva nasceu no dia 28 de julho de 1968, no povoado Canal de São Sebastião, em Barra dos Coqueiros, estado de Sergipe. Filho de Francisco Pereira da Silva e de Edimê Tavares da Silva (in memorian). Cursou as três primeiras séries primárias na Escola Municipal Senador Leandro Maciel (Canal), concluindo a 4ª série na Escola Rural do povoado Flecheiras, em Santo Amaro das Brotas, no ano de 1980. A segunda fase do primeiro grau teve local a Escola de 1º Grau ‘José Amaral Lemos’, na cidade de Pirambu, no ano de 1984. Integrou a primeira turma a concluir este grau de ensino na cidade. Claudomir cursou o 2º Grau em duas escolas, na cidade de Japaratuba, no período de 1985 a 1987. O Ensino Básico e o 2º Ano Pedagógico foi cursado no Colégio Cenecista ‘Senador Albano do Prado Pimentel Franco’ e o 3º Ano no Colégio Municipal ‘Professor Emiliano Nunes de Moura’. Em 1988 submeteu-se ao Concurso Público para provimento de professores da rede estadual, sendo o 13º colocado em todo o Estado. Seu decreto data de 11 de agosto de 1988, tendo iniciado suas atividades profissionais no dia 21 de novembro daquele ano na Escola Estadual ‘José Amaral Lemos’, a mesma por onde tinha passado de 1981 a 1984. Claudomir tentou ingressar no ensino superior sem sucesso. Tentou o vestibular para História, Pedagogia e Educação Física. Como quem acredita que existe tempo para tudo entre o Céu e a Terra, conseguiu a aprovação em dois vestibulares, ambos para História em 1992 e 1998, concluindo o curso em 2002, defendendo a monografia ‘Arqueologia de um Decênio: um resgate da História política e cultural do Partido dos Trabalhadores – 1985/1995’. Em 1998 submete-se a um novo concurso público, conseguindo aprovação e ingressando no magistério público estadual em 04 de maio daquele ano, exercendo suas atividades na Escola Municipal Silvino Antônio de Araújo, no povoado Aguilhadas. Em outubro de 2000 é transferido para a Escola Municipal Mário Trindade Cruz, a mesma que seria seu diretor no período de 02 de janeiro de 2001 até 19 de abril de 2002. Neste dia foi alçado a condição de Diretor do Departamento de Cultura de Pirambu, onde permaneceu até 31 de dezembro de 2004. Na rede estadual transferiu-se para o Colégio Estadual ‘Joana de Freitas Barbosa’, em Propriá, atuando alí no período de 2003 até 2007, retornando ao Colégio Estadual ‘José Amaral Lemos’, para segundo Claudomir ‘concluir uma obra alí iniciada’. Feito isso retornou em 2009 ao Colégio Estadual ‘Joana de Freitas Barbosa’, para fazer o mesmo que se aplicou ao Amaral Lemos. Claudomir tem vários trabalhos publicados na Internet, em impressos e em eventos científicos, destacando-se ‘Arqueologia de um decênio...’ (Propriá, 2002 e Maceió, 2005), ‘Um olhar de Clio sobre a Tribuna da Praia...” (Aracaju, 2005) e ‘Proposta Curricular para o ensino de Sociedade e Cultura Sergipana para a rede pública estadual de Sergipe’ (João Pessoa, 2002), entre outros.

Um comentário:

Mário Serra disse...

Olá Claudomir,
Obrigado por você compartilhar sua proposta de trabalho. No mesmo espírito de colaboração criei um canal no YouTube http://www.youtube.com/profmarioserra
com alguns vídeos de Filosofia para utilização nas aulas ou indicação para os alunos. Vou tentar aumentar a coleção com o tempo.
Um abraço
Mário Serra

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